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26 de dezembro de 2020

Identidades e Poder

 


Um artigo de Nelson Faria, da Sociedade de Jesus, e um comentário meu.


Quem semeia identidades, colhe tempestades

Os interesses identitários estão a arrastar-nos para um estado de tempestade social. A necessária correção de trajetória advirá através da redescoberta do bem comum, e do restabelecer da confiança mútua.

Por P. Nelson Faria, sj em Ponto SJ a 21 de Dezembro de 2020.

Alegro-me com o momento atual de atenção generalizada à discriminação e às injustiças que assolam a nossa sociedade. Mas não resisto a franzir o sobrolho quando me encontro diante de comentários como “és homem, não entendes”, “por seres branco não compreendes”, ou ainda “se discordas és homófobo”. Naturalmente, pelo ódio e exclusão que já despoletam, perturbo-me mais quando escuto “volta para a tua terra”, “o lugar da mulher é na cozinha” ou “homossexualidade é perversão”. Contudo, creio que em todas elas encontramos um excesso de sentimento e um défice de razão.

Tem-se generalizado um tipo de discurso no espaço público em que o que releva não é a opinião, os valores e o caráter de alguém, mas sim a cor da sua pele, a sua orientação sexual, o seu género, ou a tradição religiosa a que pertence. Esta pulsão para identificar o sujeito com um coletivo é acompanhada por uma tendência em reduzir a complexidade das nossas relações em sociedade e toda a nossa história partilhada, a dois papéis sociais “todo-explicativos”: privilegiados e oprimidos. Isto é, em função do coletivo em que somos incluídos, somos opressores ou vítimas, e seremos julgados como tal.

Há uma degradação da nossa capacidade de pensar e sonhar juntos.

Abundam narrativas de vitimização em que o “nós” se restringe à “identidade de pertença”, seja ela ser homem ou mulher, ser nacional ou estrangeiro, ser branco ou negro, heterossexual ou LGBT+. Aparentemente, parece que nos esquecemos que, além das “identidades de pertença” – centradas no género, ideologia, nacionalidade, orientação sexual, ou sectarismos religiosos – existem também “comunidades de pertença” – como família, bairro, cidade, nação e, no seio da Igreja católica, paróquias. Nestas, a primeira pessoa do plural – “nós” – pode ser conjugada de forma a incluir outros que não se encontram dentro do meu campo de afinidades ideológicas, identitárias, étnicas ou religiosas.

Regresso ao ponto de partida: que da previsão constitucional que proíbe a discriminação em função da nacionalidade, sexo, raça, religião e orientação sexual, tenhamos passado a um estado de alerta social, é um grande feito e devemos louvá-lo. E muito há ainda por fazer para passar de um estado de alerta à efetiva correção das desigualdades. Contudo, na forma como debatemos, parece evidente que há uma degradação da nossa capacidade de pensar e sonhar juntos.

O semear constante dos interesses identitários no espaço público está a arrastar-nos para um estado de tempestade social em que as distintas identidades de pertença se fragmentam e se enquistam. Uma correção de trajetória é crucial, e creio que o poderemos fazer redescobrindo o bem comum e restabelecendo a confiança mútua.

Temos de ousar habitar um campo social em que outros existem, e em que o “nós” político é mais rico que os interesses da minha identidade de pertença.

Comecemos pelo bem comum. A deslocalização do centro da nossa atenção das comunidades em direção às identidades de pertença faz com que a atividade política negligencie o todo em função de fragmentos da sociedade. Este movimento de substituição tem um impacto claro na forma como analisamos a realidade: se o fragmento dita a forma como vejo o todo, o deslize em confundir “interesse de um segmento” com “interesse de todos” é previsível e, temo, inevitável.

Sendo indiscutível que há situações de injustiça que reclamam ações específicas e direcionadas, estas devem ser gizadas a partir de um pensamento que possibilite, ao mesmo tempo, a reparação da injustiça e a proposição de um caminho comum de realização pessoal e comunitário. O reconhecimento do “eu” é fundamental e deve ser preservado, mas quando sonhamos o destino dos nossos bairros, cidades, regiões e nações, quando discutimos temas como família e justiça social, temos de aprender a conjugar a primeira pessoa do plural.

Temos de ousar habitar um campo social em que outros existem, e em que o “nós” político é mais rico que os interesses da minha identidade de pertença. Devemos desejar integrar comunidades além do cluster identitário, e compreender que identidade é uma forma de fazer parte do todo. Urge que nos deixemos nortear pela vontade de construir um lugar onde talvez não estejamos de acordo em todas as matérias, mas em que possamos respeitosamente viver com o diferente, sem lhe negar dignidade nem horizonte de futuro.

Este retorcer da realidade lança-nos numa guerra de todos contra todos, pois a visão de fundo é a de que há inimigos partilhados, mas não um desiderato comum.

E isto traz-nos até ao segundo elemento da nossa correção de trajetória: o restabelecer da confiança mútua. A divisão redutora da sociedade e da nossa história a dois simples papéis – privilegiado ou oprimido – em função da nacionalidade, sexo, raça, religião e orientação sexual, torce a realidade. Dois exemplos: exigir uma distribuição da riqueza justa não nos pode levar a considerar todos os empresários como “exploradores”; que existam casos de marginalidade entre pessoas que não nasceram em Portugal, não justifica que todos os estrangeiros – ou uma nacionalidade específica – sejam apodados de criminosos. A narrativa redutora arrasta-nos inevitavelmente para o conflito.

Este retorcer da realidade lança-nos numa guerra de todos contra todos, pois a visão de fundo é a de que há inimigos partilhados, mas não um desiderato comum. O outro não deve ser o rival com quem nos digladiamos na arena, mas alguém com quem faço caminho, como numa corrida em que o pé esquerdo de um está atado ao pé direito do seguinte: só alcançaremos a meta ao pôr-nos de acordo sobre o objetivo comum e acertando passo.

Restabelecer a confiança mútua é exigente, pois implica uma conversão dos nossos hábitos de raciocínio. Há muitas razões para a rivalidade e para a suspeita, algumas delas baseadas na biografia de cada um de nós. Mas há que começar por reconhecer a nossa pertença mútua e a imprescindibilidade da colaboração. O ponto de partida não pode ser o conflito, mas a confiança.

Estabelecer relações de confiança mútua, em que se possa conjugar a primeira pessoa do plural de forma verdadeiramente inclusiva, apontando um bem comum, será tarefa inacabada, em constante devir e atualização. Sendo exigente e árduo, é também o único caminho que vale a pena seguir

Fotografia de Fares Hamouche – Unsplash

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.

Original aqui.


Identidades e Poder

O título do artigo, “Quem semeia identidades, colhe tempestades”, chamou-me a atenção: um Jesuíta a pegar na questão da Política de Identidades, deixa-me cá ir ler!

Mas, confesso-o humildemente, a primeira oração “Alegro-me com o momento atual de atenção generalizada à discriminação e às injustiças que assolam a nossa sociedade.” desacorçoou-me – lá vinham as pieguices dos padrecas! – mas li o artigo todo.

Lido o artigo que se me oferece dizer?

