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28 de novembro de 2019

Chumbar ou não chumbar?

A propósito da actual polémica sobre a momentosa questão em epígrafe, Chumbar ou não chumbar?, lembrei-me de algo que a 3 de Abril de 2018 publiquei no meu descriado Facebook Profile "Álvaro Aragão Athayde".



Da Destruição do Sistema de Ensino Estatal

Nomenklatura, uma Classe de Funcionários Partidários Medíocres


O Sistema de Ensino Estatal tem vindo a ser destruído.

O Sistema de Ensino Estatal tem vindo a ser sistemática e propositadamente destruído.

O sistemática e propositadamente destruído pelos que afirmam ser De Esquerda, não pelos que afirmam ser De Direita.


Porquê???

A meu ver porque é a única forma de os Medíocres Filhos do 25 de Abril se perpetuarem no poder.

Se compararmos os próceres do 25 de Abril com os do 5 de OutubroMário Soares com Afonso Costa, Sá Carneiro com Brito Camacho, por exemplo – é mais que evidente que os segundos são muito melhores que os primeiros.

E se compararmos as primeiras, segundas e terceiras figuras da III e da I Repúblicas a diferença é, digamos assim, verdadeiramente assustadora.

O Pessoal Político da III República é, estatisticamente falando, medíocre ou mau, encontrando-se no entanto, como sempre acontece, alguns Diamantes no meio do Lixo.

Como pode então a Nomenklatura Abrilista, uma Classe de Funcionários Partidários Medíocres, perpetuar-se no poder e, o que é mais importante, transmitir esse poder aos seus descendentes?

Simples!

Destruindo o Sistema de Ensino Estatal e enviando os filhos para Escolas de Elite Não-Estatais – na sua maioria Católicas ou Estrangeiras –, escolas a que só tem acesso quem tem dinheiro e influência.

Um verdadeiro Ovo de Colombo!!!


Álvaro Athayde em Coimbra, a 3 de Abril de 2018.



Referências
  1. "Chumbar ou não chumbar?". Joana Mortágua. ionline. Publicado a 28 de Novembro de 2019. Recuperado a 28 de Novembro de 2019.
  2. "O Triunfo dos Porcos". Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página foi editada pela última vez às 20h48min de 24 de novembro de 2019. Recuperada às 14h25min de 28 de Novembro de 2019.
  3. O Triunfo dos PorcosGeorge Orwell. Publicações Europa-América, Lda.. Sem data de Publicação. Recuperado a 29 de Novembro de 2019. Nota: É um pdf do romance publicado por Mkmouse, uma revista mensal brasileira.
  4. "O triunfo dos porcos". Carlos Garcez Osório. Aventar. Publicado a 21 de Novembro de 2018. Recuperado a 29 de Novembro de 2019. Nota: Como esta publicação é posterior à minha não foi a esta que fui buscar a imagem, foi a outra, mas já me não lembro a qual.
  5. "Da Destruição do Sistema de Ensino Estatal". Álvaro Aragão Athayde. Álvaro Aragão Athayde's Dropbox. Carregado na Dropbox às 16h31min de 29 de Novembro de 2019.




Etiqueta principal: Nomenklatura.
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27 de novembro de 2019

Quem não está bem muda-se

o céu, o mar, um barco a largo, outro no horizonte
view of the ocean with a ship near the horizon
in
"Horizon"
Wikipedia, the free encyclopedia
This page was last edited on 26 November 2019, at 11:36 (UTC).
Retrieved on 27 November 2019, at 14:00 (UTC).



quem não está bem muda-se, faz-se à vida
quem passa a vida a reclamar morre amargo, de mãos a abanar



Muda de vida, se tu não vives satisfeito,
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar.
Muda de vida, não deves viver contrafeito,
Muda de vida se há vida em ti a latejar.

Ver-te sorrir, eu nunca te vi,
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti… ou pensas que tens… que ser assim?

Olha que a vida não
Não é, nem deve ser,
Como um castigo que
Tu terás que viver.

Muda de vida, se tu não vives satisfeito,
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar.
Muda de vida, não deves viver contrafeito,
Muda de vida se há vida em ti a latejar.

Ver-te sorrir, eu nunca te vi,
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti… ou pensas que tens… que ser assim?

Olha que a vida não
Não é, nem deve ser,
Como um castigo que
Tu terás que viver.

Muda de vida, se tu não vives satisfeito,
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar.
Muda de vida, não deves viver contrafeito,
Muda de vida se há vida em ti a latejar.

Muda de vida, se tu não vives satisfeito,
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar.
Muda de vida, não deves viver contrafeito,
Muda de vida se há vida em ti a latejar.




