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29 de junho de 2019

O rei serve o reino ou o reino o rei?

Filipe de Áustria, o quarto de seu nome em Castela, o terceiro em Portugal.



A transcrição de um artigo da Deputada Inês Domingos, publicado no Observador a 26 de Junho de 2019, a transcrição do meu comentário ao dito artigo, algumas imagens e as fontes.



Quando são os cidadãos que incomodam o Estado

Por Inês Domingos no Observador a 26 de Junho de 2019, às 00:11.

O PS está a inverter até o objetivo do Estado, que deve ser servir os cidadãos. A cada passagem pelo Governo aprofunda uma antes nova polis, em que os cidadãos servem o Estado e para engordar o Estado

Esta semana a secretária de Estado da Justiça causou uma pequena agitação por ter justificado que os atrasos nos serviços do cartão de cidadão “também são o resultado de […] a generalidade dos cidadãos optar, sistematicamente, por se dirigir aos mesmos serviços, à mesma hora – antes da abertura do atendimento ao público”.

Mas a indignação só é possível para quem não tenha ainda entendido como esta geringonça está a tentar reverter mais do que as políticas e reformas do anterior Governo. Está a inverter até o objetivo do Estado, que deve ser servir os cidadãos. O Partido Socialista apoiado pelas esquerdas, aprofunda, a cada passagem pelo Governo, uma forma especial de polis, em que os cidadãos servem o Estado e servem para engordar o Estado.

Esta visão está por todo lado. Na saúde não interessa que as (poucas) PPPs que existem tenham obtido bons resultados com custos baixos. Não interessa que os cidadãos sejam bem atendidos e tratados. O que interessa é preservar os hospitais e os profissionais de saúde exclusivamente na esfera do setor público. Na educação a geringonça acabou mesmo com escolas que tinham contrato de associação. Escolas de excelência que serviam populações com rendimentos mais baixos foram obrigadas a fechar porque, para esta maioria, o ensino público só pode ser prestado em edifícios que pertencem ao Estado, por professores que pertencem à Administração Pública. Não pode haver nada fora do controlo do Estado.

E quando alguma coisa corre mal, a culpa é do setor privado. Primeiro porque ideologicamente esta esquerda vê a iniciativa privada como um pacto mefistofélico, mas também porque fora da Administração Pública acaba por ser mais difícil controlar os descontentamentos e as inquietações.

Os problemas nos serviços de identificação civil são, nesta perspetiva, um desafio adicional para o Governo. É que não dá para culpar a iniciativa privada porque a emissão de cartões de cidadão e passaportes é um monopólio do Estado. Mas também não dá para confessar que há um efeito da redução dos horários para 35 horas, porque isso seria reconhecer que muitas das reversões deste Governo têm de facto um impacto negativo na vida das pessoas.

Sacode-se então a água do capote para cima dos cidadãos, que têm a ousadia de incomodar os serviços e aparecer à porta antes da hora estipulada, na esperança de poderem apanhar uma senha que em poucas horas esgota. Ou porque imprudentemente não marcaram uma hora com antecedência para serem atendidos, o que neste momento tem um prazo de espera de quatro meses. Isto para aceder a um serviço, não porque o desejem, mas porque a ele são obrigados por lei.

Esta situação serviria seguramente para inspirar uma obra maior de Kafka mas infelizmente é apenas mais um episódio da insuficiência de um Estado que exige tudo aos cidadãos mas que os serve muito mal.

Deputada do PSD



Margarida de Sabóia, Duquesa de Mantua e Monferrato, Vice-Rainha de Portugal (1634–1640).



O rei serve o reino ou o reino o rei?

Por Álvaro Aragão Athayde no Observador a 29 de Junho de 2019, às 07:12.

O rei serve o reino ou o reino o rei?

A Deputada Inês Domingos foi ao cerne da questão!

Será que o PS e os Governos do PS estão ao serviço de Portugal e dos Portugueses?

Ou será que Portugal e os Portugueses estão ao serviço dos Governos do PS, do próprio PS e daqueles a quem os militantes e dirigentes do PS servem?

E o que se diz do PS diz-se do CDS-PP, do PPD-PSD, do PCP, do BE, de qualquer partido: 
  • Estão ao serviço de Portugal e dos Portugueses?
  • Ou estão ao serviço dos seus militantes, dirigentes e daqueles a quem os seus militantes e dirigentes servem?