Pareceu-me que o autor ainda não percebeu:
  1. Que a Política de Identidades é uma variação do antiquíssimo Dividir para conquistar. Dividir para reinar.
  2. Que para o grupo, ou grupos, que estão tentando tomar o poder a nível planetário o bem comum coincide com o seu próprio bem.
  3. Que o conflito que o articulista parece estar interessado em evitar não é evitável porque já está em curso, já se combate. Já se combate de armas na mão.
  4. Que orações como aquela com que abre o artigo não lhe granjeiam simpatia mas desprezo: o desprezo que os fortes têm pelos fracos.
  5. Que a Constituição da República Portuguesa não garante nada a ninguém porque quem está tentando tomar o poder a cumpre, ou a incumpre, quando lhe convém, sem punição.

Sei que é inadequado pedir a um Brâmane que pegue em armas, essa é a função dos Xátrias, mas é adequado pedir-lhe que identifique as questões e que, clara e verdadeiramente, explique o que se passa, o que está em causa.


Seja como fôr, e pesem embora as criticas que fiz, acho que valeu, e vale, muito a pena ler o artigo.




Etiqueta principal: Política de Identidades.

19 de dezembro de 2020

Jesus ⁉️

Lobo disfarçado de Cordeiro


Recebi hoje o vídeo abaixo acompanhado da seguinte mensagem 

Sei que isto pode parecer blasfemo o que pode incomodar alguns membros deste grupo.
Mas vale mesmo a pena. 
Só tenho pena de não saber quem é o comediante.



Jesus


É certo se trata de uma caricatura 

Caricatura é um desenho de um personagem da vida real, tal como políticos e artistas. Porém, a caricatura enfatiza e exagera as características da pessoa de uma forma humorística, assim como em algumas circunstâncias acentua gestos, vícios e hábitos particulares em cada indivíduo. Ser caricato é ser objeto de comicidade, ironia ou ter algo peculiar na face ou no corpo, levados ao exagero, à sátira jocosa ou como crítica de costumes.

mas o caricaturista não inventa as características do caricaturado. Enfatiza-as, exagera-as, mas não a inventa. E todos sabemos que existem pessoas que se dizem Cristãs e que partilham com a monja porteira as característica e concepções caricaturadas.


Mas será que a mensagem de Jesus foi 

Ou me amas ou vais para as chamas eternas!

Será?


Se foi…
Como é possível que tal mensagem tenha ganho o número de adeptos que ganhou?


Se não foi…
Como é possível se tenha chegado a “isto”?


E tendo-se chegado a “isto” espanta que quem tenha dois dedos de testa fuja a sete pés desta divindade aterrorizadora e dos seus adeptos e servidores?




Etiqueta Principal: Pseudo-Cristianismo.

11 de dezembro de 2020

O Covide ia a caminho da Tugulândia …




Permitam-me o desabafo …

Permitam-me o desabafo. Hoje vai sair testamento.

Não deve haver frustração maior que não conseguir fazer algo, não tanto por se estar esgotado, mas sobretudo por se depender de outros, colegas, que estão tanto ou mais esgotados que nós.

Não imaginam o que tenho ouvido e lido de alguns pais, e pior do que isso, de responsáveis de estabelecimentos de ensino.

Nunca tive ilusões.

No mundo real, feito de dificuldades, e não de relatórios muito bonitos para inglês ver, e político mostrar para cima para segurar o seu lugar, onde os utentes precisam de coisas tão prosaicas como o teste para o seu filho realizar, ou a declaração de isolamento profilático do filho, que justifica tanto a falta deste, como a do progenitor, é muito fácil passar de bestial a besta.

Toda a gente tem o direito à indignação. De pedir justificações. Mas isso não lhe dá o direito à falta de educação, à ignorância, ou até mesmo à estupidez pura e simples.

Nós, delegados de saúde, nem precisávamos de nos justificar. Primeiro, porque estamos de bem com a nossa consciência, e segundo, porque por muitas explicações que dêmos, há pessoas que não querem ouvir. Como a colega enfermeira que, indignada, não quis estar à espera na fila como todos os outros utentes, e me disse que era uma vergonha o tempo de espera. Ela, que devia saber, melhor que os outros, o que têm sido estes tempos difíceis, sem recursos humanos suficientes para tanto trabalho. Escusado será dizer que virei costas à colega enfermeira, porque ainda tolero ignorância e arrogância a quem não é profissional de saúde, mas não a quem o é. Fi-lo, em consciência, sem ter chegado a explicar-lhe que eu nem era culpado da situação que tanto a indignava, nem eu, nem os meus colegas, e que muito provavelmente, por aquilo que me tinha acabado de descrever, pelo menos parcialmente, nem era da nossa responsabilidade, nem da nossa jurisdição.

Há duas ou três coisas que vos quero aqui dizer para poderem perceber o estado a que isto chegou.

Para que compreendam a razão por que, hoje, me sinto frustrado.

Existe uma linha telefónica, a SNS 24, que de março até hoje, só tem feito asneiras atrás de asneiras. Para que fique claro, quem está comodamente atrás do telefone, não são profissionais da área da saúde pública. Muito menos são delegados de saúde. Muitos deles foram literalmente atirados aos lobos, e seguem cegamente um algoritmo muito bonito que não abarca a enorme variedade de situações específicas com que uma autoridade de saúde se confronta diariamente, sem normas e orientações claras da DGS, obrigando a raciocinar, adaptar, e decidir com rapidez, bom senso, e sobretudo prudência. É por isso que existem Autoridades de Saúde. De cada vez que fazem um erro, ou tomam uma decisão, têm que a justificar, mas alguém que está atrás de um telefone, nunca responderá pelos seus erros, porque a SPMS nunca disponibilizou as gravações dos telefonemas quando tal lhe foi solicitado. Talvez porque soubessem que não ia correr bem. É por essas e por outras que aquilo que a SNS 24 diz e faz não se escreve, e que aquilo que a Autoridade de Saúde decide se sobrepõe sempre a qualquer determinação da SNS 24. Porque a SNS 24 não é Autoridade de Saúde, e porque a Autoridade de Saúde dá sempre a cara e responde pelos seus actos, ao contrário da SNS 24.

Outro problema tem sido, desde há meses, o facto de inúmeros profissionais de lares, assim como alunos, serem oriundos de outros países, sobretudo do Brasil e dos PALOP. Sem número de utente, número de segurança social, NIF e ou morada, muitas vezes torna-se difícil, se não impossível, prescrever testes COVID. Mais grave do que isso, é a perspectiva assustadora de profissionais essenciais em funções importantes, muitos deles com condições socio-económicas complicadas, baixa literacia, e sem estarem devidamente inscritos no SNS. Sim, porque da mesma maneira que não conseguimos emitir testes, não será possível prescrever medicamentos ou outros exames complementares de diagnóstico. Assustador.

Pior do que isso é perceber que a Saúde Escolar é uma anedota. Se a Lei consagra, e bem, o direito dos filhos dos migrantes a uma educação condigna, permitindo a sua matrícula, então deveria estar acautelado que estes alunos tivessem os seus números todos atribuídos, caso contrário, não conseguimos emitir os tão necessários testes. Apesar de já termos reiteradamente explicado esta situação aos agrupamentos de escolas, por vezes ainda há pais a exigir os testes que não conseguimos emitir, ou pior do que isso, as próprias escolas a pedir os testes que sabem muito bem que não conseguimos prescrever. Mais uma vez, um aluno que não está devidamente inscrito no SNS, não poderá fazer o seu teste COVID, e não poderá ser devidamente acompanhado e vigiado do ponto de vista da sua saúde. Se amanhã tiver um traumatismo em contexto escolar, eu quero ver como é que vai ser... Definitivamente, há gente em vários níveis hierárquicos de decisão, que anda a brincar com o fogo, ou a fazer de conta que não se passa nada, sendo mais fácil colocar a culpa na saúde, e nomeadamente nos delegados de saúde. Não imaginam o tempo perdido, pelas administrativas e nós médicos prescritores, a tentar resolver a necessidade de emissão de testes a alunos migrantes. A resolução do problema está a montante, convençam-se disso. Colocar o ónus da sua resolução exclusivamente na saúde, quando parte do problema decorre de questões cuja tutela é da educação, é tirar a água do capote, é não ir ao cerne da questão.