Etiqueta principal: Filosofia de Vida.
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26 de novembro de 2019

Apellidos Españoles de Origen Árabe

Mapa de al-Ándalus en 732, durante su mayor extensión.
Al-Ándalus.
Wikipedia, la enciclopedia libre.
Esta página se editó por última vez el 26 nov 2019 a las 10:16.
Recuperada el 26 nov 2019 a las 16:41.


Apellidos Españoles de Origen Árabe, es un trabajo de investigación sobre aquellos nombres de familia españoles que se han heredado de los árabes que vivieron en la Península Ibérica cerca de 800 años, formados a partir de su idioma, del árabe hispánico, y de otros dialectos regionales, como el mozárabe, y que se fueron adaptando, latinizando y castellanizando con el correr de los siglos.


Aclaración: En el minuto 1:05, donde se dice “al comienzo del siglo 7”, debe decir “al comienzo del siglo 8” (se trata del año 711 de la Era Cristiana). Fe de erratas.




Etiqueta principal: História.
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24 de novembro de 2019

História de Angola e de Portugal: LAD e LIS, 2.º Sem. '75

Cerimónia da Independência de Angola
11 de Novembro de 1975



História de Angola e de Portugal

Luanda e Lisboa no Segundo Semestre de 1975



Carlos Athayde partilhou, às 00:26 de 14 de Novembro de 2019, um texto de José Luís da Costa Sousa que José Lemos tinha publicado às 08:51 de 12 de Novembro de 2019.

Seguem-se a partilha de Carlos Athayde, o texto de José Lemos e os comentários na partilha de Carlos Athayde.
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CARLOS ATHAYDE
14 de novembro de 2019 às 00:26 ·
·
E Esta ... as memórias pessoais a falar...😎
Ainda faltam mais testemunhos de quem viveu e processionais estes acontecimento do passado. 👌👍🍀
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·
JOSÉ LEMOS
12 de novembro de 2019 às 08:51 · 
·
ANGOLA vs PORTUGAL vs URSS e CIA,
Tudo gente sem vergonha.

Retirado,

45 ANOS DEPOIS DA NEOCOLONIZAÇÃO DE ANGOLA PELA URRS... permito-me contar umas histórias por mim vividas durante a descolonização.... que são vergonhas ... que a História para sempre escondeu e esconderá.

Ago75, o MPLA tinha em curso a acção militar de expulsão do FNLA de Luanda, que gerou uns milhares de FNLA´s refugiados junto do Palácio do Governador/Alto Comissário, cargo na altura desempenhado pelo General Silva Cardoso, da Força Aérea Portuguesa.

Era eu então o Comandante Militar da Segurança do Palácio do Governador, dispondo para o efeito duma Companhia de Paraquedistas.

O MPLA comemorava a euforia psicopata da vitória em curso contra o FNLA e sua expulsão de Luanda (de 31Jul a 08Ago75) e à qual se seguiu de imediato a expulsão da UNITA (de 09Ago a 15Ago75)

O recolher era obrigatório, a morte e o terror tinham-se instalado e generalizado na cidade.

Os incontáveis mortos, dos massacres ocorridos nesses dias em Luanda, eram carregados em viaturas militares portuguesas e enterrados, por uma escavadora, em valas comuns, algures para os lados do campo de golfe.

Havia centenas de prisioneiros, brancos e negros, feitos pelo MPLA e detidos na Praça de Touros, no Morro da Luz, etc… onde eram torturados e assassinados, diariamente.

Eu próprio entreguei, por três vezes, ao Capitão Fernandes, da Força Aérea, Oficial de Ligação com o Alto Comissário, a lista exaustiva desses prisioneiros (cerca de 300), a pedido directo dos seus familiares, que em copiosas lágrimas de mortes adivinhadas, me pediram que acompanhasse, pessoalmente, o caso.

Assim fiz, de forma muito empenhada, até dias antes da Independência; todas as semanas vinham os seus familiares saber de decisões, e do Gabinete do Alto Comissário sempre me deram desculpas de engana tolos, pois, quer Luanda, quer Lisboa, não exigiram ao MPLA a libertação dos portugueses, tudo ainda sob soberania de Portugal.

Portugal abandonou-os lá à sua sorte e morte, mesmo depois da independência, por ordem vinda de Lisboa que, segundo o Capitão Fernandes, os apodavam de reaccionários e, como tal, potencialmente perigosos no regresso a Portugal

Um ano depois os prisioneiros feitos sob soberania portuguesa pelo MPLA, ainda lá estavam nas masmorras.

