Páginas

24 de agosto de 2020

António Gil: A Grande Macaquice de Imitação




Há macro-factos e micro-factos. Não é por achar que a “crise do corona” foi cavalgada com propósitos MUITO EVIDENTES que vou dizer que TODAS as medidas adoptadas por diversos governos foram motivadas por mais um (grande) estouro da bolha financeira, pelo programa de Davos do ‘’Grande Reinício Económico’’, pela Falsa Agenda Verde ou pelo Último Estertor do Globalismo Ocidental. 

Não, há coisas que resultaram apenas da macaquice de imitação. Seguem-se algumas delas:

Um mistério durante meses é como  tantos governos em tantos lugares diferentes da terra adoptaram políticas absurdas iguais ou muito semelhantes, não importa o nível de ameaça do vírus nem as evidências firmes de que as intervenções tivessem alguma esperança de ser eficazes. 

No decorrer de duas semanas, as liberdades tradicionais foram eliminadas em quase todos os países desenvolvidos. Mesmo algumas políticas mais tolas replicaram-se viralmente numa série de países. 

Por exemplo, experimentar roupas em lojas da Europa, no Texas, em Melbourne, em Londres ou Kalamazoo. 

Por essa altura já se sabia que era pouco provável que o COV-SARS-2 fosse amante da moda. Foi um exagero misterioso porque as pessoas continuaram a tocar em embalagens, teclados de multibanco e muitas outras coisas. 

Mas em roupas não se podia…prontuuus, ficámos assim, sem mais explicações. Curiosamente logo a seguir muita gente acreditou que um pedaço minúsculo de tecido nas fuças podia salvá-las do vírus. É de loucos, não é?  

Em seguida, houve a confusão interior/exterior. Primeiro, todos foram forçados a entrar em espaços fechados e muitas pessoas foram presas por estarem ao ar livre. 

Mais tarde, quando os restaurantes começaram a abrir, as pessoas não tinham permissão para entrar, mas podiam comer suas refeições ao ar livre, se esplanadas houvesse. Deveríamos acreditar que o vírus viveu do lado no exterior por um tempo, mas depois buscou o aconchego de um tecto? 

Ah e os toques de recolher? Muitos países os adoptaram, apesar da completa ausência de evidências de que a propagação do vírus tem hora, como se diz que a brincadeira tem: pelas regras dir-se-ia que o vírus prefere a vida nocturna.

Ou será que o verdadeiro ponto era parar com a folia e tudo o que reunisse as pessoas de uma forma divertida? Foi como se vários governos decidissem no mesmo dia que o COVID-19 se espalhava por meio de sorrisos, beijos e diversão, então foi preciso banir tudo isso.

Em Lisboa, Sydney , Los Angeles, Detroit, Miami e tantas outras cidades é preciso usar uma máscara quando entras num restaurante, mas não quando te sentas para comer. 

E essa regra do metro e meio também é bizarra porque parece sugerir que se duas pessoas se aproximam demais uma da outra o vírus vem logo, todo guloso. Pelo menos as pessoas parecem acreditar nisso. 

A Austrália, à sua maneira, até criou um slogan e um jingle para acompanhá-lo. “ Ficarmos longe mantém-nos juntos ”, diz o Orwell, perdão, a Victoria. 

Em muitos países também, duas semanas de quarentena são exigidas para quem chega de longe, embora o período de incubação do vírus não seja tão longo. O  período médio é de 6 dias , talvez, que é o que se esperaria de um coronavírus. 

Ah, também não se pode borrifar um perfume para experimentá-lo, porque certamente isso espalha COVID-19 que por outro lado morre inapelavelmente com outros produtos à base de álcool e éter. Nenhum fragmento de evidência de que haja alguma verdade nisso. Esta medida parece completamente sorteada de entre um lote arbitrário delas…mas foi amplamente imposta. 

A proibição de encontros com mais de 50 pessoas ao ar livre e 25 dentro de casa, o encerrar de ginásios num momento em que as pessoas precisam de exercício físico, o encerrar de teatros e pistas de dança, mas a manutenção de lojas grandes – essas políticas são tão omnipresentes e nenhuma ciência as apoia – seria impossível justificá-las. 

O pior caso foi o encerramento de escolas. Eles foram fechadas ao mesmo tempo em todo o mundo, apesar das evidências disponíveis desde pelo menos janeiro de que a ameaça às crianças é quase zero. Sim, elas adquirem COVID-19 quase inteiramente assintomático, o que significa que não ficam “doentes” no sentido antiquado do termo. Além do mais, é altamente improvável que eles o espalhem para adultos precisamente porque não apresentam sintomas. Isso é  amplamente admitido. 

Mesmo assim, os governos decidiram infernizar a vida das crianças por um período inteiro. 

E tudo isso parece estranhamente suspeito. Todos esses países e estados implementaram esse show de palhaço obrigatório ao mesmo tempo.