Fontes
  1. Quando são os cidadãos que incomodam o Estado”. Inês Domingos. Observador. Publicado a 26 de Junho de 2019, às 00:11. Recuperado a 29 de Junho de 2019, às 10:43. 
  2. Felipe IV de España”. Wikipedia. Esta página se editó por última vez el 20 jun 2019 a las 08:32. Recuperada el 29 jun 2019 a las 08:32.
  3. Margarita de Saboya”. Wikipedia. Esta página se editó por última vez el 8 abr 2019 a las 21:33. Recuperada el 29 jun 2019 a las 12:15.

Referências
  • Res publica”. Wikipédia. Esta página foi editada pela última vez às 23h12min de 14 de setembro de 2017. Recuperada às 12h39min de 29 de junho de 2019.

Etiqueta principal: Política.
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19 de junho de 2019

A futebolização da política

FC Porto versus S.L. Benfica



Todos sabemos que se é do PS como se é do S.L. Benfica, do PPD-PSD como do FC Porto, do CDS-PP como do Sporting CP, do PCP como do S.C. Braga, do BE como do Vitória F.C..

E também todos sabemos que para os sócios e adeptos desses clubes (militantes e votantes desses partidos) o que importa é ganhar.

Ganhar, ganhar, ganhar a qualquer preço.

Só que isso tem custos, custos sobre que se debruçam os dois textos que na sequência transcrevo.



Direita e esquerda

Podem repetir-se as eleições que a resposta do eleitorado será sempre a mesma, porque o que lhe é apresentado para escolher também será sempre o mesmo.

Por Joaquim Aguiar no Jornal de Negócios a 17 de Junho de 2019 às 21:50


A FRASE...

"Sim, PS acumula e acumulará 'poucochinhos', mas vão chegar enquanto a direita insistir em não mudar de vida e de siglas."

— Nuno Garoupa, Público, 7 de Junho de 2019


A ANÁLISE...

Direita e esquerda são classificações significativas de possibilidades políticas distintas quando o que distingue estes dois espaços, nos partidos e no eleitorado, são propostas bem diferenciadas. Quando esta diferenciação existe, quando o sistema político está polarizado e oferece alternativas claras, o eleitorado pode cumprir a sua função essencial que é afastar os que falham sem ser preciso recorrer à violência ou ao golpe militar. Mas quando as diferenciações espaciais dos diferentes partidos não decorrem de diferenças programáticas e estratégicas claras, mas são apenas a diferenciação entre beneficiários de políticas distributivas, a diferença entre esquerda e direita deixa de ser política, deixa de ser sobre a evolução que conduz do passado para o futuro e que faz do presente o momento da decisão, para passar a ser uma disputa entre grupos de interesses que tem como único limite a viabilidade financeira – isto é, a bancarrota ou o abandono de políticas, a desistência do investimento e da modernização e a extinção de serviços por impossibilidade de financiamento.

Nestas condições, direita e esquerda não são identificações de políticas alternativas que o eleitorado possa escolher em cada oportunidade eleitoral, mantendo essa escolha ou corrigindo o erro na eleição seguinte. Podem repetir-se as eleições que a resposta do eleitorado será sempre a mesma, porque o que lhe é apresentado para escolher também será sempre o mesmo. Não é por falta de oposição a quem está no poder que acontece esta eterna repetição do mesmo. É porque quem se opõe aos que estão a exercer o poder porque impõem cortes vai depois exercer o poder impondo cativações onde antes estavam cortes. E tem de ser assim porque a realidade efectiva das coisas que impunha os cortes continua a ser a mesma que impõe as cativações.

É isto a crise da política, na direita e na esquerda. Porque a política ou é a mudança da realidade efectiva das coisas ou não é política, é o jogo dos interesses enquanto houver alguma coisa (cada vez menos) para distribuir.

Artigo em conformidade com o antigo Acordo Ortográfico

Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências diretas e indiretas das políticas para todos os setores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.




Este livro 
quer ajudar Portugal a sair do “desgoverno”

André Corrêa d’Almeida fala num “tribalismo político” que impede a “colaboração entre forças partidárias” no sentido dos “consensos necessários para a modernização e a reforma do sistema”.