Fora da capital, o MPLA estava a ficar sob forte pressão militar em duas frentes, os Sul-africanos a Sul e o FNLA a Norte.

O dia da Independência aproximava-se e o controle militar e político de Luanda e do Governo de Transição eram fundamentais ao MPLA, para este justificar ser o único recipiente formal da Independência, como foi.

Apesar das vitórias em Luanda, com o apoio informal de Portugal, o potencial militar do MPLA, face à situação geral, não garantia que mantivesse Luanda até 11Nov75, dia da Independência.

O MPLA precisava de urgentes reforços militares de Cuba, braço armado da URSS; navios cubanos, com armamento e militares a bordo, em espera já nos limites das águas territoriais de Angola, aguardavam a oportunidade política e a ordem para os desembarcarem.

O ambiente em torno do Palácio do Governador era caos e drama.

O MPLA e o seu “poder popular”, varriam a cidade, continuamente, a altas velocidades em jeeps de caixa aberta, com metralhadoras fixas instaladas e abarrotados de “criminosos” armados com RPG´s, Kalashnikov´s e PPSH´s, etc…, fitas vermelhas nas acéfalas testas de Rambos negros, drogados, a maioria mercenários estrangeiros dos países vizinhos, urrando incessantemente “Vitória é Certa” e em busca de FNLA´s, que abatiam no acto.

Os dois milhares de militantes do FNLA, refugiados em torno do Palácio, à minha responsabilidade, aguardavam em terror a prometida evacuação para o Norte, a partir da Base Aérea nr 9 e da Base Naval na Ilha.

Ninguém das altas instâncias fez nada nesse sentido, excepto promessas de evacuações, pois havia riscos que não queriam assumir; tive eu, responsável da segurança do Palácio e dos refugiados, de ir solicitar viaturas ao exército, (ao ainda Coronel Firmino Miguel), nomear motoristas paraquedistas para o efeito e, dado o elevado risco de ataques do MPLA nas muitas travessias da cidade, eu comandei sempre as escoltas a estes movimentos; senti que não devia exigir riscos aos paraquedistas, que eu também não corresse.

Num destes dias, 14Ago75, todas as autoridades político militares portuguesas estavam reunidas no Palácio: - o Alto Comissário, General Silva Cardoso, o General Paraquedista H. Almendra, então Cmdt Militar da Defesa de Luanda, o General Valente, Cmdt da Região Aérea de Angola e o General Ferreira de Macedo, ex Cmdt da Zona Militar Leste, etc…

O “Descolonizador Mor do MFA”, Major Melo Antunes, Ministro sem Pasta, chegava nessa noite, vindo de Portugal, em missão urgente, o que significava algo de extraordinário.

Jornalistas e serviços secretos de muitas nacionalidades, agitados e nervosos, amontoavam-se à volta do Palácio, e adivinhavam ou sabiam de novidades.

Naquele dia de manhã, um providencial jornalista Brasileiro ao serviço da Reuters, claramente agente da CIA, pediu para falar comigo, alegando um assunto urgente e grave, para a segurança do Palácio.

Disse-me que, fontes muito fidedignas, lhe tinham passado a seguinte e inacreditável informação: -

“Hoje o MPLA, apoiado por forças do Exército e da Marinha Portuguesa, com a colaboração dum General do Exército Português já aqui presente no Palácio, que identificou pelo nome, vão à noite tomar de assalto o Palácio, deter o Alto Comissário, mais o General Cmdt Militar de Luanda e os militares portugueses que se opuserem, para o MPLA declarar, unilateralmente, a Independência, assumir o Poder e, afastado o governo Português, o MPLA pedir de imediato o apoio militar dos Cubanos"

Inocente eu de políticas, achei a história fantasiosa, reflectindo uma traição entre militares portugueses, que a ética e camaradagem militar não me permitiam acreditar ser possível; agradeci e nada fiz.

Passada uma hora, insistiu de novo em falar comigo e disse-me ter confirmado a informação (com a Reuters, disse), e que eu a devia tomar muito a sério; ele estava totalmente convicto do que me informava.

Pelo sim pelo não, reforcei a defesa do Palácio com mais 2 Pelotões de Para-quedistas, vindos do BCP 21.

Horas depois, 3:00 PM, o Sargento Paraquedista responsável pela segurança externa do Palácio, um minhoto duro, reportou-me que duas “Chaimites” da Polícia Militar portuguesa, tinham tentado penetrar a linha de segurança exterior e que, só depois de impedidas pela ameaça das armas paraquedistas recuaram... sem dizerem nada.

Estranhei, dei mais credibilidade à informação do jornalista, reforcei seriamente o efectivo com mais uma Companhia de Paraquedistas do BCP 21 e tornei, absolutamente rigorosas, as ordens para impedir, por todos os meios, a aproximação do Palácio, a quaisquer militares portugueses do Exército, Marinha e do MPLA.

Na descolonização de Angola, só mesmo a Força Aérea Portuguesa (FAP) foi sempre integra e leal a Portugal e aos militares portugueses, até ao fim.

Pedi para falar com o General Valente, Cmdt da Força Aérea em Angola, presente no Palácio, informei-o da situação, disse-me não acreditar, foi falar com o Alto Comissário e veio reafirmar-me, mais tarde, ser tudo especulação.

Entretanto e pela 3ª vez, a Polícia Militar portuguesa, desta feita, com sete viaturas e sob comando dum Capitão meu camarada da Academia, voltaram a tentar penetrar a defesa afastada exterior ao Palácio, mas, de novo impedidos pela ameaça séria das armas paraquedistas, recuaram.

Os militares do MPLA circulavam louca e raivosamente em torno da área do Palácio, ao largo.

Já sem quaisquer dúvidas, contactei de novo com o General Valente, e requeri ordens claras para defender ou não o Palácio, face à informação do Jornalista Brasileiro, que referia conivências entre alguns militares Portugueses e o MPLA e considerando os incidentes ocorridos aqui relatados com o Exército Português.

Foi o próprio General paraquedista Heitor H. Almendra que, pouco depois, veio reconfirmar-me no Jardim do Palácio, as ordens de defesa intransigente do Palácio, contra quem quer que fosse.

Já noite, subitamente, do exterior foram disparados tiros contra as sentinelas paraquedistas, sem as atingirem.

O dispositivo de defesa que eu tinha montado, reagiu de imediato e em força; tinha sido fogo de reconhecimento para testar a defesa.

Logo a seguir aos tiros, o primeiro elemento a sair do interior do Palácio, muito tenso e alarmado, foi o General do Exército, exactamente aquele que o jornalista me tinha nomeado como estando conivente com o MPLA, na execução de tal plano.

Visivelmente perturbado e zangado, o General interpelou-me de forma agressiva acerca do porquê de tal aparato de defesa, dizendo-me-: "Nunca vi para-quedistas tão nervosos; ao que respondi que não, não estavam nervosos, apenas prevenidos "

Depois de alguns desenvolvimentos, nada mais aconteceu; a determinação da defesa teria abortado o plano e isto, graças á informação do jornalista Brasileiro.

Cerca da meia-noite, chegou o Ministro sem Pasta e Executivo Mor da Descolonização, o Major Melo Antunes, que fez uma breve reunião no Palácio e foi encontrar-se de imediato, à 1:00 hora da noite, com o Dr. Agostinho Neto, na sua residência do Futungo de Belas, o que por si só diz da urgência dos assuntos a decidir.

Vinha validar e gerir as consequências da expulsão do FNLA e da UNITA de Luanda e deste golpe planeado, mas falhado e, acordar a entrada das tropas Cubanas em Angola.

Este sinistro Major, alma negra da revolução, foi sempre o omnipresente e omnipotente executor e condutor pró URSS da descolonização, armadilhando-a onde foi preciso para o efeito, por vezes, sem conhecimento do Presidente Spínola e dos Governos anteriores ao 28Set74, mas depois dessa data, sempre em sintonia com o Presidente Costa Gomes e com o PM Vasco Gonçalves, ambos afins e serafins obcecados do PCP/URSS.

Mais tarde Melo Antunes diria, cinicamente, que tinha sido “a descolonização possível, mas exemplar”

Tempos depois, onze da noite em Luanda, seguindo eu de carro mais a minha mulher, para um Hotel a caminho do BCP 21, onde eu estava instalado, encontrei-me frente a frente, na recta da Corimba, junto das bombas de gasolina da Sonangol, com uma coluna de umas 30 viaturas militares com Cubanos. (oficialmente não estavam e nem podiam estar ainda dentro de Angola!)

Deslocavam-se a coberto da noite e do recolher obrigatório, que eu não tinha respeitado; vinham da barra do Kwanza em direcção a Luanda e estavam a abastecer-se naquelas bombas.

Surpreendido e confuso parei, por sorte estava fardado, saí da viatura e identifiquei-me aos dois militares que se me dirigiram, um MPLA e outro Cubano; mandaram-me seguir, sem nada mais dizerem.

Portugal traiu assim, politicamente e de facto, os acordos de Alvor, assinados com os três movimentos, em benefício exclusivo do MPLA e da URSS.

Uns seis meses mais tarde em 76, já em Portugal, encontrei-me num juramento de bandeira em Tancos, com o Snr General Valente da FAP, com o qual tinha dialogado no Palácio em Luanda no decurso deste episódio e, que lá me tinha garantido, convicto, que a história do jornalista não tinha fundamento.

O General Valente dirigiu-se-me então, por sua iniciativa, no Clube de Oficiais do Regimento de Para-quedistas e, sem eu nada perguntar, em privado, disse-me: - “O Costa Sousa lembra-se daquele incidente em Luanda no Palácio?”

Respondi que sim e o General continuou: - “Pois eu confirmei já, aqui em Portugal, que de facto, aquele plano de assalto e tomada do Palácio existiu, tinha a intenção de declararem a Independência de Angola, era para executar e só falhou, pela resistência inesperada lá instalada”.

Caso o milagroso e misterioso jornalista Brasileiro, não me tivesse alertado para o traiçoeiro e criminoso projecto de Lisboa e do MPLA, paraquedistas portugueses poderiam ter sido mortos e presos por outros militares portugueses e pelo MPLA, tudo em nome da (in)dependência pró URSS, hoje já pró USA, de Angola.

Eram estes então os representantes do poder político em Portugal! Gentes desqualificadas, patriótica, ética, cívica e moralmente, sem quaisquer valores a não serem os dos seus egos e ambições pessoais, mais uns tantos inocentes úteis, crentes em idealismos utópicos, hoje enterrados nos cemitérios da História.

Tais gentes colocaram, muitas e variadas vezes, os portugueses, militares e civis, em situações de confrontação militar iminente entre si, como neste caso aqui reportado e também no 11Mar75, no 28Set74, no 25Nov75, tudo em defesa dos interesses anti Portugal da URSS e dos seus próprios oportunismos e ambições.

Este episódio, entre muitos outros, ilustra bem a irresponsabilidade duma descolonização anti africana e antiportuguesa, precipitada, feita sob ordens e pressão da URSS e não só, e que conduziu ao longo destas mais de quatro décadas, milhões de seres humanos à morte pela guerra, fome, doença e ao não futuro.

Um ideal político, por si só não é bom, sê-lo-á sim se, na prática, dele resultar mais felicidade e melhor viver para o povo a que se destina; não foi o caso.

Muitas das vezes o ideal ou as ideias são o pior inimigo dum povo, pois são apenas uma mistificação política e uma máscara de algo muito pior; foi o caso.

Enfim, misérias daquilo que foi o agonizar dum Portugal, que era até então grande, prestigiado, respeitado e sobretudo invejado nas suas riquezas ultramarinas, que se foram para terceiros, que não para os africanos.

“Os Países também se abatem e morrem” Aconteceu-nos.

PS. Angola, factos da sua Independência neocolonial

“Havia tantos Navios Cubanos ancorados na Baía de Luanda, que o Presidente Agostinho Neto, ao contá-los da sua janela, sentiu um estremecimento de pudor, próprio do seu carácter”

“Não é justo, disse ele a um funcionário amigo, por este caminho, Cuba vai arruinar-se”

Agostinho Neto, tendo dito isto, pelos vistos era um inocente, pouco iluminado pela inteligência e ignorante das coisas políticas reais, que não das etílicas.

No dia 26Jul75, já depois de Cuba ter recebido o 1º pedido de apoio militar do MPLA, feito em Maio de 75, Fidel Castro pediu a Otelo Saraiva de Carvalho, em Havana, que Portugal autorizasse a entrada de reforços militares Cubanos em Angola, ao que este respondeu afirmativamente.

Os navios Cubanos, com reforços militares para o MPLA em Angola, foram o “Vietnam Heróico”, que fundeou em Porto Amboim a 4 de outubro de 75, às 6:30 hrs da manhã, o “Coral Island” que chegou no dia 7 de outubro 75 e o “La Plata” a 11 de outubro 75 em Ponta Negra.

Chegaram sem licença e sem oposição de ninguém, mais de um mês antes da Independência.

E nos dias 7, 8 e 9Nov75, antes da independência a 11Nov, chegaram também durante a noite, ao aeroporto de Luanda, vários aviões militares Cubanos, com muito mais tropas e armamentos!

Angola era já terra sob pesada ocupação militar Cubana, braço armado da potência Neocolonizadora, a URSS, quando, a 11 novembro de 75, proclama e iça a Bandeira da sua Independência neocolonial!

Cuba, em nome e como máscara da URSS, tinha-se já substituído a Portugal!

