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4 de março de 2020

O "Contrato" de Maio de 68

Daniel Cohn-Bendit
Caudilho estudantil durante a agitação de Maio de 1968 na França.
Hoje Co-Presidente do grupo "Verdes Europeus"-"Aliança Livre Europeia" no Parlamento Europeu.



CONTRATO

Artigo 1.º — Podem fornicar à vontade.

Artigo 2.º — Não podem questionar o Capitalismo.

Artigo 3.º — Não podem questionar a Democracia Liberal.






Muitos jovens, então entre os 13 e os 23 anos, hoje adultos, velhos, entre os 65 e os 75 anos, franceses, portugueses, de muitas e variadas outras nacionalidades, assinaram o contrato com o maior dos entusiasmos mas, há que o notar, e que o frisar, os Artigos 2.º e 3.º estavam em letras muito, muito, desmaiadas.





RESULTADO

Uma sociedade ateia, hedonista, em vias de extinção, que vive aterrorizada com o teísmo de “uns” e o estoicismo de “outros”, “uns” e “outros” esses que, já o compreenderam, vão matar quantos antes se não suicidarem, ou se fizerem eutanasiar…










Fontes
  1. "Daniel Cohn-Bendit". Discogs. Sem data de publicação. Recuperada às 15:47 de 04 de Março de 2020.
  2. "Maio de 68: Uma Contrarrevolução Conseguida by Régis Debray". Goodreads. Sem data de publicação. Recuperada às 16:45 de 04 de Março de 2020.



Etiqueta principal: Fascismo Pós-Moderno.
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5 comentários:

  1. Partilhado no Twitter.
    https://twitter.com/athayde_a/status/1235257513572020226

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  2. Cher Alvaro,
    Je ne rentrerai pas dans le débat sur les défauts de mai 68 car votre vision est beaucoup trop moraliste et influencée par la religion pour moi.
    Néanmoins plusieurs points positifs ressortent pour moi, le droit de disposer de son corps, une évolution du droit des femmes à l'égalité sociale et la conscience écologique qui est quoique vous en pensiez, une remise en question du système économique.

    Mais,bien entendu, comme tout mouvement éruptif mai 68 a de nombreux défauts.
    Peut être que juger cette génération sans faire le lien avec les générations précédentes est un processus intellectuel contestable. Une sur-réaction était peut être inévitable suite aux brillantes actions des générations précédentes, portés par la parole de Dieu, et qui ont amené deux guerres mondiales sanglantes, des dictatures à foison, des guerres coloniales...

    Cordialement
    Jean Pierre

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    1. Caro Jean Pierre

      A Cultura Francesa é Idealista e Teórica, tal como a Alemã, e a Cultura Portuguesa é Realista e Prática, tal como a Inglesa, só que Portugal não rompeu com Roma, como a Inglaterra e a Escócia o fizeram, nem tem com Roma tem uma relação de amor-ódio, tal como a França e a Alemanha têm.

      Tudo isto tem pouco a ver com Religião e muito a ver com Economia, Finanças, Política e Guerra, sabe?

      O Maio de 68 foi uma Operação de Mudança de Regime levada a cabo pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos com o objectivo de deporem Charles de Gaulle, uma espinha que tinham cravada na garganta desde a execução de François Darlan em Argel e o acordo de Charles de Gaulle com José Estaline que garantiu que no pós-guerra a França fosse representada pela ‘France Libre’, não pela ‘France de Vichy’.

      Saiu Charles de Gaulle, entrou Georges Pompidou, um do ‘Banque Rothschild’, e a França entrou no caminho que a trouxe até hoje.

      Régis Debray deu por isso e escreveu-o no seu livro ‘Mai 68 : une contre-révolution réussie’, publicado pela primeira vez em 1978. Só que se em 1978, dez anos após os acontecimentos, já dava para ver algumas das consequências, o facto é que ainda não dava para ver o que hoje vemos, decorridos que são 52 anos, meio século.

      Quanto às guerras coloniais…

      A França lançou-se na construção do seu Segundo Império Colonial para compensar a derrota dos Napoleões. De Napoleão I ás mãos dos Britânicos, dos Espanhóis, dos Portugueses, dos Prussianos e dos Russos. E de Napoleão II ás mãos dos Prussianos. E lançou-se nessa empresa imbuída das convicções de jacobinos como Jules Ferry, não em nome de deus. Não em nome do deus dos cristãos pelo menos. E, quando em confronto com culturas mais antigas que a Cultura Francesa como foi o caso na África Branca, no Levante e na Indochina, o resultado foi catastrófico para a França.

      Quanto à religião…

      A religião não são os padres, ou pastores, bispos, patriarcas, papas, a religião é uma forma de ver o mundo e a vida, uma mundivisão:

      Os meus olhos são uns olhos,
      E é com esses olhos uns
      que eu vejo no mundo escolhos
      onde outros, com outros olhos,
      não vêem escolhos nenhuns.

      Quem diz escolhos diz flores.
      De tudo o mesmo se diz.
      Onde uns vêem lutos e dores
      uns outros descobrem cores
      do mais formoso matiz.
      Nas ruas ou nas estradas
      onde passa tanta gente,
      uns vêem pedras pisadas,
      mas outros, gnomos e fadas
      num halo resplandecente.

      Inútil seguir vizinhos,
      querer ser depois ou ser antes.
      Cada um é seus caminhos.
      Onde Sancho vê moinhos
      D. Quixote vê gigantes.

      Vê moinhos? São moinhos.
      Vê gigantes? São gigantes.

      Poema “Impressão Digital” de António Gedeão. Publicado em ‘Movimento Perpétuo’ (1956)

      O que acontece é que quando o que vemos, ou pensamos ver, não corresponde ao que realmente lá está, ao real, as nossas acções não têm as consequências que era nossa intenção que tivessem, podendo, inclusive, tem consequências contrária às por nós pretendidas, e é aí que se vê bem a diferença entre as Culturas Idealistas e Teóricas e as Culturas Realistas e Práticas:
      — As primeiras insistem no mesmo, porque estão convictas de que “isso é que está certo”.
      — As segundas não insistem no mesmo, porque “se não funcionou é que não está certo”, e experimentam outra coisa.

      E é aí que pode entrar o “Pelos seus frutos, os conhecereis.” de Mateus 7, 15-20:
      «
      Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos, os conhecereis. Porventura podem colher-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus frutos. A árvore boa não pode dar maus frutos nem a árvore má, dar bons frutos. Toda a árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Pelos frutos, pois, os conhecereis.
      »
      que é do mais puro bom senso prático!

      Abraço,

      Álvaro Manuel

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  3. Je pense que vous m'avez mal compris.
    Ce que je voulais dire c'est que la vie ce sont des cycles et nos enfants sont ceux que nous faisons et si il y a eu une réaction (parfois excessive, je peux le reconnaître, mais pas plus que les autres réactions générationnelles) c'est que la société qui a été offerte à cette génération, sortie de guerres mondiales, sortie de guerres coloniales, refus de la liberté de chacun de son corps, a fait naître 1968. Car le même mouvement a eu lieu au même moment dans plusieurs pays et n'est unique à la France.
    Concernant l'opinion de Regis Debray, c'est la sienne et ce n'est qu'une hypothèse. Il est très étonnant d'ailleurs que vous vous prévaliez des avis d'une personne qui a été un admirateur profond de Che Guevara et des révolutionnaires sud américains de tout acabit avant de tourner socialiste puis social démocrate avant de finir philosophe discuté et discutable.
    Enfin, concernant la religion, je ne suis pas d'accord avec vous car elle est un construit humain et c'est cela que je lui reproche. Je fais très bien la différence entre la croyance et la religion. Et les citations que vous faites amènent de l'eau à mon moulin...Car en matière de liberté d'opinion et de faux prophètes peu de religion ont des leçons à donner.... Mon problème n'est pas de nier que "la religion est une façon de voir le monde et la vie, une vision du monde:" ceci je le conçois très bien, mais mon problème est que les religions ont une tendance forte à vouloir imposer la leur.
    Cordialement
    JP

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  4. Par contre je vois une très mauvaise traduction de mon précédent commentaire avec de nombreuses fautes de français comme s'il y avait eu une traduction automatique. est-ce normal ?

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