Por Maria João Lopes no Público a 16 de Junho de 2019 às 12:41


“Porque não consegue Portugal ter autodeterminação para conduzir o seu próprio destino, para se governar a si próprio e para renovar as suas instituições políticas através de um processo legislativo criativo interno próprio?” Esta é apenas uma das perguntas feitas por André Corrêa d'Almeida no livro que coordenou, Reforma do Sistema Parlamentar em Portugal. Análises e Instrumentos para um Diálogo Urgente, e que acaba de ser lançado pela editora Principia.

O professor adjunto na Columbia University em Nova Iorque, onde lidera programas na área do desenvolvimento sustentável, questiona-se ainda: “Porque é que a regra ao longo deste período de mais de quatro décadas (…) tem sido a da desgovernação, quer na sua componente despesista insustentável, quer na ausência de autonomia e inovação institucional interna capaz de desbloquear os factores de atraso do país?”

Para André Corrêa d'Almeida, licenciado em Economia pela Universidade Nova e doutorado em Políticas Públicas pela Universidade do Colorado, EUA, “o problema é apartidário”, é “do sistema parlamentar como um todo e não de aspectos isolados, tais como o funcionamento dos partidos políticos ou a qualidade dos deputados”, até porque, escreve, estes “vão e vêm desde 1976 e os resultados no essencial não mudam, o desgoverno mantém-se como regra”.

O objectivo desta investigação, que durou seis anos e que reúne contributos de outros especialistas, é “oferecer instrumentos de reflexão e trabalho para colaboração interpartidária em torno do desenho e da implementação de novas configurações e novos consensos para o sistema parlamentar português”.

A obra inclui também textos de deputados de diferentes partidos, como a centrista Ana Rita Bessa, a bloquista Sandra Cunha, o social-democrata Ricardo Baptista Leite, o comunista António Filipe, André Silva (do PAN) e também do eurodeputado socialista, Carlos Zorrinho.

André Silva, por exemplo, avança com “uma solução possível” – a “criação de um círculo para todo o território, que daria a todos os eleitores, independentemente da sua localização geográfica, igual peso numérico e igual valor”.

Mais críticos são os textos de António Filipe e, sobretudo, de Carlos Zorrinho que, embora elogiando os objectivos da obra, deixam claro em que pontos se afastam da visão do coordenador.

O deputado do PCP não compartilha “o juízo crítico sobre o funcionamento do sistema político português resultante da Constituição de 1976”, não defende “alterações profundas do sistema eleitoral” e não acredita que “os problemas que afectam o sistema político português, e que eventuais decepções com o funcionamento da democracia ou com a governação do país, sejam alteráveis por via da alteração do sistema eleitoral.”

Apesar de admitir que há “problemas” que devem ser debatidos, António Filipe entende que “a alteração do sistema político não deve ser vista como um passe de mágica que permitiria corrigir as deficiências que são apontadas, com ou sem razão, ao funcionamento da democracia”.

Já o socialista Carlos Zorrinho discorda “de muitos” dos “postulados” enunciados por André Corrêa d’Almeida “sobre o percurso da democracia portuguesa”, considera que usa “uma matriz redutora de análise, confundindo sucesso com equilíbrio das contas públicas” e sublinha que as intervenções externas em Portugal “constituíram sempre momentos de grande desânimo nacional”.

Zorrinho defende “um sistema eleitoral que combine os círculos uninominais com um círculo nacional de restos” e também entende que “a reforma do sistema eleitoral” é “uma condição prévia para o sucesso de uma reforma do sistema parlamentar em Portugal”.


Manifestação de desgovernação

Mas o que escreve, afinal, André Corrêa d’Almeida? Que “o novo sistema parlamentar instaurado em 1976 foi até hoje incapaz de gerar, num ano apenas que fosse, mais receitas do que despesas”, que “esta manifestação de desgovernação incapaz de produzir políticas sustentáveis é ainda mais grave quando dá indícios de ser um fenómeno em aceleração”, e que “as únicas vezes em que esta desgovernação pareceu, na altura, querer inverter-se coincidiram sempre com intervenções exteriores na gestão do país”.

O coordenador da obra considera ainda que, “desde o dia em que a nova Constituição entrou em vigor, em Abril de 1976, que as principais inovações institucionais em Portugal têm tido origem no exterior do país” – refere as negociações para adesão à Comunidade Económica Europeia, a integração plena na CEE, a adesão ao euro, e a entrada em circulação da nova moeda única.