José Luís da Costa Sousa 
Capitão Paraquedista (presente na descolonização de Angola)
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ORIGINAL https://www.facebook.com/herminio.lemos/posts/3060805160613746
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COMENTÁRIOS NA PARTILHA DE CARLOS ATHAYDE
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DUARTE PACHECO PEREIRA 
14 de novembro de 2019 às 16:03 ·
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A verdade é como o azeite, caro Carlos Athayde, vem sempre à superfície.

Foi por essas e por outras que a chegada dos Paraquedistas do Almendra a Lisboa "virou o jogo" em Portugal.

E nem precisaram de actuar, os Comandos do Jaime Neves, na sua quase totalidade veteranos já desmobilizados que regressaram ao activo, resolveram a questão limpamente.

Os Fusos não saíram, ao contrário do que tinham prometido, e o General Francisco da Costa Gomes, Presidente da República e Chefe do Estado-Maior General, após avaliação da situação aconselhou o Dr. Álvaro Barreirinhas Cunhal a mandar recolher o seu pessoal, conselho que este seguiu.

Assim se evitou a Guerra Civil e assim Costa Gomes e Cunhal são réus de "Traír a Revolução" no dizer da quase totalidade dos Bloquistas, de alguns Comunistas e de alguns Socialistas.
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CARLOS ATHAYDE
14 de novembro de 2019 às 19:44 ·
Carlos Athayde –> Duarte Pacheco Pereira Pois... Pois...
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ORIGINAL https://www.facebook.com/carlos.athayde.5/posts/2375921512537142
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FOTOGRAFIA
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“Cerimonia da Independência de Angola - 11 de Novembro de 1975”. Jesus Manolo Manolo. Flickr. Publicada a 22 de Março de 2008. Recuperada a 23 de Novembro de 2019. [https://www.flickr.com/photos/moitas61yahoocombr/2352218397/in/photostream/]

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Fonte
  • Old Boys Network. Recebido às 18:54 de 23 de Novembro de 2019.



Etiqueta Principal: História.
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22 de novembro de 2019

Lamento dos Imperfeitos



lamento dos imperfeitos
padre fábio de melo
lucy alves


Não sou perfeito
estou ainda sendo feito
e por ter muito defeito
vivo em constante construção

sou raro efeito
não sou causa e a respeito
da raiz que me fez fruto
desfruto a divina condição

em noites de céu apagado
eesenhos as estrelas no chão
em noites de céu estrelado
eu pego as estrelas com a mão
e quando a agonia cruza a estrada
eu peço pra deus me dar sua mão

sou seresteiro
sou poeta, sou romeiro
com palavra, amor primeiro
vou rabiscando o coração

vou pela rua
minha alma as vezes nua
de joelhos pede ao tempo
a ponta do seu cobertor

vou pelo mundo
cruzo estradas, num segundo
mundo imenso, vasto e fundo
todo alojado em meu olhar

sou retirante
sou ao rio semelhante
se me barram, aprofundo
depois vou buscar outro lugar



Etiqueta principal: Música.
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19 de novembro de 2019

De Versalhes a Wall Street (1919-2008)




Colóquio Internacional 

De Versalhes a Wall Street (1919-2008)

19 de novembro de 2019, Anfiteatro III (FLUC)


Progress, far from consisting in change, depends on retentiveness. When change is absolute there remains no being to improve and no direction is set for possible improvement: and when experience is not retained, as among savages, infancy is perpetual. Those who cannot remember the past are condemned to repeat it.
in Reason in Common Sense, Volume 1: The Life of Reason by George Santayana.


Gostei.

Gostei especialmente da última comunicação da sessão de trabalho da manhã e da primeira comunicação da segunda parte da sessão de trabalho da tarde:
  • Da economia de guerra à economia de paz. Crise e reconstrução no pós II Guerra Mundial”, Maria Fernanda Rollo (IHC-NOVA FCSH);
  • O capitalismo em Portugal depois do fim da história: as dinâmicas do neoliberalismo incrustado”, João Rodrigues (FEUC e CES).

Solicitei que me enviassem o texto da conferência de abertura Benito Mussolini, the first modern dictator: child of Italy's war?, Richard Bosworth (Jesus College, Oxford), texto que o conferencista já disponibilizou.

Pela parte que me toca gostaria de poder dispor dos textos das comunicação de que gostei especialmente, ou mesmo só de uma sua versão preliminar.