E a terminar, last but not the least, o assunto que está na moda, que é dar pancada no delegado de saúde, por não emitir os testes nem as declarações de isolamento profilático, no devido tempo. Esse incompetente, irresponsável, insensível do Delegado de Saúde...

Para que percebam, em cada unidade de saúde pública existem vários profissionais, assistentes técnicos e operacionais, técnicos de saúde ambiental, enfermeiros, e médicos de saúde pública. Um médico de Saúde Publica pode, ou não, exercer também as funções de Autoridade de Saúde. Se as exerce, é Delegado de Saúde, a nível local. Cada um deles exerce as funções de Autoridade de Saúde de forma totalmente independente e autónoma. De entre os vários Delegados de Saúde da unidade de saúde pública, há um que coordena a unidade, o Delegado de Saúde Coordenador. Mas para que fique claro na cabeça de muita gente, a decisão de cada delegado de saúde não tem de ser aprovada pelo delegado de saúde coordenador. Cada um tem autonomia na sua decisão, e uma eventual diferença de parecer passa pela troca de impressões e discussão técnica. É por isso que é ridículo quando alguns dizem que a opinião do chefe, só por si, conta mais. Pesa, é certo, ou não tivesse a experiência que justifica que seja chefe, mas nunca pode desautorizar a decisão tecnicamente correcta de um colega cujo exercício de funções é autónomo, de forma a assegurar, a qualquer momento, o cumprimento da Lei, na defesa da Saúde Pública.

Cada unidade de saude publica tem vários profissionais, cujo número nunca é suficiente para as necessidades. Numa unidade como a de Loures-Odivelas, já era assim antes da pandemia. Imaginem agora, em período pandémico. Mesmo os muitos profissionais de várias outras unidades funcionais, que foram uma grande e preciosa ajuda, nunca foram e nunca poderiam ser suficientes para dar resposta a tantas solicitações, nomeadamente milhares de inquéritos epidemiológicos, dos quais, muitos deles, dão origem a dezenas de outros inquéritos a familiares, amigos, e colegas.

Numa unidade de saúde pública, os Delegados de Saúde são sempre poucos para as necessidades. Médicos não se inventam facilmente, e há actos que apenas podem ser realizados por estes, como prescrever testes. Para além disso, há documentos que apenas podem ser emitidos pelos Delegados de Saúde. Mas isto não quer dizer que todo o processo passe exclusivamente pelo Delegado de Saúde, e que apenas dependa deste. Para que ele possa prescrever um teste, é preciso que as assistentes técnicas e operacionais inscrevam os utentes, ou seja, que façam previamente o RAC (registo administrativo de controlo), sem o qual o médico não pode fazer nada. Do mesmo modo, a emissão da declaração de isolamento profilatico (DIP) implica todo um processo árduo de registo e validação prévios, antes de se redigir e emitir o documento que há-de ser carimbado e assinado pelo delegado de saúde.

Dito isto, há várias turmas, de varias escolas, em relação às quais já foi dada indicação para fazer os RAC e passar as DIP, mas que as assistentes técnicas e operacionais, poucas e esgotadas, como nós médicos e enfermeiros, ainda não conseguiram fazer.

Portanto, se o período de isolamento profilatico dos vossos filhos já acabou ou está a acabar, e a SMS com a prescrição do teste ainda não vos chegou ao vosso telemóvel, e a se a DIP ainda não foi emitida, provavelmente a culpa não será do Delegado de Saúde.

Mais grave: perante uma situação destas, em que o Delegado de Saúde tem as mãos atadas, por falta de meios aos quais ele é totalmente alheio, e aos quais as direcções e a tutela fecharam os olhos ou não deram solução antecipadamente, estão a ocorrer situações de difícil gestão em várias escolas, cujas direcções e pais de alunos querem ver resolvida. Mas isso não dá às escolas a legitimidade para agir à revelia das autoridades de saúde, em matéria que não é da sua competência. E se há situações em que a ignorância dos parceiros é tolerável e compreensível, outras há em que já não o é, quando os directores das escolas foram entretanto devidamente informados e confrontados com a gravidade e perigo das suas acções. Para alguns deles, se for necessário, não deixará de ser feito o que urge ser feito. Porque eu não acho que sou o maior. Apenas sou o Delegado de Saúde, e tenho de me preocupar com a saúde dos vossos filhos, mas também com a saúde dos filhos dos outros. Saúde Pública é isso tudo: sacrifício e serviço público, em prol da comunidade.

Que façam de mim saco de boxe.

Por muito que a minha vontade fosse deitar a toalha ao chão, cá estarei para cumprir as minhas funções.

Porque, apesar de todas as dificuldades, nesta pandemia recebemos palavras de alento e de apoio de muitos de vós, e talvez até tenhamos feito amizades para a vida.

Faço o que faço por todos, mesmo os que talvez não merecessem, mas confesso que é a pensar em vocês (e vocês sabem quem são) que continuo a tentar fazer mais e melhor.

E apesar de tanta dificuldade, de tanto obstáculo e incompreensão,

Este vírus não é mais forte do que nós.

Referência
https://m.facebook.com/groups/EsteVirusNaoEMaisForteDoQueNos/permalink/443293350012091/

Recebido
Whats App [17:48, 10/12/2020]



O Covide ia a caminho da Tugulândia …

O Covide ia a caminho da Tugulândia quando encontrou um alentejano dormindo debaixo de um chaparro.

Como o Covide fazia imenso barulho o alentejano acordou e perguntou-lhe:

Aonde vais que tanto barulho fazes?

O Covide respondeu-lhe:

Vou à Tugolândia, matar zero vírgula seis por cento dos tugas.

Mortos os tugas, o Covide voltou para sua casa e, indo no seu caminho, reencontrou o mesmo alentejano debaixo do mesmo chaparro, só que bem acordado.

Muito zangado o alentejano  interpelou o Covide:
Mentiste-me! Disseste-me que matarias zero vírgula seis por cento e mataste mais, muitos mais. Há meses que não consigo descansar!!!

O Covide respondeu-lhe:

Não menti não. Só matei zero vírgula seis por cento. Os restantes mataram-nos lá os chefes deles.

— Adaptação de um conto da tradição sufi.






Etiqueta principal: Política à Portuguesa.

10 de dezembro de 2020

Black Friday

 

Cruzamento do Polo Norte
Luanda no Tempo do Colono



Black Friday, ou Conversas de Kotas


O Primeiro Kota recebeu o vídeo infra de outros Kotas e partilhou-o, sem comentários, com o Segundo Kota.

A partilha deu origem à conversa reproduzida abaixo do vídeo.




Segundo Kota
Então o Black Friday, agora, é contra os pretos? 
Se calhar há pretos q não gostam de o ser…! Como aquele jogador do Paris Sain Germain q, se fosse louro, tb achava q era racismo o arbitro dizer: “Aquele louro.”
Só pode ser complexo!
Há psiquiatras, minha gente!

Primeiro Kota
Há pretos que não gostam de o ser sim, que se detestam. 
E há também outros que foram maltratados e estão ressentidos.
Agora temos de ver que cultura e que pretos estão em causa.
No EUA há racismo descoberto contra pretos que não são pretos.
Em França há racismo encoberto contra pretos que são pretos.
Em Portugal e no Brasil preto rico, ou doutor, é branco. 
Em Angola depende, em Moçambique não sei.
Para os Franceses, os Ingleses, os Americanos, bem como para os pretos por eles educados, a ideia de que “preto rico, ou doutor, é branco” é inconcebível. Coisa de mentes pervertidas, diabólicas.

Segundo Kota
Não entrando na discussão das categorias dos pretos e falando de Angola, estás-te a referir a quê, qd dizes q a negritude depende… depende de quê?

Primeiro Kota
Depende da cultura.

Em Angola tens:
1.
Os Pretos Tribais, em pretéritos séculos chamados de Pretos Descalços, que não falavam o Português, só uma língua Banto
2.
Os Pretos Calçados, mais recentemente chamados de Assimilados, que falavam o Português e uma língua Banto.
3.
Os Mestiços – do Preto Velho ao Branco de Benguela – que falavam o Português e, raramente, uma língua Banto.
4.
Os Brancos de Segunda – de primeira geração, segunda geração, terceira geração, etc. – que falavam o Português e, raramente, uma língua Banto.
5.
Os Velhos Colonos – que não tinham nascido em Angola mas para lá tinham emigrado e, muitas vezes, cafrealizado – que falavam o Português e, raramente, uma língua Banto.

Os Mulatos e os Brancos de Segunda eram Filhos da Terra, por oposição aos Filhos do Reino, uma categoria que existiu, e existe, do Japão ao Maranhão.

Os Filhos da Terra educados sempre estiveram, e estão, no patamar em que os Filhos do Reino estavam, e estão.

Tens um exemplo recente em Francisca Van Dunem, actual Ministra da Justiça, e um exemplo antigo em Alexandre de Gusmão, Escrivão da Puridade de Dom João V.

As Colonizações Holandesa, Britânica, Francesa, Alemã, não tiveram nada de semelhante, nem sequer com os ‘Colonials’, o Britânicos Brancos nascidos no Ultramar (‘Overseas’).

Os Espanhóis misturam-se mas mantiveram sempre a primazia dos Nascidos nas Europas, par várias razões a menor das quais não terá sido os ‘Estatutos de Limpieza de Sangre’ que vigoraram em todo o Império Espanhol mas nunca no Reino de Portugal e no seu Império. 

Nem no tempo dos Filipes os ‘Estatutos de Limpieza de Sangre’ que vigoraram no Reino de Portugal e no seu Império!

A situação em Angola é uma situação que suponho única por duas razões:
1.
A Elite no Poder é constituída por Mestiços e Brancos de Segunda.
2.
A Guerra Colonial e as duas Guerras Civis extinguiram praticamente os Pretos Descalços, ou Pretos Tribais, actualmente já só há, ou quase só há, Pretos Calçados, Mestiços, Brancos de Segunda e Velhos Colonos.

E isso nota-se bem nos desprezo com que os angolanos se referem aos Zairenses e aos Sul-Africanos, que apelidam de Pretos, dessa forma tornando claro que não se consideram a si próprios como Pretos. 

Não se consideram a si próprios como Pretos Descalços, Pretos Burros, Pretos Selvagens.

Segundo Kota
Então não depende…
Bem me parecia!
😘


Quando partilhou o vídeo supra o Primeiro Kota partilhou também o vídeo infra, que o Segundo Kota comentou escrevendo:
Já o 2.° vídeo tem muita piada...!
Mas não havia uma rábula de um dos humoristas portugueses, daqueles clássicos, q é muito parecida?
Mas q está muito bem apanhada, está!
😘








Etiqueta principal: Angola.
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25 de novembro de 2020

Socialismo? Não, Demagogismo!

Uma notícia.
Um comentário à notícia.
Um comentário ao comentário à notícia.
Uma canção e uma imagem, a que precede este texto.



Os mesmos de sempre

Existe uma classe social que eu apelidaria de “os mesmos de sempre”. Isso mesmo, aqueles que pagam cada vez mais impostos para que os partidos ganhem mais uns votos. 

Sem ilusões: o volume dos impostos recolhidos pelo Estado mantém-se inalterado. Sendo assim, quem os paga vai sendo um número de contribuintes cada vez menor. 

Socialismo, não é?



Não é Socialismo, é Demagogismo.

Aristoteles e Políbio concordaram em que o Sistema de Governo das Poleis, das Cidades-Estado, evoluía como segue:
  • Monarquia, o governo de um só arconte, ou magistrado supremo, de um rei sábio.
  • Aristocracia, o governo dos melhores.
  • Democracia, o governo do ágora, da assembleia, dos que se reúnem na praça, dos homens livres e ricos.
  • Monarquia, de novo.

Concluíram também que a cada um destes três sistemas, ditos “perfeitos” correspondiam três outros um sistemas, ditos “degenerado”:
  • À Monarquia correspondia a Tirania.
  • À Aristocracia correspondia a Oligarquia.
  • À Democracia correspondia a Demagogia.

O caso de Portugal nos séculos XX e XXI é uma quase perfeita ilustração desta tese:
  • Consulado de António de Oliveira Salazar = Monarquia.
  • Consulado de Marcello Caetano = Oligarquia.
  • De 25 de Abril de 1974 ao fim do Consulado de Aníbal Cavaco Silva = Democracia.
    Ocorreu uma mudança do sistema formal de governo, com manutenção, e reforço da Oligarquia: a maioria dos oligarcas que estavam ficaram, entraram alguns oligarcas novos e reforçou-se a tendência plutocrática.
  • Do fim do Consulado de Aníbal Cavaco Silva até hoje = Demagogia.
    Verificou-se a manutenção do sistema formal de governo e um lento deslizar para a Demagogia, acentuado no Consulado de José Sócrates, atenuado no de Pedro Passos Coelho, novamente acentuado, e muito, no Consulado de António Costa.

À Demagogia segue-se a Anarquia, à Anarquia a Tirania e, se a Polis tiver a sorte de o Tirano ser um sábio, com um sucessor também sábio, o ciclo recomeça.

Em Portugal, após o assassinato de Sidónio Pais, oscilou-se entre a Anarquia e a Demagogia, oscilação que foi interrompida pelo Movimento de 28 de Maio de 1926, que instaurou uma Ditadura Militar.

Depois a Ditadura Militar acabou por entregar o poder a Salazar, um Tirano, que era um sábio, mas que não foi sucedido por um sábio. Logo a Monarquia não se institucionalizou e estamos, de novo, a caminho da Anarquia.

Em Espanha Francisco Franco, um Tirano, revelou-se também um sábio ao designar como sucessor Juan Carlos de Bourbon, que preparou para exercer o ofício de rei. E Juan Carlos de Bourbon também  se revelou um sábio, pelo que, ao que parece, a Espanha regressou ao início do ciclo.

