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31 de julho de 2021

A nossa idemocracia

Charge – Democracia


A Constituição da República Portuguesa de 1976 é uma constituição idemocrática, isto é, não democrática, porque, com excepção do Presidente da República, os eleitos não representam os cidadãos eleitores mas os dirigentes partidários.

E os dirigentes partidários representam, por sua vez, os interesses dos seus patrocinadores, patrocinadores que podem ser, e são, organizações económicas, financeiras, ideológicas, políticas, religiosas, quer nacionais e quer estrangeiras.


É mau?

É, e muito.


Pode ser corrigido?

Pode, e facilmente.


Basta que o país seja dividido em duzentos círculos uninominais, de cinquenta mil habitantes cada, e que qualquer cidadão eleitor se possa candidatar a representar os habitantes de um círculo desde que a sua declaração de candidatura seja subscrita por mil cidadãos eleitores residentes no círculo.


Este sistema acaba com os partidos?

Não.

Este sistema retira aos partidos o Monopólio da Representação Política que a Constituição da República Portuguesa de 1976 lhes ortougou.


Este sistema aproxima os eleitos dos eleitores e vice-versa?

Parece-me evidente que sim.


Este sistema torna a Constituição da República Portuguesa de 1976 mais democrática?

Parece-me evidente que sim.


Este sistema prejudica os dirigentes e quadros dos partidos políticos e quantos esperam a dar-se bem na vida por estarem nas boas graças dos ditos dirigentes e quadros dos partidos políticos?

Parece-me evidente que sim.


Isso é bom?

Parece-me evidente que sim.








Etiqueta principalIdemocracia.

28 de julho de 2021

A Guerra do Ultramar

“PORTUGAL NÃO É UM PAÍS PEQUENO”
Mapa de Propaganda Colonial da autoria do Capitão Henrique Galvão,
Nacional Sindicalista e Germanófilo, tal como o foi o General Humbert1o Delgado.

Pergunta

A Guerra do Ultramar se não fosse o 25 de abril poderia ser vencida? Ou se os portuguesas agissem no começo com mais intensidade e vigor, seria possível vencer ou seria atrasar o inevitável?


Resposta

Em que consiste “vencer”, “ganhar”, uma guerra?

Bombardear e invadir um país e retirar com o rabo entre as pernas como os Estados Unidos no Vietname e no Afeganistão?

A Guerra do Ultramar foi vencida, ganha.

O 25 de Abril foi uma Revolução Colorida, uma Operação de Mudança de Regime do tipo Sharp-Soros-CIA, como o foi o Maio de ’68 em França, antes, a Revolução Ucraniana de 2014, depois, e a recente tentativa de Revolução Bielorrussa.

Essas operações de mudança de regime só têm êxito quando o governo a ser derrubado não resiste, que foi o que aconteceu com o Governo de Marcelo Caetano em Portugal e o de Víktor Yanukóvytch na Ucrânia, mas não com o de Charles de Gaulle em França e o de Aleksandr Lukashenko na Bielorrússia.

Qual era o objectivo estratégico dos EUA?

Apossarem-se do Ultramar Português, particularmente de Angola.

Qual era o objectivo estratégico dos que em Portugal colaboraram na Operação de Mudança de Regime promovida pelos EUA.

Criar um “Portugaláfrica” do tipo da “Françafrique” que a França criou, isto é, transformar as Províncias Ultramarinas Portuguesas, que tinham estatuto de Território Nacional tal como Portugal Continental o tinha, em neocolónias do dito Portugal Continental.

Qual era o objectivo estratégico de Portugal?

Manter o Ultramar Português na órbita de Portugal.

É hoje evidente que o Ultramar Português continua na órbita de Portugal, que o tal “Portugaláfrica” neocolonial não foi criado e que os EUA não se conseguiram apossar-se do Ultramar Português, particularmente de Angola.

Portanto o objectivo estratégico de Portugal foi alcançado e os objectivos estratégicos dos EUA e dos que em Portugal colaboraram na Operação de Mudança de Regime promovida pelos EUA (o 25 de Abril) não foram alcançados.

Logo Portugal venceu, ganhou, a Guerra do Ultramar.

Curiosamente venceu-a, ganhou-a, tal como venceu, ganhou, a Guerra da Luz Divina no século XVII, foram os Filhos da Terra que a venceram, a ganharam, não os Filhos do Reino, os Reinóis.

P.S. É a segunda vez na sua história que Portugal tem uma derrota tática que acaba por revelar-se uma vitória estratégica. A primeira vez foi em Alcácer Quibir: a batalha foi perdida e Dom Sebastião morto (derrota tática): a Sublime Porta, o Império Otomano, não tomou Marrocos e não chegou ao Mar Oceano (vitória estratégica).


A esta pergunta foram dadas mais respostas, ver aqui.








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