Programa



Post scriptum
No colóquio, na segunda comunicação da sessão de trabalho da manhã 
  • “Os impérios e os seus descontentes no entre-guerras”, Pedro Aires Oliveira (IHC-NOVA FCSH), 

Mas estas menções foram ocasionais e perfeitamente “laterais” num colóquio muito centrado no Triângulo_Berlim-Roma-Washington,_D.C. e nada centrado no Quadrilátero_Soio-Pemba-Maputo-Moçâmedes.
14:53_20-Nov-2019



Etiqueta principal: História.
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12 de novembro de 2019

Retornados

Lisboa, Cais de Alcântara 1975.
in
Testemunho de quem deixou Angola - Rede Angola - Notícias independentes sobre Angola


Será possível que, algum dia, os retornados voltem a ter (ou a receber uma compensação monetária) por tudo o que perderam no Ultramar?

Não.

Os Retornados foram, são os que ainda são vivos, Refugiados de Guerra, fugiram para não serem mortos aplicando o velho ditado Que vão os anéis, que fiquem os dedos.

Acresce que a grande maioria era gente modesta —funcionários públicos, artífices, pequenos agricultores, pequenos comerciantes— que nem perderam muito porque não tinham muito.

Quem realmente tinha muito, tipo Diamang e Gulf Oil em Angola, limitou-se a deixar de pagar em Lisboa, ao Governo de Marcelo Caetano, e começar a pagar em Luanda, ao Governo de Agostinho Neto.

Referências
  1. Blogue Bravos “Retornados”, Refugiados, Deslocados, Espoliados…
  2. Livro A Sombra do Imbondeiro - Estórias e Memórias de África
  3. Livro O Último Ano em Luanda
  4. Livro Mais um Dia de Vida
  5. Livro O Retorno
  6. Livro Homens de Pó
  7. Livro Os Retornados Mudaram Portugal


Quora pergunta

Quora respostas
  1. resposta de Álvaro Aragão Athayde, abaixo transcrita.
  2. resposta de Canis Pugnax.
  3. Os comentários de Álvaro Aragão Athayde à resposta de Canis Pugnax e as respostas deste último.



Etiqueta principal: Retornados.
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10 de novembro de 2019

Ariano Suassuna


A CHEGADA DE ARIANO SUASSUNA NO CÉU

poema
A Chegada de Ariano Suassuna ao Céu
de
Klévisson Viana e Bule-Bule

declamado
por
Rolando Boldrin


Nos palcos do firmamento
Jesus concebeu um plano
De montar um espetáculo
Para Deus Pai Soberano
E, ao lembrar de um dramaturgo,
Mandou buscar Ariano.

Jesus mandou-lhe um convite,
Mas Ariano não leu.
Estava noutro idioma,
Ele num canto esqueceu,
Nem sequer observou
Quem foi que lhe escreveu.

Depois de um tempo, mandou
Uma segunda missiva.
A secretária do artista
Logo a dita carta arquiva,
Dizendo: — Viagem longa
A meu mestre não cativa.

Jesus sem ter a resposta
Disse torcendo o bigode:
— Eu vejo que Suassuna
É teimoso igual a um bode.
Não pode, mas ele pensa
Que é soberano e pode!

Jesus, já perdendo a calma,
Apelou pra outro suporte.
Para cumprir a missão,
Autorizou Dona Morte:
— Vá buscar o escritor,
Mas vê se não erra o corte!

A morte veio ao País
Como turista estrangeiro,
Achando que o Brasil
Era só Rio de Janeiro.
No rastro de Suassuna,
Sobrou pra Ubaldo Ribeiro.

Porém, antes de encontrá-lo,
Sofreu um constrangimento
Passando em Copacabana,
Um malfazejo elemento
Assaltou ela levando
Sua foice e documento.

A morte ficou sem rumo
E murmurou dessa vez:
— Pra não perder a viagem
Vou vender meu picinez
Para comprar outra foice
Na loja de algum chinês.

Por um e noventa e nove
A dita foice comprou.
Passando a mão pelo aço,
Viu que ela enferrujou
E disse: — Vai essa mesma,
Pois comprar outra eu não vou!

A morte saiu bolando,
Sem direção e sem tino,
Perguntando a um e a outro
Pelo escritor nordestino,
Obteve informação,
Gratificando um menino.

Ao encontrar João Ubaldo,
Viu naufragar o seu plano,
Se lembrando da imagem
Disse: — Aqui há um engano.
Perguntou para João
Onde é que estava Ariano.

Nessa hora João Ubaldo,
Quase ficando maluco,
Tomou um susto arretado,
Quando ali tocou um cuco,
Mas, gaguejando, falou:
—Ele mora em Pernambuco!

A morte disse: — Danou-se
Dinheiro não tenho mais
Para viajar tão longe,
Mas Ariano é sagaz.
Escapou mais uma vez,
Vai você mesmo, rapaz!

Quando chegou lá no Céu
Com o escritor baiano,
Cristo lhe deu uma bronca:
— Já foi baldado o meu plano.
Pedi um da Paraíba
E você trouxe um baiano.

João Ubaldo é talentoso,
Porém não escreve tudo.
“Viva o Povo Brasileiro”
É sua obra de estudo,
Mas quero peça de humor,
Que o Céu tá muito sisudo.

Foi consultar os arquivos
Pra ressuscitar João,
Mas achou desnecessário,
Pois já era ocasião
Pra ele vir prestar contas
Ali na Santa Mansão.

Jesus olhou para a Morte
E disse assim: — Serafina,
Vejo não és mais a mesma.
Tu já foste mais malina,
Tá com pena ou tá com medo,
Responda logo, menina?!

— Jesus, eu vou lhe falar
Que preciso de dinheiro.
Ariano mora bem
No Nordeste brasileiro.
Disse o Cristo: —Tenho pressa,
Passe lá no financeiro!

— Só faço que é pra o Senhor.
Pra outro, juro não ia.
Ele que se conformasse
Com o escritor da Bahia.
Se dependesse de mim,
Ariano não morria.

A morte na internet
Comprou passagem barata.
Quase morria de susto
Naquela viagem ingrata.
De vez em quando dizia:
— Eita que viagem chata!

Uma aeromoça lhe trouxe
Duas barras de cereais.
Diz ela: — Estou de regime.
Por favor, não traga mais,
Porque se vier eu como,
Meu apetite é voraz!

Quando chegou no Recife,
Ficou ela de plantão
Na porta de Ariano
Com sua foice na mão,
Resmungando: — Qualquer hora
Ele cai no alçapão!

A morte colonizada,
Pensando em lhe agradar,
Uma faixa com uma frase
Ela mandou preparar,
Dizendo: “Welcome Ariano”,
Mas ele não quis entrar.

Vendo a tal faixa, Ariano
Ficou muito revoltado.
Começou a passar mal,
Pediu pra ser internado
E a morte foi lhe seguindo
Para ver o resultado.

Eu não sei se Ariano
Morreu de raiva ou de medo.
Que era contra estrangeirismos,
Isso nunca foi segredo.
Certo é que a morte o matou
Sem lhe tocar com um dedo.

Chegou no Céu Ariano,
Tava a porta escancarada.
São Pedro quando o avistou
Resmungando na calçada,
Correu logo pra o portão,
Louvando a sua chegada.

Um anjinho de recado
Foi chamar o Soberano,
Dizendo: – O Senhor agora
Vai concretizar seu plano.
São Pedro mandou dizer
Que aqui chegou Ariano.

Jesus saiu apressado,
Apertando o nó da manta
E disse assim: — Vou lembrar
Dessa data como santa
Que a arte de Ariano
Em toda parte ela encanta.

São Pedro lá no portão
Recebeu bem Ariano,
Que chegou meio areado,
Meio confuso e sem plano.
Ao perceber que morreu,
Se valeu do Soberano.

Com um chapelão de palha
Chegou Ascenso Ferreira,
O grande Câmara Cascudo,
Zé Pacheco e Zé Limeira.
João Firmino Cabral
Veio engrossar a fileira.

E o próprio João Ubaldo
(Que foi pra lá por engano)
Veio de braços abertos
Para abraçar Ariano.
E esse falou: – Ubaldo,
Morrer não tava em meu plano!

Logo chegou Jorge Amado
E o ator Paulo Goulart.
Veio também Chico Anysio
Que começou a contar
Uma anedota engraçada
Descontraindo o lugar.



Me dê Sua Tristeza, Que lhe Dou Minha Alegria
em
Homenagem a Ariano Suassuna

no
Canal de TV da Universidade de Brasília
em
Julho de 2014








Fontes
  1. “A Chegada de Ariano Suassuna no Céu”, poema declamado por Rolando Boldrin”. Pensar Contemporâneo. Sem data de publicação. Recuperado a 09 de Novembro de 2019, às 19.16.
  2. "Poema “A Chegada de Suassuna no Céu” recitado por Rolando Boldrin". Sr. Brasil. YouTube. Publicado a 06 de Março de 2016. Recuperado a 09 de Novembro de 2019.
  3. Especial: Homenagem a Ariano Suassuna”. UnBTV. YouTube. Publicado a 24 de Julho de 2014. Recuperado a 09 de Novembro de 2019.
  4. Ariano Suassuna”. Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página foi editada pela última vez às 20h53min de 27 de julho de 2019. Esta página foi editada pela última vez às 20h5omin de 11 de outubro de 2019.
  5. Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-volta”. Amazon Brazil. Sem data de publicação. Recuperado a 09 de Novembro de 2019, às 20:57.



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