Quanto aos impostos… 

O Governo PS-Costa compra votos, ou pensa que os compra, com o dinheiro que extorque aos cidadãos que não conseguem evitar ser roubados. 

Os ricos, os mesmos ricos, conseguem evitá-lo, a maioria dos trabalhadores livres – dos pedreiros aos juristas – também, daí que o número dos que não conseguem fugir seja cada vez menor e a carga sobre eles cada vez maior.

Recentemente o Governo PS-Costa resolveu declarar que os enfermeiros e os médicos não iriam ter férias por causa da “pandemia” e já há muitos a considerarem seriamente a emigração para França, ou para Inglaterra, onde lhes pagam bem melhor.

Em minha opinião “isto” vai continuar a “descer” até que um movimento militar interrompa a processo.



Letra e música de Luis Pedro Fonseca, realização de João Egreja, 1982.
Por cortesia do arquivo RTP.


Dão nas vistas em qualquer lugar
Jogando com as palavras como ninguém
Sabem como hão-de contornar
As mais directas perguntas

Aproveitam todo o espaço
Que lhes oferecem na rádio e nos jornais
E falam com desembaraço
Como se fossem formados em falar demais

Demagogia, feita à maneira
É como queijo numa ratoeira
Demagogia, feita à maneira
É como queijo numa ratoeira

P’ra levar a água ao seu moinho
Têm nas mãos uma lata descomunal
Prometem muito pão e vinho
Quando abre a caça eleitoral

Desde que se vêem no poleiro
São atacados de amnésia total
Desde o último até ao primeiro
Vão-se curar em banquetes, numa social

Demagogia, feita à maneira
É como queijo numa ratoeira
Demagogia, feita à maneira
É como queijo numa ratoeira




Fonte do comentário e do comentário ao comentário
  • Diálogo electrónico nocturno entre dois engenheiros aposentados.






Etiqueta principal: Política à Portuguesa.

Vinte e Cinco de Novembro

 

Ramalho Eanes à nossa esquerda, Jaime Neves à nossa direita.


Já repararam que faz hoje quarenta e cinco anos que Álvaro Cunhal desistiu de ser o Lenine Português assim evitando a Guerra Civil e a Intervenção Espanhola?

Francisco Costa Gomes avaliou a situação militar e recomendou a Álvaro Cunhal que desistisse de ser o Lenine Português como ele, Álvaro Cunhal, e Mikhail Suslov, ambicionavam fosse.

Álvaro Cunhal aceitou a recomendação de Francisco Costa Gomes, os Folclóricos e os Trotskistas não aceitaram, mas foram facilmente derrotados pelas forças sob o comando de António Ramalho Eanes e Jaime Neves.

O Pacto de Desistência, que teve por base o Documento dos Nove, durou até ser tornado caduco, em 2015, pela constituição da “Geringonça”.

Durou o Pacto quarenta anos, quase duas gerações, não foi nada mau.



Fonte da imagem 




Etiqueta principal: História de Portugal.

14 de novembro de 2020

Azul = Bom ⩒ Vermelho = Mau

 




Trocos /premium

Longe de mim qualquer convicção íntima na fraude. Desconfio só da feroz unanimidade da linguagem do Bem e não consigo escapar ao exercício contra-factual de imaginar que sucederia se fosse ao contrário

Por Paulo Tunhas no Observador ás 07:37 de 12 de Novembro de  2020. Tem comentários.

Há uns dias, estava a jantar com a minha mulher numa esplanada quando um pedinte veio ter connosco, a requerer dinheiro para uma sopa. Enquanto a minha mulher lhe dava um euro (quantia que eu reservo para o círculo restrito dos meus pedintes pessoais), expliquei-lhe (e era verdade) que só tinha moedas das pequeninas e tirei do bolso do casaco uma incómoda mão-cheia de moedinhas número 1 do Tio Patinhas, que se avizinhavam certamente, em conjunto, do euro da concorrência conjugal. Era um negócio, pensei, que convinha aos dois. Pegou nelas e afastou-se, sem agradecer, e depois parou para analisar o conteúdo da oferta, deitando para o chão da rua as de 1 e 2 cêntimos.

Eis alguém que fez a celebrada escolha da qualidade, mesmo em circunstâncias adversas. Chapeau! Ainda nos ficámos a rir com a surpresa e, depois de jantarmos, apanhámos as moedas do chão, com rigores de protestantes weberianos habitados pelo espírito do capitalismo. Maldito capitalismo, capaz de tornar uma católica e um ateu servos inconscientes de Calvino… Mas se a coisa tivesse ficado por aqui, nada de mal se teria verdadeiramente passado. O problema veio quando, sem querer, descobri que eu próprio atiro frequentemente trocos para o chão. Não exactamente trocos em cêntimos, mas trocos em ideias. Apesar de saber bem que até as mais esdrúxulas ideias contêm em si uma via, mesmo minúscula, para a verdade, há vezes em que, para evitar que os bolsos do espírito se atafulhem com uma população largamente inútil, os esvazio dos trocos que o dia-a-dia perversamente nos faz acumular. Aquilo que, na passagem do século XIX para o século XX, se chamava economia do pensamento também passa por aqui.

Dou um exemplo. Estão certamente a par do recente milagre que transformou o mundo, anunciando a magnífica vitória do Bem sobre o Mal, da luz sobre as trevas. A nossa América, a América boa, a América eterna dos nossos sonhos e das nossas promessas, venceu a falsa América, a anti-América, a América dos nossos pesadelos e das nossas frustrações. Dito de outra maneira: uma criatura da luz chamada Joe Biden derrotou nas eleições um mafarrico cujo próprio nome, Donald Trump, causa repulsa e mal-estar em qualquer um que o demo não tenha já irremediavelmente possuído com os seus fétidos miasmas. Não há boca que não cante, como cantam os anjos, a irreprimível alegria de tão gloriosa vitória do solar amanhã que nos é prometido e as palavras fluem, melodiosas: decência, bondade, união, compreensão, diversidade e todos os outros vocábulos que, ainda que aquém do êxtase propriamente dito, o anunciam como uma certeza plena e inteira.

É verdade que o mafarrico ainda estrebucha e os seus servos gostam de lembrar episódios passados que apontam no sentido de pelo menos uma modesta aceitabilidade da verosimilhança da sua doutrina sobre a possibilidade de ter existido alguma fraude eleitoral em tudo isto. Recordam, por exemplo, o facto de gente insuspeita de qualquer simpatia pelos republicanos ter há anos emitido considerações favoráveis à supressão do voto por correspondência por este poder conduzir à fraude eleitoral. Ou que, em 2016, muitos suspeitaram que a votação de Trump fora (nomeadamente no Wisconsin, no Michigan e na Pensilvânia) o resultado de manipulações do voto electrónico – isto para não falar da tese do “conluio russo”. Ou que, no passado, a mafia do Illinois havia roubado a Nixon a presidência em benefício de Kennedy. Ou que a eleição senatorial da Pensilvânia, em 1994, fora anulada por causa de fraudes maciças organizadas pela campanha do democrata William Stevenson. Aos olhos dos servos de Trump, isto deveria permitir, sem dúvida, que se apontasse que as acusações do actual presidente dos Estados Unidos são, pelo menos presentemente, insubstanciadas – mas não que se decretasse que são indesmentivelmente falsas.