André Corrêa d’Almeida nota que “é sabido que o período pós-sucessivas intervenções de FMI, Comissão Europeia (CE) e BCE foi sempre caracterizado por alguma recuperação económico-financeira, apesar dos grandes custos sociais de ajustamento associados”, mas “uma vez concluídos estes programas, logo o sistema volta ao seu estado ‘normal’ de desgovernação”.

Para este académico, “mais do que sinal de esperança, estas intervenções demonstram, se ainda restassem dúvidas, que existem do ponto de vista técnico boas práticas (regras) de governo”. Lembra que “algumas dessas boas práticas até foram publicadas pelo FMI” e que “há muito que são conhecidas” entre “académicos, políticos, intelectuais, jornalistas, empreendedores e outros cidadãos portugueses bem informados”. Porém, alerta: “o mundo das ideias parece correr em paralelo ao mundo dos decisores políticos; não se tocam”. Ou, “são tangentes; tocam-se muito raramente”.

O investigador defende que “o grande desafio” passa por “novas formas de diálogo, colaboração interpartidária, confiança recíproca, consensos e acção colectiva capazes de criar, implementar e fiscalizar novas formas de gestão do Estado, em geral, e do sistema parlamentar, em particular, que sejam capazes de inovar”. E deixa o aviso: “É claro que tudo isto desafia a clausura do tribalismo partidário que caracteriza o actual sistema parlamentar”.


Consensos

Entre Junho e Agosto de 2013, André Corrêa d’Almeida recolheu a opinião de aproximadamente um milhar de portugueses, a viver em 59 países, sobre as instituições portuguesas, e anotou os aspectos que apresentavam maior consenso para uma eventual reforma. No topo, com 91,3%, surge a ideia de “não permitir que deputado(a)s acumulem cargos profissionais”. Uma percentagem idêntica (91%) concorda que “o país não consegue governar-se a si próprio”. Entre outros dados, alterar o sistema de financiamento dos partidos políticos reuniu 86,7%; reduzir o número de deputado(a)s eleitos para a Assembleia da República obteve 85,4%; aumentar penalizações individuais por más decisões políticas 85%; e atribuir aos tribunais maiores poderes para investigar a actividade política alcançou 81,7.

André Corrêa d’Almeida lançou outro inquérito a 49 deputados da Assembleia da República e oito do Parlamento Europeu, “com o objectivo de testar diferenças/semelhanças interpartidárias” sobre o tema da alteração da lei eleitoral e concluiu que “há mais a unir os partidos políticos do que a separá-los”.

Sobre a fórmula de conversão de votos em mandatos, apenas 23% defendem que se mantenha o sistema actual. Entre os que defendem mudanças (75%), a prioridade vai para a introdução de um sistema de voto misto (60%).

Outros dados: 47% defendem que se utilize os actos eleitorais para, em simultâneo, se referendar, com mais regularidade, propostas legislativas. Dois em cada três (63%) defendem eleições primárias abertas a militantes e simpatizantes do respectivo partido.

Na conclusão, Instrumentos para um diálogo urgente e uma visão comum do futuro, André Corrêa d’Almeida escreve que “não é por divergência ideológica sobre os assuntos que os acordos necessários a uma reforma do sistema parlamentar em Portugal não são alcançados, nem sequer tentados, nem “por falta de ideias ou conhecimento técnicos”. O que “tem causado o imobilismo institucional” são, nota, “processos de diálogo e negociações mal estruturados, falta de compromisso para o diálogo, bem como falta de confiança mútua entre os decisores políticos, que em conjunto exacerbam a actual polarização política”.

“Encerrar o estado de guerra e iniciar urgentemente um processo colectivo de definição e interpretação de um destino comum para o país é absolutamente crítico para a sobrevivência do Estado de Direito em Portugal”, lê-se.

André Corrêa d’Almeida sublinha que “três em cada quatro deputados querem que o sistema eleitoral da Assembleia da República se altere, mas nenhuma alteração substantiva foi alguma vez introduzida nos últimos 40 anos” e frisa que “o imobilismo institucional do sistema parlamentar em Portugal, de que a lei eleitoral é apenas um exemplo, é insustentável”.

O coordenador fala num “tribalismo político que impede o desenvolvimento e a institucionalização de uma ética política e de uma cultura de colaboração entre forças partidárias capazes de desbloquear as barreiras aos consensos necessários para a modernização e a reforma do sistema”.

