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14 de dezembro de 2018

Evangelizar

Nossa Senhora da China.



A palavra portuguesa evangelho significa o quê?

evangelho
substantivo masculino
  1. religião: conjunto dos ensinamentos de Jesus Cristo.
  2. religião: cada um dos quatro livros dos apóstolos Mateus, Marcos, Lucas e João, incluídos no Novo Testamento, e que narram a vida, a doutrina e a ressurreição de Cristo ☞ inicial maiúscula.
  3. liturgia: trecho do Evangelho (na acepção 2) que se lê na missa.
  4. figurado (sentido)figuradamente: princípio, doutrina de um grupo de pessoas.
  • origem etimológica: do latim eclesiástico ēvangelium (genitivo ēvangeliī), segunda declinação; do grego antigo εὐαγγέλιον (transliteração latina “evangélion”), que significava, e significa “boa nova”, “boa notícia”.

Vemos pois que a palavra evangelho sofreu um importante desvio semântico não sendo hoje commumente entendida no seu sentido original de boa nova, boa noticia.


E qual era então a boa nova, a boa notícia, que os primeiros apóstolos, que os primeiros mensageiros, tinham tanta urgência em entregar?
  • Outro importante desvio semântico, como certamente o caro leitor já notou: a palavra portuguesa apóstolo deriva baixo latim apostolus (genitive apostolī) segunda declinação, que significava “um aviso enviado a um tribunal superior, ou a um juiz”; palavra latina essa que derivava do grego antigo ἀπόστολος (transliteração latina “apóstolos”), que significava então “aquele que é enviado”, “mensageiro”, “enviado”, “embaixador”, e significa hoje, em grego moderno, “depoente”.

Repito
Qual era então a boa nova, a boa notícia, os primeiros mensageiros tinham tanta urgência em entregar?



Bom, a boa nova, a boa notícia, que os primeiros mensageiros tinham tanta urgência em entregar resume-se num grito de espanto e maravilha

¡ RESSUSCITOU !

ou, se o caro leitor o preferir, em meia dúzia de palavras

Ressuscitou e nós vimo-Lo, ouvimo-Lo, palpámo-Lo, comemos com Ele!

Note o caro leitor que na narrativa não há dogmas, doutrinas, padres, pastores, sacerdotes. Nada disso lá está, lá existe. O que lá está, e é isso que lá está mesmo, é a afirmação positiva, peremptória, de que se viu, ouviu e palpou. A afirmação positiva, peremptória de que se verificou empiricamente, experimentalmente, que o que era tido por impossível era, afinal, possível. Ressuscitou e vimo-Lo, ouvimo-Lo, palpámo-Lo, comemos com Ele! Não nos contaram, vimos, ouvimos, palpámos!


O que é então Evangelizar?

Bom, Evangelizar é transmitir a mensagem!

E a mensagem é ¡RESSUSCITOU!


Da Evangelização faz parte a transmissão dos nossos costumes?

Eu acho que não.

Se nós comemos com garfo-e-faca e aqueles a quem transmitimos a mensagem comem com pauzinhos vamos obrigá-los a comerem com garfo-e-faca, ou a mudarem de nome, ou outra coisa qualquer? 

Eu acho que não.

Mais! Eu acho que isso é Colonização Cultural, não Evangelização!

Até pode acontecer que queiram mudar dos pauzinhos para o garfo-e-faca, ou mudar de nome, ou mudar de língua, ou mudar outra coisa nas suas vidas individuais ou colectivas… Só que isso é um problema deles, fa-lo-ão se o quiserem fazer, ao mensageiro só compete transmitir a mensagem.



Origem do texto

Origem das figuras



Etiqueta principal: Religião.
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