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Comandos Africanos: “Os portugueses traíram-nos, fomos abandonados sem piedade” |
Mas não é a mesma guerra?
Então porque fazem uns tanta questão em chamar-lhe Guerra Colonial e outros em chamar-lhe Guerra do Ultramar?
Porquê?
Porque estão em jogo a legitimidade do Golpe Militar de 25 de Abril de 1974, bem como a legitimidade da Terceira República Portuguesa de que o dito golpe foi acto fundador.
Vejamos…
Se os territórios eram colónias, território estrangeiro a explorar enquanto tal fôr vantajoso para a metrópole, a vender, trocar, dar, abandonar, quando tal exploração deixar de ser vantajosa pata a metrópole, o Golpe Militar e a Terceira República estão legitimados: não era do interesse dos portugueses stricto sensu que Portugal continuasse sendo uma potência colonial.
Mas se os territórios eram território nacional, não colónias, tese defendida pelo General José Maria Mendes Ribeiro Norton de Matos, pelo Doutor António de Oliveira Salazar, por muitos outros, o Golpe Militar e a Terceira República estão deslegitimados: era do interesse dos portugueses lato sensu que Portugal continuasse sendo uma potência multicontinental, multirracial e multicultural.
Angola, Nova Lisboa, Escola de Aplicação Militar, 1963. Cerimónia do juramento de bandeira dos recrutas da primeira incorporação. |
Portugueses stricto sensu Os portugueses nascidos na Península Ibérica e, vá lá, nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, que são suficientemente brancos para não serem considerados pretos como o são os cabo-verdianos e os são-tomenses.
Portugueses lato sensu Os portugueses nascidos em qualquer parte do mundo, sejam brancos, pretos, indianos, chineses, timores, mestiços.