A visão maniqueísta das coisas e a desconsideração da experiência passada deveria pôr-nos um bocadinho de pé atrás. Longe de mim qualquer convicção íntima na fraude. Desconfio apenas da feroz unanimidade da linguagem do Bem e não consigo escapar ao exercício contra-factual de imaginar o que diriam os democratas e os seus delegados portugueses, entre outros, se Trump tivesse vencido Biden por tão exígua margem, e à última hora, em vários swing states. Um passarinho diz-me que estariam exactamente a defender, aplaudindo, que Biden fizesse o que Trump está a fazer. Se a isto acrescentarmos a ininterrupta campanha que os democratas e a sua máquina jornalística levaram durante quatro anos a cabo contra Trump, com uma parcialidade e uma violência inauditas, a desconfiança adensa-se e o grosso do argumentário aparece muito discutível, o contrário exacto de uma evidência indesmentível.

Por mim, vou ficar muito caladinho e a pensar em coisas mais elevadas enquanto os tribunais não tiverem feito o seu trabalho. Até aí, faço como o outro e lanço os trocos – a linguagem do Bem e as certezas espúrias — para o chão. Não por especial gosto de discordar ou por ser dotado de uma natureza desconfiada, juro. Gostava imenso de experimentar a beatitude que transparece do canto dos nossos anjos, americanos ou caseiros, e de ser habitado pela irreprimível certeza que partilham. E, em vez de atirar moedas para o chão, preferia responder como uma miúda que em Paris, há muito tempo, em frente a Beaubourg, me agradeceu o cigarro que me tinha pedido: Cool! É mesmo só que não acho essa gente nada cool.

original e comentários aqui




Azul = Bom Vermelho = Mau

Os Azuis são Bons, os Vermelhos são Maus e não existem senão estas duas hipóteses de se ser: 
— Ou se é Azul, ou se é Vermelho, ou se é Bom, ou se é Mau.

Em Lógica dizemos que estamos em presença de uma Disjunção Exclusiva – ou um, ou outro, mas não ambos, nem uma terceira hipótese – em Filosofia dizemos que estamos em presença de uma Mundivisão Dualista, em Teologia que estamos em presença de uma Religião Dualista.

E é esta Mundivisão-Religião Dualista que “the powers that be” nos querem enfiar pelas goelas abaixo!

Monismo & Dualismo, publicado a 29 de Setembro de 2018.






Etiqueta principal: Fascismo Pós-moderno.

23 de outubro de 2020

O PS está no poder?


um artigo seguido de um comentário




Um país sem Governo onde o PS está no poder

    Se tivesse de definir a situação política do país, diria:
        Portugal é um país sem Governo onde o Partido Socialista está no poder.

Por Rui Ramos no Observador a 23 de Outubro de 2020, às 01:56.

Há semanas que nas tendas do regime a oligarquia negoceia o orçamento de Estado para 2021. Como é costume, a imprensa acompanha o cozinhado. Não sei, porém, se alguém está a prestar muita atenção. Por causa da epidemia, sem dúvida: com o país à espera de alguma espécie de novo confinamento, a quem pode fascinar o baile parlamentar sobre o Orçamento? Mas também porque ninguém leva muito a sério o drama que António Costa e os seus parceiros tentam inventar para concorrer com o noticiário do Covid. Quem vai aprovar o Orçamento na generalidade? O PSD já disse que não, o PCP e o BE ainda não disseram que sim. O Orçamento pode chumbar, o governo demitir-se? Ninguém o espera, ninguém acredita, a ninguém dá jeito. Em Portugal, a geringonça criou desde 2015 um ambiente político em que a crise governativa é permanente, mas sem desenlace.

A dança orçamental pode ser reduzida, como por vezes faz a imprensa, a embates sobre este ou aquele item muito específico. Ninguém também leva esses detalhes muito a sério. O que está em causa, para todos, não é isto ou aquilo, mas a figura que vão fazer no retrato final. Para que o governo continue, convém que o Orçamento seja aprovado. Mas todos os partidos, incluindo os da chamada geringonça, prefeririam que fossem os outros a aprovar o Orçamento. É que o ponto do bailado orçamental é, mais do que a oportunidade de reclamar créditos por mais alguns euros nas pensões ou nos salários, escapar a responsabilidades. Ninguém quer que este Orçamento pareça ser seu. Para o Partido Socialista, por exemplo, a “contenção” é de Bruxelas, e o “despesismo” dos seus parceiros. O Orçamento deveria definir um Governo, enquanto responsabilidade pelo que existe, e direcção para o futuro. Mas é a isto que o Partido Socialista sempre tentou fugir.

Para perceber o que está a ocorrer em Portugal, temos de distinguir entre poder e Governo. Já falei disto em artigo anterior, mas convirá talvez desenvolver o tema. Designemos por poder o exercício do mando a partir das estruturas do Estado. Chamemos Governo, não ao funcionamento dos ministérios, mas a um centro de responsabilidade e de direcção no Estado. Poder e Governo não são a mesma coisa. O poder é difuso, informal e por vezes difícil de definir; tende a não ser transparente, e nunca é responsável. O Governo é público, legal, definido; está sujeito a escrutínio e à vontade dos eleitores ou dos parlamentares. Um Governo pode mudar com umas eleições ou uma coligação na assembleia. O poder pode ou não. No nosso regime, os oligarcas desejam naturalmente o poder: o mando exercido a partir do Estado, que lhes dá influência, e traz benefícios. Mas só aceitam o Governo na medida em que lhes der acesso ao poder. A responsabilidade e a direcção que deveriam vir com o Governo – isso dispensam. E quando não o podem fazer, como tem acontecido em situações financeiras difíceis onde a UE impõe direcção e exige responsabilidades, ei-los prontos para largar o Governo, como Guterres em 2001-2002, aproveitando as autárquicas, depois do alarme sobre o défice.

Se tivesse de definir a situação política do país, diria: Portugal é um país sem Governo onde o Partido Socialista está no poder. O poder é, há mais de duas décadas, do PS. Mas nunca o PS quis responsabilidades e teve uma direcção. Com o PS, nunca mais, nesse sentido, houve Governo em Portugal. Houve Governo no tempo de Cavaco Silva: havia um responsável, o primeiro-ministro, e havia uma orientação, que era a do reformismo modernizador. Houve até Governo, apesar da troika, no tempo de Passos Coelho, como se viu em 2013, quando, perante o colapso  e a deserção dos seus principais ministros, Passos Coelho, sozinho, aguentou a governação. Com o PS, deixou de haver Governo. A determinação do PS em dominar o Estado e a partir daí controlar a sociedade foi sempre forte. Mas nunca lhe conveio escolher claramente entre as duas grandes concepções do Estado e da sociedade (a liberal e e a estatista), e descartou sempre responsabilidades: aquilo que precisamente define um Governo.  António Costa é já o exemplo proverbial dessa evasão governativa: de nada é responsável, dos incêndios de Pedrogão aos roubos de Tancos; quanto a uma direcção, nunca ninguém a percebeu, nem ele quis que se percebesse: as mesmas promessas, como a de pôr o Porto a 1h15 de Lisboa, são repetidas regularmente há mais de vinte anos, para que a imprensa subsidiada faça as mesmas manchetes e crie a impressão de que, não tendo avançado, é agora que vamos avançar. O que há e houve sempre com António Costa foi uma ocupação meticulosa do Estado e das suas instituições, como se viu na Procuradoria Geral da República ou no Tribunal de Contas. Com José Sócrates, houve uma conspiração do poder, o que não é o mesmo que um Governo.