Nos Estados Unidos, foi fascinante de ver. As paralisações aconteceram em todo o país. No Nordeste, o vírus já se espalhara amplamente para a imunidade de grupo. O Sul fechou ao mesmo tempo, mas o vírus ainda nem estava lá. Quando o vírus chegou, a maioria dos estados do Sul já tinham reaberto. O vírus  não parece importar-se com nada disso, de qualquer maneira. 

Como expliquei noutros posts, podemos buscar razões no colapso financeiro e na necessidade de injectar dinheiro em todas essas coisas grandes demais para falirem.

Tantos governos no mundo perderem ao mesmo tempo toda a noção e abolirem as liberdades do povo de forma tão cruel, enquanto pisavam as respectivas constituições e leis, deve ter uma explicação e eu até admito que nem todas as medidas tiveram motivações muito profundas, ou sequer reflectidas. 

Como não devemos porém sobrestimar a inteligência de muitos governantes tenho de aceitar que em muitos casos foram apenas macaquinhos de imitação.  

Pode ter começado por um governador ou estadista esgrouviado que por uma obsessão pessoal qualquer inventou algo num pânico louco sendo, em seguida, imitado por outros que queriam dar a impressão que estavam a fazer algo contra o vírus. 

A teoria do comprometimento.

Pete Earle parece explicar por que o rigor persiste, mesmo na falta de evidências de que eles fazem qualquer coisa para suprimir o vírus. 

Mas como podemos explicar a imposição de tantas regras igualmente ridículas ao mesmo tempo em tantas partes do globo? 

Convido-vos  a examinar um estudo muito interessante publicado pela National Academy of Sciences (EUA):  Explicando a difusão homogénea das intervenções não farmacêuticas COVID-19 em países heterogéneos.

Um título mais claro poderia ser: como tantos governos se comportaram tão estupidamente ao mesmo tempo. A teoria que eles postulam parece altamente realista para mim: 
« Analisamos a adoção de intervenções não farmacêuticas nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) durante a fase inicial da pandemia da doença coronavírus 2019 (COVID-19). 

 Dada a complexidade associada às decisões de pandemia, os governos enfrentaram o dilema de como agir rapidamente quando seus principais processos de tomada de decisão são baseados em deliberações que equilibram considerações políticas. 
 Os nossos resultados mostram que, em tempos de crise severa, os  governos seguem o exemplo de outros e baseiam suas decisões no que outros países fazem. Os governos em países com uma estrutura democrática mais forte são mais lentos para reagir diante da pandemia, mas são mais sensíveis à influência de outros países. Fornecemos ideias para pesquisas sobre difusão de políticas internacionais e pesquisas sobre as consequências políticas da pandemia COVID-19. »

Isto parece encaixar-se com o que tenho visto anedoticamente. 

Os maduros no comando são, em sua maioria, advogados especializados em vigarizar eleitores. E as “autoridades de saúde pública” que os aconselham podem obter credenciais na área sem nunca terem estudado grande coisa, muito menos medicina prática. Então o que eles fazem? Eles copiam outros governos, como forma de encobrir sua ignorância. 

Como diz o estudo:
« Embora o nosso artigo não possa julgar qual seria o momento de adopção “óptimo” para qualquer país, segue-se, a partir de nossas descobertas do que parece ser  uma imitação internacional  de adopções de intervenção, que alguns países podem ter adoptado medidas restritivas antes do necessário. 
 Se for esse o caso, esses países podem ter incorrido em custos sociais e económicos excessivamente altos e podem ter problemas para sustentar essas restrições pelo tempo necessário devido à fadiga do bloqueio. »

Ou seja: os confinamentos, bloqueios e medidas de restrição impostas não eram ciência. Era mais do tipo: macaco faz o que vê os outros macacos fazerem. As experiências de psicologia social  sobre conformidade  ajudam a explicar isso melhor do que qualquer outra coisa. Eles viram alguns governos a fazer coisas e decidiram fazê-las também, como uma forma de se certificarem de que evitam riscos políticos, independentemente do custo. 

Tudo isso só aumenta o respeito pelos governos do mundo que não fecharam negócios e escolas, não impuseram máscaras e não promoveram à maluca essa dança kabuki de distanciamento social para sempre. Vêm à mente Coreia do Sul, Uruguai, Dakota do Sul, Suécia, Taiwan e (sim até) a Bielo-Rússia. É necessário um nível incomum e raro de incredulidade para evitar esse tipo de mentalidade de rebanho.



Comentários no Facebook
Guardado.
     Carlos Ataide • 22 de Agosto às 21:02

Quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto, caro Antonio Gil. 
No caso das "medidas" a cada nível da “máquina burocrática” o irresponsável responsável acrescenta-lhe mais uma, para que não possa ser acusado de irresponsabilidade. 
Depois há outra questão, independente da anterior, porque é que as pessoas aceitam submeter-se?
     Duarte Pacheco Pereira • 23 de Agosto ás 08:27

Vou levar, caro Antonio Gil.
     Duarte Pacheco Pereira • 23 de Agosto ás 08:27




Fonte







Etiqueta principal: Fascismo pós-moderno.


1 comentário: