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31 de outubro de 2018

Falsidade Ideológica





Luís Marques Mendes vai substituir António Vitorino na presidência da mesa da assembleia-geral do Banco Caixa Geral, filial da Caixa Geral de Depósitos em Angola.

Entram na política pobres, saem da política ricos…

Mas, confesso, isso até nem me incomoda muito.

O que me incomoda, e muito, é a falsidade, o dizerem uma coisa e fazerem outra.

E infelizmente não são só estes dois, nem só os partidos deste dois



Referência
“Competência” e “visibilidade” levam Marques Mendes para CGD em Angola – Correio da Manhã.

Origem da imagem
“Falsidade Ideológica” – Entropia Social.


Etiqueta principal: Política.
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30 de outubro de 2018

Tombe la neige

Tombe la neige - Salvatore Adamo




Notre monde aujourd'hui…



Il a neigé toute la nuit. Voilà ma matinée.


08:00 
: je fais un bonhomme de neige.

Un bon bonhomme de neige.

08:10 
: une féministe passe et me demande pourquoi je n’ai pas fait une bonne femme de neige.

08:15 
: alors je fais aussi une bonne femme de neige.

08:17 
: la nounou des voisins râle parce qu’elle trouve la poitrine de la bonne femme de neige trop voluptueuse.

08:20 
le couple d’homo du quartier grommelle que ça aurait pu être deux bonshommes de neige.

08:25 
: les végétariens du n°12 rouspètent à cause de la carotte qui sert de nez au bonhomme. Les légumes sont de la nourriture et ne doivent pas servir à ça.

08:28 
: on me traite de raciste car le couple est blanc.

08:31 
les Musulmans de l’autre coté de la rue veulent que je mette un foulard à ma bonne femme de neige.

08:40 
: quelqu’un appelle la police qui vient voir ce qui se passe.

08:42 
: on me dit qu’il faut que j’enlève le manche à balai que tient le bonhomme de neige car il pourrait être utilisé comme une arme mortelle. Les choses empirent quand je marmonne : « ouais; surtout si vous l’avez dans le … ».

08:45 
: l’équipe de TV locale s’amène. Ils me demandent si je connais la différence entre un bonhomme de neige et une bonne femme de neige. Je réponds: «oui; les boules » et on me traite de sexiste.

08:52 
: mon téléphone portable est saisi, contrôlé et je suis embarqué au commissariat

09:00 
: je parais au journal TV; on me suspecte d’être un terroriste profitant du mauvais temps pour troubler l’ordre public.

09:10 
: on me demande si j’ai des complices.

09:29 
: un groupe djihadiste inconnu revendique l’action.


Morale 
: il n’y a pas de morale à cette histoire. C’est juste la France, la Belgique dans laquelle nous vivons aujourd’hui.



Origine du texte 
: Réseau des Vieux Garçons.

Source de l'image 


Etiqueta principal: Ideologia.
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JEWS · MONEY · RACE



As palavras jews (“judeus”), money, (“dinheiro”), race (raça) – ou outras delas derivadas, ou com elas estreitamente relacionadas – aparecem e reaparecem com extrema frequência nas publicações em Língua Inglesa, especialmente nas com origem Britânica, ou Estadunidense.

Porque será?



Etiqueta principal: Ideologia.
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29 de outubro de 2018

Brasil – Presidenciais 2018


Estados  &  Regiões
Mapa político-administrativo do Brasil – Wikipédia.

PSL = Bolsonaro  &  PT = Haddad
Presidenciais de 2018 no Brasil: Quem ganhou em cada estado – Gazeta do Povo.

Verde = Bolsonaro  &  Vermelho = Haddad
Presidenciais de 2018 no Brasil: Votação presidencial nos municípios – Valor Económico.

Roxo = Bolsonaro  &  Vermelho = Haddad

Presidenciais de 2018 no Brasil: Como o Brasil votou no segundo turno – Nexo Jornal.

Regiões  versus  Votações

Estados e Regiões (Wikipédia) versus Como o Brasil Votou (Nexo Jornal).

Observando os mapas é por demais evidente que: 
  • Votaram maioritariamente Haddad as Regiões Norte (≈18 Mhab) e Nordeste (≈57 Mhab).
  • Votaram maioritariamente Bolsonoro as Regiões Centro-Oeste (≈16 Mhab), Sudeste (≈85 Mhab) – com excepção do Estado de Minas Gerais (≈29 Mhab) que está partido ao meio – e Sul (≈29 Mhab).
Ora, e curiosamente, a população das regiões que votaram Haddad e Bolsonaro têm ascendências distintas, de épocas distintas: 
  • O Brasil que votou Haddad é, por assim dizer, o Brasil Tradicional, o Brasil do Estado (1549 – 1815), do Reino (1815 – 1822/1825) e do Império (1822/1825 – 1889) e a sua população é, maioritariamente, de ascendência Ameríndia, Portuguesa, Sefardim e Africana (de Línguas Nigero-Congolesas, principalmente de Línguas Bantas).
  • O Brasil que votou Bolsonaro é, por assim dizer, o Brasil Industrial, o Brasil da República Velha (1889 – 1930), da Era Vargas (1930 – 1946), da República Populista (1946 – 1964), da Ditadura Militar (1964 – 1985) e da actual Nova República (1985) e a sua população é, maioritariamente, de ascendência Portuguesa, Castelhana, Italiana, Alemã e Asquenazim.
Parece-me pois que a fractura Bolsonaro-Haddad é muito mais uma Fractura Cultural (descendente de meridionais versus descendentes de setentrionais) do que uma Fractura Económica (possidentes versus não-possidentes) ou uma Fractura Política (autoritários versus libertários ou inigualitários versus igualitários).

28 de outubro de 2018

Laurinha, uma Cantiga de Escárnio e Maldizer


Miguel Araújo canta Dona Laura.






Olha a Laurinha lá vai toda decidida
Diz que é crescida e que prescinde dos conselhos do pai
Olha ela, lá vai toda destemida
Dona da vida nem duvida que é por ali que vai
Olha a Laurinha à cabeça da charanga
Das raparigas do recreio do liceu onde ela anda
E manda na dinâmica da escola
Não vai à bola com a setôra de História
E não disfarça e faz a vida negra à criatura
É a ditadura de quem manda só porque sim

Olha a Laurinha que já fuma às escondidas do pai
Com a mesada de alguém
Ainda namora às escondidas da mãe
Enquanto diz que não tem medo
De nada nem ninguém

Vai, dança até ser dia
Que a vida são dois dias
E tu vais ser alguém
Igual à tua mãe
Um olho na novela
E o outro na panela
Um dia vais ser tão Dona Laura como ela

Olha a Laurinha toda cheia de cidade
Sem ter idade para sequer votar na junta daqui
Sempre que a chamam ao quadro desatina e nada diz
Mas bem que opina sobre o estado a que chegou o país
Olha a Laurinha lá vai cheia de prestígio
Nenhum vestígio da miúda outrora santa e singela
E a mãe dela fica a vê-la da janela
Ainda se lembra bem do tempo em que a Laurinha era ela

A fumar às escondidas do pai com o dinheiro que alguém
Subtraiu da carteira da mãe
Enquanto diz ao mundo que ainda há-de vê-la ser alguém

Vai, canta até ser dia
Que a vida são dois dias
E tu vais ser alguém
Que é tal e qual a mãe
Um olho na novela
O outro na panela
Um dia vais ser tão Dona Laura como ela

Aproveita agora
Que há-de chegar a hora
Que não poupa ninguém
Vais ser igual à tua mãe
A filha pela trela
Repete-se a novela
Um dia vais ser tão Dona Laura como ela




Etiqueta principal: Música.
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A “esquerda” reaccionária


Arnaldo Matos arrasa o Bloco de Esquerda – Portugal Glorioso.



João Miguel Tavares afirma "a esquerda tornou-se profundamente conservadora" e eu discordo!

A “esquerda” é, e sempre foi, profundamente reaccionária.

A “esquerda” quer, e sempre quis, regressar a um tempo que, nunca tendo existido, a “esquerda” imagina que existiu.

Mas primeiro o artigo, depois o comentário.


O ARTIGO

A esquerda chamou os fascistas; os fascistas vieram


O tema da “culpa da esquerda” é absolutamente essencial para explicar a ascensão de figuras como Jair Bolsonaro.

Por João Miguel Tavares no Público a 25 de Outubro de 2018 às 6:28


Durante vários anos, eu fui fascista. De vez em quando ainda sou. Aliás, ali entre 2011 e 2015, tive imensa companhia. Foi o tempo em que Passos Coelho era fascista. Angela Merkel era fascista. Rui Ramos era fascista. José Manuel Fernandes era fascista. Helena Matos era fascista. Henrique Raposo era fascista. Éramos todos fascistas e, a bem dizer, consoante os dias, e os assuntos em discussão, continuamos a sê-lo. Ser fascista é a profissão de acesso mais fácil em Portugal – basta defender com algum fervor posições que a esquerda não gosta. Menos Estado? Fascista. Crítica aos delírios verbais das políticas de identidade? Fascista. Delação premiada para combater a corrupção? Fascista.