É paradoxal. Nunca o Estado pesou tanto, quer pelo rendimento de que priva as famílias, quer pela interferência na vida de cada um. Muita gente, a esse respeito, se queixa de “autoritarismo”. Mas nunca o Estado teve menos Governo, no sentido de um centro de responsabilidade e uma direcção.

O que podemos deduzir de tudo isto? O Partido Socialista manda, e sabe mandar. Mas o PS e as esquerdas que agora o apoiam não estão em condições de governar o país. Até certo ponto, porque estão divididas entre si. Mas sobretudo, porque o seu mando não é compatível com o que é necessário fazer para a sociedade respirar e funcionar: limitar a dimensão do Estado. O governo de António Costa só existiu e só continua a existir para evitar o único Governo que Portugal poderia ter, no sentido de um foco de decisão e de rumo, que é um Governo reformista, necessariamente assente na maioria e na coligação dos partidos da direita parlamentar, PSD, CDS, e, provavelmente, Chega. Ninguém sabe quando esse Governo poderá surgir, mas já muita gente percebeu o que tem a fazer: desmontar o poder socialista como condição prévia de todas as outras reformas.



O PS está no poder?


O PS manda?

Não.

O PS obedece.

Logo não está no poder.

O poder não está no PS, nem sequer em Portugal, enquanto não o reconhecermos não encontraremos a saída.









Etiqueta principal: Crise 21 - Portugal.

12 de outubro de 2020

Andreia Montenegro (Ana Loureiro)





Contada por Ana Loureiro, o rosto da petição pública para a Legalização e Regulamentação da Prostituição em Portugal, meio no qual é também conhecida por Andreia Montenegro, esta é a história de uma mulher que encontrou na profissão mais velha do mundo o caminho para a sua sobrevivência e a dos seus filhos.

Oriunda de uma família lisboeta de classe média, Ana viveu uma infância e adolescência marcadas pela violência física e psicológica. Após uma tentativa de suicídio, foi acolhida por instituições do Estado, onde conheceu aquele que viria a ser o pai dos seus filhos – e que, tal como sucedera com os seus pais, não a pouparia a maus-tratos.

Nestas páginas, conta-nos como chegou à prostituição, como despertou para um universo de segredos, cumplicidades e perversões que desconhecia em absoluto e como se habituou a um trabalho que, de início, lhe provocou a mais profunda repulsa, ou não tivesse sido um padre o seu primeiro cliente.

Cru, genuíno, corajoso e direto, este livro põe a descoberto um meio em que o perigo, a incerteza e o absurdo estão sempre ao virar da esquina, obrigando-nos também a refletir sobre a necessidade de regulamentar uma profissão que permanece na sombra da clandestinidade.



Andreia Montenegro, a julgar pela sua história que neste livro conta, não foi, nem é, uma Acompanhante de Luxo, foi, e é, uma Mulher de Armas e uma Sacerdotisa do Amor. Foi em tempos, uma menina numa Casa da Mariquinhas, é, actualmente, uma Mariquinhas nas suas próprias casas.





O que a autora conta, a situação que descreve, não me surpreendeu minimamente. Nasci em Julho de 1947 e desde cerca de 1960, desde os meu 12, 13, anos que, ouvindo “coisas”, vendo “coisas”, lendo “coisas”, tenho vindo a construir um modelo mental da situação, modelo desse que, nas suas grandes linhas, coincide com quanto é descrito.

Nas suas grandes linhas, friso, não fazia ideia do que era «fazer praças» nem de que, como «praças», Aveiro era má e Braga boa.

Acresce que, sendo do sexo masculino e vivendo no ambiente dos Clientes das Mariquinhas, não no das próprias Mariquinhas, via a situação de um outro ponto de vista, um ponto de vista em que mais importantes do que as Mariquinhas, ou os Clientes das Mariquinhas, eram as Esposas, Filhas e Filhos, dos Clientes das Mariquinhas.

Quanto à questão da Regulamentação da Prostituição, questão que, suponho, terá sido o que levou Ana Loureiro a expor-se como se expõe, acho que ela está cheia de razão e que a actividade deve ser regulamentada.

O mercado de trabalho da prostituição – feminina ou masculina – é um mercado de trabalho dinamizado pela procura, não pela oferta. Enquanto houver homens e mulheres que queiram, e possam, pagar os favores sexuais de outrem haverá quem, por uma razão ou por outra, esteja na disposição de prestar esses mesmos favores sexuais

Que os favores sexuais sejam prestados na borda de uma estrada, na cabine de uma viatura, na casa de banho de um centro comercial, no saguão de um prédio, num quarto – de bordel, de hotel, de residência –, na cama de dormir da, ou do, cliente, é irrelevante, o que é relevante é que uma das partes compra os favores sexuais que a outra parte lhe presta, favores sexuais esses que a outra parte lhe não prestaria se não fosse remunerada. E o valor da remuneração é, pela mesma razão, irrelevante. Nuns casos será baixo, ou baixíssimo, noutros razoável, noutros elevado, ou elevadíssimo, dependerá de imensas coisas.

O Projecto-Lei de Regulamentação da Prostituição em Portugal proposto pela autora nas páginas finais deste seu livro resolve todas as questões que se prendem com  Prostituição em Portugal?

É evidente que não!

Não resolve, por exemplo, as questões que se prendem os que casam por dinheiro mas, parece-me, resolve, ou contribui para a resolução, de muitos dos problemas das Casas das Mariquinhas, das próprias Mariquinhas e, espero bem, contribuirá para desincentivar fortemente a prostituição juvenil feminina, a prostituição das moças entre entre os quatorze e os vinte e um anos.






Etiqueta principal: Regulamentação da Prostituição em Portugal.

10 de outubro de 2020

Covidices

 

O Trio da Hora de Almoço.



as melhores frases durante, ou sobre, a crise pandémica

— edição revista e aumentada —
old boys network
08.10.20


“Há baixíssima probabilidade de vírus em Portugal. A OMS está a exagerar um bocadinho.”

— Graça Freitas 


“Apelo para que visitem os lares: sejam solidários.”

— Graça Freitas 


“Não usem máscaras. As máscaras dão falsa sensação de segurança.”

— Graça Freitas 


“Testes? Testes negativos dão falsa sensação de segurança.”

— Graça Freitas 


“Esta semana chegam 500 ventiladores. Outros tantos após a Páscoa.”

— Lacerda Sales 


“Então nós íamos mascarados para o 25 de Abril?”

— Ferro Rodrigues 


“Não é necessário usar máscara. A AR é um edifício grande.”

— Graça Freitas 


“Admito a possibilidade de celebração do 13 de Maio.”

— Marta Temido 


“Já tenho um esquema para ir à praia.”

— Marcelo Rebelo de Sousa 


“Senhor Presidente, isso não é permitido.”

— Elemento da segurança de Marcelo Rebelo de Sousa 


“Não vai haver austeridade.”

— António Costa 


“Tracei as linhas gerais para um plano a 10 anos em 2 dias.”

— António Costa e Silva 


“Comigo ninguém falou sobre qualquer plano.”

— Mário Centeno 


“Nos aviões não é necessário distanciamento porque as pessoas só olham para a frente.”

