Mapa diacrónico do Reino dos Francos (em latim: Regnum Francorum), de 481 a 843. |
O meu problema com a União Europeia não tem a ver com nem Ursula von der Leyen, nem com Angela Merkel, nem com qualquer outro que para lá vá ou lá tenha estado, o meu problema com a União Europeia tem a ver com a própria União Europeia.
E tem a ver com a própria União Europeia porque estou convencido de que a Alemanha Reunificada está tentando Unificar a Europa usando a metodologia que a Prússia usou no século XIX para Unificar a Alemanha: Primeiro o Zollverein, a União Aduaneira, depois o Reich, o Império.
O Deutscher Zollverein, a União Aduaneira Alemã. |
Só que, em minha opinião, a metodologia que funcionou na Alemanha no século XIX não tem a menor hipótese de funcionar na Europa no século XXI.
Em minha opinião a metodologia funcionou na Alemanha no século XIX porque, pese embora as suas diferenças e particularismos, que os têm, os Alemães eram uma Nação. Tinham uma Língua Comum, uma História Comum, uma Cultura Comum e viam-se a si próprios como uma Nação, a Nação Alemã.
Ainda em minha opinião a dita metodologia não tem a menor hipótese de funcionar na Europa no século XXI porque, chegue ou não a Europa aos Urais, os Europeus não são uma Nação. Não têm uma Língua Comum, uma História Comum, uma Cultura Comum, não se vêm a si próprios como uma Nação, a Nação Europeia.
Portanto, e sempre em minha opinião, uma Associação Europeia de Comércio Livre é um tipo de organização com hipótese de funcionar e de ser vantajosa para todos os participantes, uma União Aduaneira Europeia, ou uma União Europeia, não.
Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo |
Sei bem que nos tempos que correm falar de Língua, de História, de Cultura, de Nação, é algo que costuma dar direito a sermos expeditamente etiquetados de “direitistas”, de “reaccionários”, de “fascistas” por vezes, mas o facto é que, conforme escreveu George Santayana: “Progress, far from consisting in change, depends on retentiveness. When change is absolute there remains no being to improve and no direction is set for possible improvement: and when experience is not retained, as among savages, infancy is perpetual. Those who cannot remember the past are condemned to repeat it.”
Post scriptum: O livro Prisioneiros da Geografia – Dez Mapas que lhe Revelam Tudo o que Precisa de Saber Sobre Política Internacional por Tim Marshall (autor) e Sónia Maia (tradutora) ajuda-nos a descobrir como, e porquê, a Geografia é um fator tão determinante para a História do Mundo e na Política Internacional, tema sobre o qual também se debruça a Stratfor's "Geographic Challenges" Series: France's Geographic Challenge, Germany's Geographic Challenge, Italy's Geographic Challenge. Eu diria, entretanto, que os estados e os seu dirigentes não estão só prisioneiros da Geografia – Física e Humana –, estão-no também da Sociobiologia Humana, da Antropologia – Física e Cultural – e da História – Política e Militar, Económica e Social e das Ideias e Mentalidades –.
Fontes das ilustrações
- “Reino Franco”. Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página foi editada pela última vez às 23h02min de 1 de maio de 2019. Recuperada às 06h02min de 26 de julho de 2019.
- “União Europeia”. Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página foi editada pela última vez às 00h19min de 17 de julho de 2019. Recuperada às 06h39min de 26 de julho de 2019.
- “Zollverein”. Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página foi editada pela última vez às 12h08min de 21 de agosto de 2018. Recuperada às 07h26min de 26 de julho de 2019.
- “George Santayana”. Wikiquote, the free quote compendium. This page was last edited on 9 June 2019, at 23:01. Retrieved on 26 July 2019, at 07:56.
Etiqueta principal: União Europeia.
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