Tal como na fábula do pastor e do lobo, tantas vezes a esquerda gritou pelo fascismo, que o fascismo finalmente apareceu. Não é o fascismo dos anos 30, com certeza, mas muitas das suas características estão lá – o mesmo amor pela autoridade, o mesmo ódio ao outro, o mesmo culto da violência, o mesmo desprezo pelas minorias, o mesmo desrespeito pelos contrapesos democráticos, a mesma devoção às personalidades messiânicas. É aquilo a que a língua inglesa chama “self-fulfilling prophecy”, uma profecia que acaba por se cumprir porque o seu obsessivo anúncio ajudou, e muito, a que ela viesse a concretizar-se. E é nesse sentido que o tema da “culpa da esquerda” é absolutamente essencial para explicar a ascensão de figuras como Jair Bolsonaro, pois ele é o produto desta nova configuração do mundo: a esquerda tornou-se profundamente conservadora, recusando qualquer mudança no statu quo; e esta nova direita, de Trump, Bolsonaro ou Duterte, ocupou o espaço revolucionário, anunciando mudanças radicais e o combate aos interesses instalados.

Não ver isto, ou não admitir isto, é circular pelo espaço público com duas palas nos olhos, actividade a que vejo demasiada gente dedicada. Leio articulistas portugueses comovidos sobre a importância de manter o Brasil democrático ao mesmo tempo que nos seus textos continuam a classificar Lula da Silva como um preso político e a destituição de Dilma como um golpe de Estado. Vejo gente convencida de que o Brasil só caiu nas mãos de Bolsonaro por causa das fake news, como se mais de 50 milhões de brasileiros estivessem hipnotizados pelo WhatsApp, quando os únicos grupos que apoiam maioritariamente o PT são os mais pobres e os menos instruídos. Assisto aos clamores para que Fernando Henrique Cardoso tome uma posição pró-Haddad, como se algum brasileiro, nesta altura do campeonato, fosse alterar o seu sentido de voto por causa dos conselhos de um membro da sua elite política.


O COMENTÁRIO

A “esquerda” reaccionária


A “esquerda” é, e sempre foi, profundamente reaccionária.

Por Álvaro Aragão Athayde em coisas & loisas a 28 de Outubro de 2018 às 1:55


João Miguel Tavares afirma "a esquerda tornou-se profundamente conservadora" e eu discordo!

A “esquerda” é, e sempre foi, profundamente reaccionária.

A “esquerda” quer, e sempre quis, regressar a um tempo que, nunca tendo existido, a “esquerda” imagina que existiu.

A “esquerda” quer A REVOLUÇÃO que a “esquerda” acha que Francisco da Costa Gomes, o Chico Rolha, e Álvaro Barreirinhas Cunhal, o Cavalo Branco, trariam em 1975, no 25 de Novembro.

Trairam A REVOLUÇÃO em 1975, no 25 de Novembro, o primeiro, o Chico Rolha, quando disse ao segundo para mandar recolher a betoneiras do Jota Pimenta, e o segundo, o Cavalo Branco, quando as mandou recolher.

A “esquerda” imagina que vai conseguir realizar hoje, no tempo da decepcion e das fakes news dos Neocons, Neolibs, Liberal Internationalists, Liberal Hawks, Pro-War Leftists, Anti-Germans, etc., A REVOLUÇÃO que em 1975 Costa Gomes, Cunhal e Suslov falharam em 1975.

Entretanto, e como sempre tem acontecido, enquanto a profetizada Sociedade Sem Classes não chega a “esquerda” defende as Conquistas De Abril e aproveita-se das Contradições do Capitalismo .



Referências
  1. A esquerda chamou os fascistas; os fascistas vieram – Público.
  2. Francisco da Costa Gomes | Wikipédia, a enciclopédia livre.
  3. Álvaro Cunhal | Wikipédia, a enciclopédia livre.
  4. Morreu o construtor do “Pois, pois Jota Pimenta” – Observador.
  5. neocon – Urban Dictionary.
  6. neolib – Urban Dictionary.
  7. Neoconservatism | Wikipedia, the free encyclopedia.
  8. Neoliberalism | Wikipedia, the free encyclopedia.
  9. Neoliberalism (international relations) | Wikipedia, the free encyclopedia.
  10. Liberal internationalism | Wikipedia, the free encyclopedia.
  11. Liberal hawk | Wikipedia, the free encyclopedia.
  12. Pro-war Left | Wikipedia, the free encyclopedia.
  13. Anti-Germans (political current) | Wikipedia, the free encyclopedia.
  14. Mikhail Suslov | Wikipedia, the free encyclopedia.
  15. Sociedade sem classes | Wikipédia, a enciclopédia livre.
  16. Trabalhadores. Conheça as conquistas de abril – Sol.
  17. Contradições do Capitalismo – Passei Direto.

Origem das imagens
  • Arnaldo Matos arrasa o Bloco de Esquerda – Portugal Glorioso.

Etiqueta principal: Portugal.
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27 de outubro de 2018

DDT eleitoral


DDT eleitoral.



A Formiga, com raiva da Barata, votou no Insecticida.

E todo o mundo morreu.

Inclusive o Grilo, que se absteve do voto.




From: Old Boys Network.



Etiqueta principal: Curtas.
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23 de outubro de 2018

Há, ou não, Alemães Nativos?


A Europa no Último Máximo Glacial (cerca de 26.500 anos atrás).

Dizem que o Sr. Frank-Walter Steinmeier [1], actual presidente da República Federal da Alemanha [2] afirmou “Não há Alemães Nativos, somos uma Nação de Imigrantes” [3, 4, 5, 6], afirmação que ele parece não ter feito – não ter feito nesses exactos termos, pelo menos –, mas que, se a tivesse feito, não teria afirmado nada que não fosse verdadeiro.


Um mapa de Padrões de Vegetação durante o Último Máximo Glacial (cerca de 26.500 anos atrás).

Há época do Último Máximo Glacial [7], cerca de 26.500 anos atrás, a região da Península Europeia onde hoje se situa a Alemanha estava vazia de Homo sapiens [8]Homo sapiens neanderthalensis [9] ou Homo sapiens sapiens [10] – porque era completamente inóspita – calote polar ou deserto polar – e assim terá permanecido até ao início do Tardiglaciar [11], cerca de 13.000 anos atrás.

Principais características fisiográficas do Paleárctico no Último Máximo Glacial. A vegetação foi simplificada em não-arborizada (tundra) e arborizada ou semi-arborizada (estepe com árvores dispersas, savana e floresta). O corredor central fornecido pela Planície Eurasiática, dominado pelas comunidades da estepe-tundra, é visível entre as camadas de gelo e os lagos com gelo no norte e a faixa a latitudes médias (MLB), os desertos e o Mediterrâneo no sul. O MLB é a faixa de terras topograficamente heterogéneas, em grande parte montanhosas, que se estende desde as cordilheiras do Atlas (Marrocos) e Bética (Espanha), no oeste, até aos Montes Altai (Sibéria), no leste. O Norte da África está relativamente isolado pelo Mediterrâneo o norte e pelo Saara expandido a sul. A distribuição das indústrias da família Aurignaciana (não mostrada) corresponde de perto à área geográfica máxima ocupada pelos Neandertais na Eurásia (área limitada pela linha vermelha), que, por sua vez, coincide com a MLB. No Norte da África, as indústrias Mousterianas estão associadas a humanos anatomicamente modernos (AMHs), não havendo fósseis de Neandertais conhecidos daquela região. As sub-regiões Paleárcticas são separadas por linhas pontilhadas.

Portanto quem vive hoje na Alemanha – lá nascido ou lá não nascido – ou bem que para lá se deslocou recentemente, e é imigrante, ou bem que descende de alguém que para lá se deslocou anteriormente, e é descendente de imigrante.

Entretanto, como todos bem sabemos e os artigos e seus comentários bem demonstram, a questão de fundo não é esta mas sim o saber-se se Alemães são, , os filhos dos Alemães, jus sanguinis [12], se são, também, os filhos dos Não-Alemães que foram para Alemanha trabalhar, jus soli [13]Isso e, evidentemente, a gestão de uma Cultura do Descontentamento [14] e das preocupações dos Alemães com o elevado número de Metecos [15] actualmente na Alemanha residentes [16, 17, 18].



Referências
  1. Frank-Walter Steinmeier | Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
  2. Alemanha | Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
  3. German President Declares There are ‘No Native Germans, We are a Nation of Immigrants’ – Breitbart News.
  4. „Es gibt keine Deutschen auf Bewährung“ – Die Welt.
  5. President Steinmeier says suspicion of migrants is shameful for Germany – Daily Sabah.
  6. No native Germans? – Kansas Redneck.
  7. Last Glacial Maximum | From Wikipedia, the free encyclopedia.
  8. Homo sapiens | From Wikipedia, the free encyclopedia.
  9. Homo neanderthalensis | From Wikispecies, the free species directory.
  10. Homo sapiens sapiens | From Wikispecies, the free species directory.
  11. Late Glacial | From Wikipedia, the free encyclopedia.
  12. Jus sanguinis | From Wikipedia, the free encyclopedia.
  13. Jus soli | From Wikipedia, the free encyclopedia
  14. The Culture of Contentment by John Kenneth Galbraith - Goodreads.
  15. Metic | From Wikipedia, the free encyclopedia.
  16. A country of immigration – Make it in Germany.
  17. The Changing Face of the Country – Spiegel Online.
  18. Immigration to Germany | From Wikipedia, the free encyclopedia.


Origem das imagens 
  1. Europe @ Last Glacial Maximum [800 × 664] – Reddit r/MapPorn community.
  2. Last Glacial Maximum | From Wikipedia, the free encyclopedia.
  3. Rapid ecological turnover and its impact on Neanderthal and other human populations – ResearchGate.


Etiqueta principal: Alemanha.
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20 de outubro de 2018

Tancos e a Soberania


Mais de 40 anos depois a experiência real do que foi o combate em África,
pela escrita de um antigo Primeiro-Cabo Pára-quedista.


li recentemente dois artigos sobre o Caso de Tancos (não sei bem se sobre se a propósito), um de um senhor almirante outro de um senhor general, e nenhum foi ao fundo da questão

e o fundo da questão é

¿ um estado não soberano necessita de forças armadas ?


¿ um estado não soberano ?

¡ mas Portugal é um estado soberano !

¡ não é não !
"Wer ist der Souverän? Zu einem Schlüsselbegriff der Staatsdiskussion".

 I. INTRODUÇÃO 
“Soberano é aquele que decide sobre o estado de exceção”. Com essa “fórmula mágica”, Carl Schmitt, o mais importante e, ao mesmo tempo, mais controverso teórico da soberania do século XX, disse o essencial (SCHMITT, 1922, p. 13). Com tal afirmação , não se refere apenas ao lado estatal-legal da soberania, mas alude também ao aspecto político-constitucional da decisão capaz de suspender a lei – parcial e temporariamente – em caso extremo de emergência estatal. Pois enquanto o Estado encontra-se em situação normal, a soberania dorme, por assim dizer, o sono da “Bela Adormecida”. Apenas com o surgimento de uma situação de mudança radical, a “Bela Adormecida” é bruscamente despertada pelo “beijo” da crise. E é nessa crise que nos encontramos atualmente na Europa. Justamente essa crise esclarece-nos o quão importante é a soberania ilimitada para um Estado. 
A soberania é, por assim dizer, o “coração” do Estado e para de bater se o Estado é privado do direito à última decisão – e a soberania não significa nada diferente disso. Isso pode acontecer – involuntariamente – no decurso de uma guerra, pela ocupação do próprio território pelo exército inimigo e pela instalação de um regime de ocupação. Na guerra civil, a perda da soberania ocorre com frequência quando poderes de fora intervêm. Mas isso pode ocorrer também – voluntariamente – por meio da renúncia contratual à soberania e de sua transferência para outro Estado (transformando-se assim em seu protetorado) ou para uma forma de organização “superior” (tornando-se, por exemplo, membro de um Estado federativo) ou, ainda, para uma organização supranacional (a União Europeia por exemplo). O que sobra do “Estado” é então, no máximo, uma unidade administrativa. Como Estado, porém, ele é apenas uma embalagem vazia; suas ações parecem as convulsões de um zumbi, de um morto-vivo.
II. O DIREITO DA DECISÃO ÚLTIMA 
A soberania significa o direito do Estado à decisão última, tanto com referência a questões internas quanto externas. Trata-se, portanto, de um conceito duplo de soberania como fator da ordem tanto intraestatal quanto interestatal. Soberano é somente aquele que sozinho e em última instância válida decide sobre o bem e o mal de seus cidadãos e cidadãs. A ele pertencem as decisões sobre moeda e impostos, sobre adesão ou abandono de alianças, sobre o poderio e o arsenal das próprias Forças Armadas, sobre o estacionamento de tropas estrangeiras em seu próprio território e, finalmente, sobre guerra e paz. Carl Schmitt expressou isso conceitualmente da seguinte forma: “Se ele (o povo) deixar-se ditar por um estrangeiro sobre quem deve ser seu inimigo e contra quem é lhe permitido ou não lutar, então ele não é mais um povo politicamente livre e encontra-se integrado ou subordinado a outro sistema político” (SCHMITT, 1922, p. 50). 
No caso da soberania trata-se da unidade do poder estatal que, no século XVII, manifestou-se visivelmente na pessoa do monarca (por exemplo, do “Rei-Sol” Luís XIV). Ao mesmo tempo, trata-se também do conteúdo do Estado e da relação entre Estado e Direito. Isso diz respeito especialmente à relação entre o Estado e seus cidadãos e cidadãs. A todas as concepções de soberania subjaz uma imagem bem específica – seja ela positiva, seja ela negativa – do ser humano. Trata-se nesses casos de pessoas, procedimentos e instituições, mas também de simbolismos, de materializações e mesmo de emoções. A discussão sobre a soberania atua nesse contexto como um tipo de catalisador: no tema da soberania dividem-se as opiniões. Se um lado a vê como uma espécie de fortaleza em meio à tempestade que oferece alento contra a correnteza trituradora da história, o outro a considera raiz de todo mal e a fonte da repressão. 
A seguir, pretendo apresentar dois tipos básicos de soberania (seção II) e então discutir os fundamentos da discussão sobre a soberania (seção III). Além de sua força de ação voltada para o âmbito doméstico, a soberania diz respeito também à relação com outros estados, o que será apresentado a partir do exemplo do sistema estatal da Vestfália (seção IV). Em decor- rência da Revolução Francesa, a soberania original do príncipe transforma-se, em um primeiro passo, na soberania da nação e, finalmente, na soberania do povo (seção V). Com respeito à sua fundamentação e à sua execução, farei uma distinção entre três formas de soberania: a parlamentar, a constitucional e a soberania (direta) do povo (seção VI). Em uma seção própria intento discutir a crítica à soberania realizada a partir de pontos de vista bem diferentes (seção VII). Por fim, tratarei da seguinte questão: se uma potência média como a Alemanha ou se um país periférico como o Brasil é capaz de conquistar ou preservar a sua própria soberania (seção VIII). 
[   …   …   …   ]
  
IX. MAIS OU MENOS SOBERANIA? 
Diante dos conflitos não resolvidos no Oriente Médio e em outras partes do mundo, mostra-se que a ideia de uma ordem de paz global – em última instância oriunda de Kant e Kelsen – nada mais é do que uma ilusão. A chamada “comunidade internacional” é uma quimera e o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) demonstra-se incapaz de agir. Quem esperava algo diferente? Os Estados Unidos, como vencedores da II Guerra Mundial, desejavam criar com a ONU e especialmente com o Conselho de Segurança um “governo mundial” conveniente para eles. Dos cinco votos com direito de veto, quatro pertenciam aos Estados Unidos e seus aliados. Na época eram eles: Grã-Bretanha, França e China. A União Soviética tinha apenas um voto; em uma avaliação catastrófica dos fatos, a União Soviética foi considerada um amigo potencial do Ocidente pelos administradores estadunidenses Roosevelt (1933-1945) e Truman (1945-1953). Acreditava-se que seria possível sempre chegar a um acordo para proteger os interesses de todos os envolvidos. Os membros do Conselho de Segurança sem direito a veto ocupavam apenas o papel de folhas de figueiras, para ocultar as intenções hegemônicas dos Estados Unidos (VOIGT, 2005).
IX.1. O governo mundial – uma ilusão
Que tudo isso se baseava em ilusões, evidenciou-se já na Guerra da Coréia (1950-1953), na Guerra do Vietnã (oficialmente, 1965-1975) e posteriormente de novo. Com o consentimento dos Estados Unidos, a China comunista integrou o Conselho de Segurança em 1971 e em 1991 a Rússia substituiu a União Soviética. Com o desmoronamento da ordem bipolar, no fim da década de 1980, o “fim da história” parecia ter chegado, conforme postulou Francis Fukuyama no início da década de 1990 (FUKUYAMA, 1992). Os Estados Unidos transformaram-se de superpotência em hiperpotência, como os franceses agora os chamavam. Mas essa euforia não durou muito tempo. O ataque da Alcaida ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, deu início a uma “guerra global ao terror”, que transformou o mundo. Nenhum lugar do mundo está imune a ataques suicidas, uma desconfiança geral e medidas de segurança concretas mudaram o mundo. Porém, o que permanece são os antigos interesses geoestratégicos dos agentes globais. Seus governos servem-se dos discursos banais dos políticos e dos jornalistas sobre o “mundo perfeito” da paz geral para garantir a sua partilha. 
IX.2. A soberania ilimitada das potências nucleares
Obviamente, as grandes potências como os Estados Unidos, a Rússia e a China não pensam em desistir de seus interesses nacionais em prol de uma ordem mundial justa. Elas servem-se dessa semântica apenas para disfarçar seus próprios interesses concretos. Também faz parte disso “convencer” os estados menores a desistirem de sua busca pela soberania como algo antiquado e ultrapassado nos tempos atuais. Um exemplo evidente é a questão do armamento nuclear. As potências nucleares – Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, França, Índia, Paquistão e Israel – sabem que soberano é apenas aquele Estado que dispõe do direito da decisão última, que, como ultima ratio, tem a possibilidade de usar armas nucleares. Tanto mais importante é para essas potências atômicas manterem todos os outros estados longe das armas nucleares. Eles comprometem-se, por meio da assinatura do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, a nunca aspirar à posse de armas nucleares. Ao mesmo tempo, uma campanha propagandística mostra a todas as boas pessoas o quão nocivas seriam as armas nucleares nas mãos de potências não nucleares e quão benéficas elas são nas mãos das atuais potências nucleares. 
IX.3. A soberania limitada das potências sem nada 
 Pois quem dispõe de armas nucleares, que podem ser utilizadas a qualquer momento – mesmo após um ataque nuclear – não pode ser facilmente extorquido. Charles de Gaulle reconheceu isso em 1958, quando criou a chamada force de frappé – contra a vontade dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Desde 1971, os submarinos nucleares servem como plataformas de lançamento marítimas. Eles dão à França a capacidade necessária para um contra-ataque nuclear após um ataque inicial do inimigo com armas nucleares. O mesmo vale para a Grã-Bretanha. Ambos os estados possuem ao mesmo tempo o direito a veto no Conselho de Segurança da ONU. Aqueles, porém, que – como a Alemanha – não possuem armas nucleares são forçados a procurar a proteção de uma potência nuclear. A França repetidamente ofereceu essa proteção à Alemanha – ao preço de uma participação considerável nos custos. A Alemanha sempre se decidiu pelos Estados Unidos. A potência protetora pode sempre ditar condições (altamente incômodas). Nessa situação de perigo, o Estado dependente de proteção já não possui mais o direito da decisão última: ele já não é (mais) soberano.

A citação foi longa mas ainda assim vou destacar a primeira oração do ponto II. O Direito da Decisão Última:
A soberania significa o direito do Estado à decisão última,  
tanto com referência a questões internas quanto externas.
Ora, como todos sabemos: 
  • Portugal não tem a decisão última sobre a sua moeda, o Euro; 
  • Portugal não tem a decisão última sobre o seu Orçamento de Estado;
  • Portugal não tem a decisão última sobre com que está, ou não está, em guerra; 
  • A existência de recurso para os Tribunais Europeus das decisões dos Tribunais Portugueses, significa que Portugal não tem a decisão última sobre as Questões de Justiça; 
logo Portugal não é um estado soberano.


Portugal não é um estado soberano e o fundo da questão é

¿ um estado não soberano necessita de forças armadas ?



Referências
1. Tancos: as três (i)responsabilidades | Opinião | PÚBLICO
2. Tancos e a parte imersa de um icebergue – O Jornal Económico
3. Quem é o Soberano? Sobre um Conceito-Chave na Discussão sobre o Estado – SciELO
4. Estado | Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
5. Soberania | Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Origem das imagens
1. A Guerra do Ultramar, escrita por quem a combateu (I), Miguel Machado
2. Quem é o Soberano? Sobre um Conceito-Chave na Discussão sobre o Estado – SciELO

Etiqueta principal: Portugal.
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19 de outubro de 2018

Entre Anégia e Córdova no século X

A Escrava de Córdova

A Escrava de Córdova

de
Alberto S. Santos


prefácio
de
José Rodrigues dos Santos



A acção decorre entre
  • 976data dos nascimentos de Ouroana em Anégia e de Abdus em Córdova, 
  • 1002data do nascimento da filha de ambos em Anégia, 
e o romance pode ser lido como uma metáfora do Nascimento da Alma de Portugal.

Ouroana era filha de Múnio Viegas de Riba-Douro, o Gasco, e de Valida Trutesendes, filha de Trutesendo Guedes, fundador do Mosteiro de Paço de Sousa.

Abdus era filho de ‘Isà ibn Sa’id al-Yahsubi al-ahass, secretário, de Muhammad Ibn Abi Amir, também conhecido por Abiamir, ou por Almançor.

O ano de 976 foi também o do falecimento de do Califa de Córdova Al-Hakam II, da entronização do seu filho, então com dez anos, Al-Hisham II e da tomada do poder por Almançor.

O ano de 1002 foi também o da última campanha de Almançor e o do seu falecimento na Batalha (mítica ou real) de Calatañazor.

Vivilde, a sábia criada-parteira de Valida, personifica a Tradição Ofiúsica e Helénica, Rosendo Guterres, o santo Abade do Mosteiro de Celanova, Ourense, personifica a Tradição Cristã Hispânica, Ben Jacob, o alegre almocreve judeu, personifica a Tradição Sefardita, Ibn Darrâj al-Qastalli, o poeta sufi, personifica a Tradição Islâmica Hispânica, Ermígio, o guardião-viajante, personifica o Zé Povinho, também personificado por Álvaro, o Pedreiro, salteador, canteiro, escultor e mestre-de-obras.

Campanhas militares de Almançor.
A verde escuro os territórios por ele fustigados.
O mapa mostra as principais razias de Almançor e os anos em que elas ocorreram.


A ambição, impiedade e soberba de Almançor foram fatais ao Al-Andalus. Atacando os Santuários, uniu os Cristãos, substituindo-se ao Califa, dividiu os Maometanos.

Faleceu em 1002 e a guerra civil, a Fitna do al-Andalus começou sete anos depois, em 1009, e durou 22 anos, até 1031, data em que o Califado foi definitivamente abolido.

Seguiu-se, de 1031 a 1085, o Período das Primeiras Taifas, ou Reinos de Partido, período durante o qual no Garb al-Andalus, no Ocidente das Hespanhas, se foram criando as condições que deram origem ao Reino de Portugal.


Nota
A ideia de que a Jiade, ou Jihad (em Árabe: جهاد‎; transliteração: jihād) que significa “esforço” ou “luta”, especialmente tendo em vista um objetivo louvável, consiste fundamentalmente em fazer a Guerra aos Não-Maometanos em geral, aos Cristãos em particular, é uma ideia errada.


Referências
01. A Escrava de Córdova by Alberto S. Santos • Goodreads
02. Alberto S. Santos  Wikipédia, a enciclopédia livre
03. José Rodrigues dos Santos  Wikipédia, a enciclopédia livre
04. Anégia  Wikipédia, a enciclopédia livre
05. Córdova (Espanha)  Wikipédia, a enciclopédia livre
06. Monio Viegas I de Ribadouro  Wikipédia, a enciclopédia livre
07. Casa de Riba Douro  Wikipédia, a enciclopédia livre
08. Trocosendo Guedes  Wikipédia, a enciclopédia livre
09. Casa de Baião  Wikipédia, a enciclopédia livre
10. Mosteiro de Paço de Sousa  Wikipédia, a enciclopédia livre
11. Almançor  Wikipédia, a enciclopédia livre
12. Aláqueme II  Wikipédia, a enciclopédia livre
13. Hixem II  Wikipédia, a enciclopédia livre
14. Batalha de Calatañazor  Wikipédia, a enciclopédia livre
15. Rosendo Guterres, o santo, e Ibn Darrâj al-Qastalli, o poeta, são históricos
16. Al-Andalus  Wikipédia, a enciclopédia livre
17. Guerra civil do al-Andalus  Wikipédia, a enciclopédia livre
18. Primeiros Reinos de Taifas  Wikipédia, a enciclopédia livre
19. Desunião em al-Andalus: O Período das Taifas  Iqara Islam
20. Shilb (Silves) no período islâmico – a “Bagdad do Ocidente”  Natália Maria Lopes Nunes
21. Cronologia do Gharb Al-Andalus  Histórias de Portugal em Marrocos
22. O que é Jihad ou Guerra Santa?  Iqara Islam



Origem das imagens
1. A Escrava de Córdova, Alberto S. Santos  Porto Editora
2. File:Map Almanzor campaigns-pt.svg  Wikimedia Commons

Etiqueta principal: Portugal.

18 de outubro de 2018

Criticar o Banditismo dos Neocons é Judeofobia?


Neocons conhecidos e notórios.



Um artigo de Philip Giraldi publicado com o título “Neocons as a Figment of Imagination – Criticizing their thuggery is anti-Semitism?” na The Unz Review, a 21 de Março de 2017.




Origem da imagem: O artigo publicado na The Unz Review a 21 de Março de 2017.

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15 de outubro de 2018

Portugal, um país de fidalgos!

Vestido de noiva e Farda de Cavaleiro-Fidalgo da Casa Real, 1902.


Um fidalgo, um filho-de-algo, é alguém que é filho – filho, neto, bisneto, trisneto, enésimo-neto – de uma pessoa (outra pessoa, o antepassado) que é, ou foi, importante no seu tempo porque tinha algo em bens, poder, prestígio, ou outra coisa qualquer.

E Portugal é um país de fidalgos!

Temos os Fidalgos da Monarquia, que durou mais de sete séculos, e temos os Fidalgos da República, que dura há pouco mais de um século.

Nos Fidalgos da Monarquia temos os de Antiga Linhagem e os Novecentintas.

Nos Fidalgos da República temos os da Primeira República (do Cinco de Outubro), os da Segunda República (do Vinte e Oito de Maio) e os da Terceira República (do Vinte e Cinco de Abril).

E, curiosamente, os mais recentes são os menos preocupados com os injustos privilégios de sangue e de casta e os mais convencidos de que o Estado, o Soberano, os deve sustentar.

E vem todo este arrazoado a propósito da recente remodelação governamental, dos fidalgos que já lá estavam e dos fidalgos que para lá foram.









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