— Graça Freitas 


“A realização da fase final da Champions em Lisboa é um prémio para os profissionais de saúde.”

— António Costa 


“O que nós queremos é que venham muitos estrangeiros.”

— Graça Freitas 


“Que bom que foi poder ver o Algarve sem as filas e as enchentes de sempre.”

— António Costa 


“A pandemia pode ser uma oportunidade para a agricultura portuguesa.”

— Maria do Céu Albuquerque 


“Que cada um de nós recorra à horta de um amigo. Não açambarquem.”

— Graça Freitas 


“Admitimos retaliar contra países que impedem entrada de portugueses.”

— Augusto Santos Silva 


“Aparecem mais casos porque estamos a testar mais.”

— António Costa 


“A Câmara Municipal de Arcos de Valdevez (CMAV), como forma de proteger as crianças que regressaram esta segunda-feira ao jardim de infância, criou um dispositivo que ajuda a manter sempre o distanciamento social. A solução surgiu sob a forma de um chapéu com quatro hélices.”

— CMAV 


“A Junta de Freguesia de São Martinho do Porto (JFSMP) levou a cabo uma acção de desinfecção do areal da praia com um tractor e uma solução que continha hipoclorito, no início de Maio.”

JFSMP 


“Vá, dentro do elevador cada um virado para o seu lado.”

— Graça Freitas 


“Até agora não faltou nada no SNS e não é previsível que venha a faltar.”

— António Costa 


“É muito difícil fazer previsões quando o mundo mudou 360 graus em dois meses”

— António Costa 


“População menos educada e mais pobre poderá estar a potenciar uma maior incidência da epidemia no norte.”

— TVI 


“Existe, de facto, um produto muito eficaz, um produto que mata todos os micro-organismos e, portanto, bactérias e vírus, e que consegue durante um mês essa mesma segurança. Há uma película que é formada em torno das superfícies onde ele for aplicado.”

— Matos Fernandes


“Estou aqui sem nenhuma proteção porque tenho a certeza que nem a Cristina nem nenhum dos adjuntos que estão aqui, que aliás são muitos, não representam qualquer tipo de problema para a minha saúde. Sei disso olhando para eles.”

— Francisco George


“Por que é que aquilo só afecta os chineses?”

— Cristina Ferreira 


“Se isto é um milagre, o milagre chama-se Portugal.”

— Marcelo Rebelo de Sousa 


“Não é patriótico atacar agora o governo.”

— Rui Rio 


“Confinamento é para manter diga a Constituição o que diga.”

— António Costa 


“Nesta guerra, ninguém mente nem vai mentir a ninguém. Isto vos diz e vos garante o Presidente da República.”

— Marcelo Rebelo de Sousa 


“É menos perigoso do que a gripe.”

— Jorge Torgal 


“Vai ficar tudo bem.”

— Sem autor atribuído 


“Quero felicitar o Senhor Presidente da República neste 4º aniversário da sua tomada de posse, com votos de que o ano que agora se inicia seja assinalado pelo mesmo nível de sucesso, aproveitando para o congratular pelos resultados negativos no teste efetuado.”

— António Costa 


“As Câmaras Municipais do Porto (CMP) e de Vila Nova de Gaia (CMVNG) informam que a noite de São João se comemora a 23 de Junho, ontem."

— CMP/CMVNG 


“Cerca sanitária no Porto? Neste momento, e provavelmente hoje será tomada uma decisão nesse sentido, a ser equacionada entre a autoridade de saúde regional e nacional e o Ministério da Saúde, obviamente.”

— Graça Freitas

 

“É mentira, é mentira.”

— António Costa 


“Se o primeiro-ministro puxou as orelhas à ministra teria certamente razão.”

— Marta Temido 


“A falsa frágil como as orquídeas que ama.”

— Fernanda Câncio 


“Existe nas últimas semanas uma ligeira subida numa tendência que é de estabilização da descida.”

— Marcelo Rebelo de Sousa 


“No se trata de Lisboa, sino de algunos barrios de municipios vecinos. No existe ninguna relación con el centro de la ciudad de Lisboa donde se celebrará la Champions.”

— António Costa 


“O antibiótico é para combater o vírus.”

— António Costa 


“Temos uma enorme dificuldade em pronunciar o nome das pessoas, uma enorme dificuldade em comunicar.”

— Rui Portugal 


“Ir assim para a rua mamar copos sem máscara sem nada, hum…, não é boa ideia.”

— Marta Temido

 

“As vacas não deixaram de existir e a poluição baixou.”

— Maria do Céu Albuquerque 


“Um dia será o Reino Unido a precisar de quem agora está em baixo.”

— Marcelo Rebelo de Sousa 


“Com maus chefes e pouco exército não conseguimos ganhar esta guerra.”

— Fernando Medina 


“Ministério da Saúde não se pode deixar capturar pela crítica fácil e pela má-língua.”

— Marta Temido 


“Pandemia pode ser oportunidade para resolver problemas no acesso à habitação em Lisboa.”

— Fernando Medina 


“A questão do Estado de Direito não deve ser relacionada com as negociações sobre o plano de recuperação.”

— António Costa 


“Nós não estamos aqui para festas de anos de ninguém.”

— Mark Rutte

 

“O ponto mais crítico da contração económica já ficou para trás.”

— Siza Vieira

 

“Vamos beber o drink de fim de tarde.”

— Graça Fonseca 


“A melhor forma de dar a volta a esta crise é o crescimento económico.”

— Siza Vieira 


“O meu objetivo não é apurar a responsabilidade de surtos nos lares.”

— Ana Mendes Godinho 


“Não o li, mas a Ordem dos Médicos fez-me chegar o relatório e já pedi que o analisassem.”

— Ana Mendes Godinho 


“É fácil ficar no nosso consultório e passar o dia a falar por videoconferência para as televisões.”

— António Costa 


“É que o presidente da ARS mandou para lá os médicos fazerem o que lhes competia. E os gajos, cobardes, não fizeram.”

— António Costa 


“O Senhor Primeiro-ministro não reproduziu integralmente e fielmente aquilo que minutos antes tinha reconhecido à Ordem dos Médicos.”

— Ordem dos Médicos 


“Diga aos portugueses para votarem noutro Governo.”

— Marcelo Rebelo de Sousa 


“Nunca pensei que chegássemos a cinco dias da Festa do Avante sem conhecer as regras do jogo.”

— Marcelo Rebelo de Sousa 


“O encerramento das escolas não se devem ao facto de as escolas serem um local de contaminação mas pelo contrário a escola deve-se ao facto de a escola ser um local de contacto ser um local que favorece naturalmente a contaminação.”

— António Costa 


“A escola, em si, não transmite o vírus.”

— António Costa 


“O estudo do Instituto de Saúde Pública do Porto concluiu que não existe ligação direta entre as infeções da COVID-19 e utilização do transporte ferroviário na Área Metropolitana de Lisboa.”

— Pedro Nuno Santos


“É altura de deixarmos de pôr o país nas bocas do mundo, dizendo que a informação não é boa. Isso até nem é patriótico.”

— Graça Freitas


“Uma vez que estive na reunião do Conselho de Estado a aplicação STAYAWAY COVID devia-me ter alertado. E não alertou.”

— Rui Rio


“De acordo com estudo preliminar, o excesso de mortes em 2020 poderá dever-se à temperatura elevada.”

— António Costa










Etiqueta principal: Humor Negro.