Ao PÚBLICO, adiantou ainda o que pensa sobre propostas como as do líder do PSD, Rui Rio – que defende a redução de deputados através da representação dos votos brancos e nulos – ou do centrista José Ribeiro e Castro, para quem “o voto em branco também elege” uma “cadeira vazia”.

Corrêa d’Almeida admite que estas ideias possam “estimular o diálogo”, mas coloca ressalvas: “Se o objectivo é castigar os partidos políticos, por reduzir o número de candidatos eleitos e mostrar cadeiras vazias ao povo, para gáudio dos que se abstiveram, estar-se-ia a descredibilizar o sistema ainda mais”, diz, acrescentando que também se penalizam os partidos de menor expressão.

Para este investigador, “o diálogo, trabalho e caminho têm de ser outros”, têm de passar pelo “recrutamento e selecção dos candidatos”, pela “possibilidade de candidaturas extra-partidárias”, pela “formação e ética dos eleitos”, e por um “regime de incompatibilidades e impedimentos que verdadeiramente expurgue conflitos de interesse, no sentido de uma ética reconciliatória” para “desbloquear os principais factores institucionais de atraso, actualmente mais visíveis do que nunca”.



Fontes
  1. FC Porto - Benfica e todos os outros jogos às 20h15 de domingo”. Visão. Publicado a 26.04.2010 às 13h18. Recuperado a 19.06.2019 às 10h01. 
  2. Direita e esquerda”. Joaquim Aguiar. Jornal de Negócios. Publicado a 17 de Junho de 2019 às 21:50. Recuperado a 19 de Junho de 2019 às 13:53.
  3. Este livro quer ajudar Portugal a sair do “desgoverno””. Maria João Lopes. Público. Publicado a 16 de Junho de 2019, 12:41. Recuperado a 19 de Junho de 2019 às 13:53.

Referências

Etiqueta principal: Política.
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17 de junho de 2019

Alterações climáticas no passado, no presente, no futuro

International Meeting Paleoclimate: Changes and Adaptation.
Encontro Internacional sobre Paleoclima: Mudanças e Adaptação.
Coimbra, 18 e 19 de Junho de 2019.



O conhecimento dos climas e alterações climáticas do passado é fundamental à  compreensão do presente e a qualquer tentativa de previsão do futuro.



“Só compreendendo a natureza das alterações climáticas do passado é possível estabelecer, de forma séria e sustentada, modelos de previsão para o futuro. A discussão internacional sobre as alterações climáticas tem sido muito politizada, não tem aproveitado as lições do que o passado fornece – as alterações climáticas já acontecem há muitos milhões de anos –, para estabelecer padrões e cenários da variação do clima para o futuro”, afirmam, por seu turno, Maria Helena Henriques e Rui Pena dos Reis, do comité organizador da reunião.
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Os também docentes do Departamento de Ciências da Terra da FCTUC assinalam que o conhecimento, sempre baseado na ciência, “é crucial para enfrentar os desafios atuais”.
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“Por isso, com este encontro, pretendemos estimular uma discussão aberta sobre os sinais paleoclimáticos, a fim de melhorar o nosso olhar para o presente e fundamentar as perspetivas futuras sobre as alterações climáticas”, realçam.






Fontes
  1. "Mudanças climáticas do passado são fundamentais para o futuro do planeta". Jornal Económico com Lusa. Publicado a 13 Junho 2019, 11:45. Recuperado a 17 Junho 2019, 06:49.
  2. "International Meeting on Paleoclimate". Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Publicado a 22-06-2018 14:18. Recuperado a 17-06-2019 07:37



Etiqueta principal: Alterações Climáticas.
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12 de junho de 2019

Who Rules the World?

Matthew 4:8
Again, the devil taketh him up into an exceeding high mountain, and sheweth him all the kingdoms of the world, and the glory of them; And saith unto him, All these things will I give thee, if thou wilt fall down and worship me. Then saith Jesus unto him, Get thee hence, Satan: for it is written, Thou shalt worship the Lord thy God, and him only shalt thou serve.


Jerusalem Third Temple Prophecy: 

How Third Temple will trigger End of the World


The Third Temple of Jerusalem is a prophetic sign of the approaching apocalypse, doomsday preachers have warned, as rumours circulate the Jewish house of worship is about to be rebuilt.

At Daily Express 07:57, Tue, Feb 26, 2019 | UPDATED: 11:01, Wed, Feb 27, 2019




Governing the World: The History of an Idea









8 de junho de 2019

Barco Negro

Nazaré: Peixeira esperando o encalhe.



LARA LI
2010



MARIZA
2015
with lyrics in english



NEY MATOGROSSO
1980



AMÁLIA RODRIGUES
1962
with lyrics in english



JOANA
2014



JOANA AMENDOEIRA
2012



RAQUEL PETERS & OS ALMA
2011




Origem da imagem

Etiqueta principal: Música.
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6 de junho de 2019

Urgências: Sobre a realidade dos factos

Medicina de guerra”.
Visão. 29 de Janeiro de 2015.


Atendendo à nossa experiência de ontem – de minha mulher como paciente, minha como acompanhante – faz sentido:
  1. Transcrever o artigo “No mundo ideal não é preciso olhar para o mundo empírico”, publicado por Paulo Tunhas no Observador (2019-06-06T08:05:01+01:00).
  2. Referir o artigo “Costa, Louçã e o perigoso jogo de espelhos do SNS”, publicado por José Manuel Fernandes no dito Observador (2019-06-05T08:23:14+05:00).

Acho que devo acrescentar quatro coisas:
  1. Sou engenheiro, filho de dois médicos, irmão de um médico e de uma enfermeira, cunhado, ou concunhado, de médicos e enfermeiras, pai e tio de enfermeiros, e todos eles trabalharam, ou trabalham, para o Estado Português.
  2. Não concordo com tudo o que Paulo Tunhas e José Manuel Fernandes afirmam, ou propõem, mas concordo com a análise que fazem, particularmente com a análise filosófica de Paulo Tunhas.
  3. É de salientar o facto de, apesar de tudo, os serviços funcionarem com eficácia embora, por vezes, uma eficácia bastante impessoal.
  4. É de salientar a calma, a paciência, o verdadeiro estoicismo, de pacientes e acompanhantes.



No mundo ideal 
não é preciso olhar para o mundo empírico

Por Paulo Tunhas no Observador a 06 de Junho de 2019 ás 08 hora e 05 minutos

Costa arrisca tornar-se num dos mais nocivos primeiros-ministros da história recente. A não ser, é claro, que a vida na irrealidade seja dotada de misteriosas virtudes que escapam ao comum dos mortais.

Há uma maneira certa e segura para não resolver qualquer espécie de problema que se nos coloque: sermos incapazes de fixar a atenção nos casos particulares e concretos e logo voar para o reino do universal e abstracto, lidando com o particular e concreto apenas na medida em que ele encaixa no geral e abstracto tal como o entendemos e descurando tudo o resto.

Já dei há uns tempos este exemplo, que me diz pessoalmente respeito porque cheguei à idade em que as maleitas mais ou menos insidiosas nos atacam, capazes de nos levar desta para melhor. O Serviço Nacional de Saúde está caótico, é mal financiado, os tratamentos atrasam-se, médicos, enfermeiros e doentes (os célebres “utentes”) protestam, directores de serviço demitem-se um pouco por todo o lado. O que se faz? Procura o Estado resolver os problemas concretos? Não, é claro que não, era o que faltava. Passa-se de imediato para o universal, para o geral e abstracto, para o reino dos princípios eternos: discute-se uma nova Lei de Base da Saúde. Como  a logomaquia, a luta das palavras, tende a perpetuar-se indefinidamente, uma espessa corrente de fumo é lançada sobre o sofrimento e a angústia dos cidadãos inermes e poupa-se a chatice de resolver os problemas de que padece a ralé.

O salto para os princípios universais sem atenção prévia aos casos particulares (ou com voluntário e consciente silenciamento deles) é o último refúgio dos imbecis e o ambiente ideal para os fanáticos. Libertos das desconfortáveis amarras do empírico, os indivíduos entram no belo mundo das Ideias. Aí, a facilidade de acreditar não encontra qualquer resistência do real e o pensamento a crédito floresce ainda mais do que no curso comum dos negócios humanos, onde, de resto, já é o pão nosso de cada dia. As grandes causas mobilizam inteiramente o espírito e a logomaquia adquire imaginariamente as proporções cósmicas de uma gigantomaquia, traduzida numa luta sem quartel entre o Bem e o Mal, em que os participantes, para retomar uma imagem de Locke, não conseguem ver nada para lá do fumo das suas próprias chaminés.

Entramos no reino do tudo ou nada. Para quem tudo vê como um eterno combate de princípios, o compromisso encontra-se, por definição, excluído. O que acarreta, Raymond Aron lembrou-o há muito em O ópio dos intelectuais, que conte apenas o que se vê como uma libertação ideal e que qualquer libertação real seja liminarmente recusada como ilusória. O problema reside no simples facto de a libertação ideal —absoluta, total, sem resto, revolucionária— ser comprovadamente impossível, e a libertação real —parcial e reformista— ser a única possível. E reside igualmente no prestígio de que goza, mesmo nas mais pacatas e insuspeitas cabeças, a ideia de uma transformação revolucionária da realidade. Não creio que se possa deduzir sem mais o totalitarismo ao marxismo —ou, já agora, a Rousseau, ou a qualquer filosofia que mereça esse nome da história ou da sociedade—, mas a verdade é que Marx, ao procurar fornecer uma ossatura teórica e “científica” ao mito da Revolução, contribuiu decisivamente para tudo se ver a partir da radical oposição do tudo e do nada e para o militante desprezo pelos vários reformismos.

Mas o desprezo pelo particular e pelo concreto não precisa de se mostrar numa sua encarnação tão radical. Pode perfeitamente limitar-se a aspectos mais banais, que tendem no entanto a mergulhar a sociedade num sentimento quase esquizofrénico de irrealidade. Quando, por exemplo, num país em que a saúde e os transportes públicos se degradam muito visivelmente dia após dia e a mais elementar exigência burocrática se transforma num indescritível tormento para os cidadãos, se celebram com pompa e circunstância modernidades espúrias como a Web Summit e coisas afins, é o tal desprezo que está em acção. António Costa, tal como José Sócrates, não acredita no mito da Revolução e da libertação ideal, por muito que aqui e ali a conveniência o possa obrigar a um ou outro piscar de olhos nessa direcção, mas, tal como José Sócrates no seu tempo, que foi também o tempo dele, não nos esqueçamos, é dotado de uma extraordinária facilidade em voar do plano da realidade para o plano do ideal, onde não é preciso, nem convém, olhar para o baixo mundo empírico. No mundo ideal, entre outras coisas, a austeridade acabou. Que importa que no mundo empírico os seus efeitos se sintam cada vez mais dolorosamente na vida das pessoas?

Há sem dúvida quem encontre virtudes várias nesta esquizofrenia organizada. É no entanto permissível ver nela um sinal maior da corrupção da vida política na nossa sociedade. Uma corrupção que velozmente degrada o que ainda restava de confiança dos cidadãos na sua classe política. Como se o mundo dos políticos não fosse o mesmo que o nosso. António Costa arrisca-se, qualquer que seja a sua popularidade presente, a tornar-se num dos mais nocivos primeiros-ministros da nossa história recente. A não ser, é claro, que a vida na irrealidade seja dotada de misteriosas virtudes que escapam ao comum dos mortais. Dito de outra maneira: a não ser que o desprezo pelo concreto seja a garantia da nossa felicidade colectiva.






Fontes
  1. Medicina de guerra”. Visão. Publicado a 29 de Janeiro de 2015 às 10:23. Recuperado a 06 de Junho de 2019 às 10:23.
  2. No mundo ideal não é preciso olhar para o mundo empírico”. Paulo Tunhas. Observador. Publicado a 06 de Junho de 2019 ás 08:05. Recuperado a 06 de Junho de 2019 ás 15:14.
  3. Costa, Louçã e o perigoso jogo de espelhos do SNS”. José Manuel Fernandes. Observador. Publicado a 05 de Junho de 2019 ás 23:14. Recuperado a 06 de Junho de 2019 ás 15:19.




Etiqueta principal: Política à Portuguesa.

1 de junho de 2019

Porque escapou Portugal à Unificação Ibérica?


Os Domínios Espanhóis e Austríacos dos Habsburgos em 1700.
Não é mostrado o seu Império Ultramarino, mas é mostrada a divisão entre o Ramo Espanhol (vermelho) e o Ramo Austríaco (amarelo), bem como as respectivas perdas e ganhos.



Quora
Why was Portugal the only Iberian kingdom to escape unification?

Traduzida à letra a pergunta é:
Porque foi Portugal o único reino Ibérico a escapar à unificação?

Mas acho que fica melhor se reescrita como segue:
Porque escapou Portugal à Unificação Ibérica?



And my Answer was

Unification took place in 1580 and lasted until 1640 but …

In the period of the Unification Portugal was interested in its Empire – Africa, India, Brazil – and the Spanish Habsburgs were interested in the European Wars.

This situation resulted in the Portuguese Empire being attacked by Dutch, British and French, with grave prejudice of the interests of Portugal.

The solution the Portuguese found to solve the problem was to acclaim a Portuguese king, to wage war with the Spanish Habsburgs, and to make peace with the Dutch, the English, and the French.

The war with the Republic of the Seven United Netherlands lasted from 1595 to 1663 and the war with the Spanish Habsburgs from 1640 to 1668.



E a minha Resposta foi

A Unificação ocorreu em 1580 e durou até 1640, mas …

No período da Unificação, da União Ibérica, Portugal estava interessado no seu Império – África, Índia, Brasil – e os Habsburgos Espanhóis estavam interessados nas Guerras Europeias.

Esta situação levou a que o Império Português fosse atacado por Holandeses, Ingleses e Franceses, com grave prejuízo dos interesses de Portugal.

A solução encontrada pelos Portugueses para resolverem o problema foi aclamar um Rei Português, fazer guerra aos Habsburgos Espanhóis e fazer as pazes com os Holandeses, os Ingleses e os Franceses.

A guerra com a República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos durou de 1595 a 1663 e a guerra com os Habsburgo Espanhóis de 1640 a 1668.



A Guerra Luso-Neerlandesa foi a Primeira Guerra Global
Territórios do Império Português (verde).
Territórios do Império da República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos (laranja).
As zonas disputadas entre 1588 e 1654 surgem a tracejado.
A Holanda venceu no Arquipélago Malaio e Portugal venceu no Atlântico Meridional.



Fontes
  1. Why was Portugal the only Iberian kingdom to escape unification?”. Quora. Published May 31, 2019, circa 23:30.
  2. Imperio Habsburgo”. Wikipedia. Esta página se editó por última vez el 07 may 2019 a las 02:11. Recuperada el 01 may 2019 a las 10:14.
  3. Guerra Luso-Neerlandesa”. Wikipédia. Esta página foi editada pela última vez às 06h10min de 20 de abril de 2019. Recuperada às 14h06min de 01 de junho de 2019.

Referências

  1. Monarquia Católica”. Wikipédia. Esta página foi editada pela última vez às 04h20min de 27 de outubro de 2017. Recuperada às 15h44min de 01 de junho de 2019.
  2. "União Ibérica". Wikipédia. Esta página foi editada pela última vez às 19h50min de 15 de abril de 2019. Recuperada às 14h50min de 01 de junho de 2019.
  3. Casa de Habsburgo”. Wikipédia. Esta página foi editada pela última vez às 19h33min de 15 de novembro de 2018. Recuperada às 14h55min de 1 de junho de 2019.
  4. República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos”. Wikipédia. Esta página foi editada pela última vez às 19h33min de 15 de novembro de 2018. Recuperada às 14h57min de 1 de junho de 2019.
  5. Guerra Luso-Neerlandesa”. Wikipédia. Esta página foi editada pela última vez às 06h10min de 20 de abril de 2019. Recuperada às 14h59min de 01 de junho de 2019.
  6. Casa de Bragança”. Wikipédia. Esta página foi editada pela última vez às 15h21min de 30 de março de 2019. Recuperada às 15h28min de 01 de junho de 2019.
  7. Guerra da Aclamação”. Wikipédia. Esta página foi editada pela última vez às 13h22min de 27 de novembro de 2018. Recuperada às 15h10min de 01 de junho de 2019.
  8. Paz da Haia (1661)”. Wikipédia. Esta página foi editada pela última vez às 15h53min de 7 de abril de 2019. Recuperada às 15h06min de 01 de junho de 2019.
  9. Paz de Lisboa (1668)”. Wikipédia. Esta página foi editada pela última vez às 08h14min de 27 de maio de 2019. Recuperada às 15h14min de 01 de junho de 2019.

Etiqueta principal: História.

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