Sans-culottes en armes, guache de Jean-Baptiste Lesueur, 1793-1794, museu Carnavalet. |
Sans-culotte foi a denominação dada pelos aristocratas aos artesãos, trabalhadores e até pequenos proprietários participantes da Revolução Francesa, principalmente em Paris.
Livremente traduzido da língua francesa como “sem calção”, o culote era uma espécie de calções justos que se apertavam na altura dos joelhos, vestimenta típica da nobreza naquele país à época da Revolução. Em seu lugar, os “sans-culottes” vestiam uma calça comprida de algodão grosseiro, traje tipicamente utilizado pelos burgueses. Estes eram, normalmente, os líderes das manifestações nas ruas.
— em Sans-culottes, um verbete da Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Classe Governante Francesa… como a Nova Aristocracia Francesa! E os Coletes Amarelos… como o Novos Sem Calção! Uma abordagem interessante a estes eventos surpreendentes e aparentemente estranhos!!!
O Governo Parou de Ouvir as Pessoas há 20 anos
A exploração inteligente, pelas elites, de ficções politicamente corretas, tem encantado a Esquerda comatosa e acrítica, mas não aqueles que vêem seus padrões de vida em queda livre.
Publicado por Charles Hugh Smith a 12 de Dezembro de 2018 em Of Two Minds Blog
Republicado em Zero Hedge (a 12 de Dezembro) & Washington’s Blog (a 13 de Dezembro)
Um membro da família que morou décadas em França resumiu a fonte dos protestos gilets jaunes numa frase: “O governo parou de ouvir as pessoas há 20 anos”. Seria difícil negar a seguinte generalização dessa afirmação: muitos, se não a maioria, dos governos pararam de ouvir o seu povo décadas atrás, preferindo ouvir em seu lugar as elites financeiras e políticas e, também, as entrincheiradas elites culturais, que encaram o povo com desdém.
Legiões de comentadores estão-se debruçando sobre as origens económicas e culturais do destempero da França. Muitos caracterizaram os protestos como operários, em termos gerais da responsabilidade das multidões que viram erodir-se o poder de compra dos seus salários, ou pensões, enquanto as elites financeira, política e cultural, da França se banquetearam com os magros ganhos que a economia francesa registrou nos passados 20 anos.
Os manifestantes acertadamente percebem que são politicamente invisíveis: a classe governante, independentemente de seu pendor ideológico, não crê necessitar do apoio dos politicamente invisíveis para governar como bem entende. A classe governante tem, além disso, contado com as elites culturais para marginalizar e suprimir os politicamente invisíveis, descartando qualquer dissensão das classes inferiores como racista, fascista, nacionalista e quqlquer outra palavra propositadamente escolhida para votar a dissidência ao ostracismo.
As elites culturais contavam com que a incessante apresentação dos desacordos das classes inferiores como populismo racista-fascista continuariam marginalizando os plebeus, mas o cântaro partiu a asa: as classes marginalizadas financeira, política e culturalmente estão fartas.
Apesar das brigas habituais entre facções, a classe dominante há muito tempo está unida por trás de uma simples ferramenta de controle: comprar cumplicidade com benesses do governo. Se a divergência se transformar num movimento amplo, a solução é comprar os manifestantes com algum novo subsídio ou benefício.
Somos felizes como servos explorados porque a nossa Aristocracia usa frases politicamente correctas em público. |
Apesar das brigas habituais entre facções, a classe dominante há muito tempo está unida por trás de uma simples ferramenta de controle: comprar cumplicidade com benesses do governo. Se a divergência se transformar num movimento amplo, a solução é comprar os manifestantes com algum novo subsídio ou benefício.
Esta é uma das dinâmicas essenciais do Neofeudalismo que são:
- Penúria-por-dívida e lealdade dos escravos-assalariados à Nova Aristocracia que possui a dívida.
- A aristocracia financeira-e-política maximiza o seu benefício e justifica a exploração com a concessão de garantias directas aos servos-da-dívida politicamente impotentes, servos-da-dívida aos quais esta predação sistémica magicamente oferece a melhor saída possível do campesinato.
- Os benefícios do Estado são usados como suborno para comprar a cumplicidade e a passividade dos escravos-assalariados servos-da.dívida.
- A Nova Aristocracia propõe ficções politicamente politicamente corretas para justificar a sua exploração e predação.
Agora que esta estratégia não conseguiu silenciar os gilets jaunes (coletes amarelos), a classe governante da França apercebeu-se de que a situação é mesmo séria. E como todos sabemos, a classe governante segue, em todos os lugares, este ditado: quando fica sério, há que mentir.
As mentiras são agora contínuas, daí a explosão da preocupação da elite com as fake news (notícias falsas). A faísca que acendeu o estopim dos actuais protestos era uma mentira, é claro; O imposto sobre o combustível não tinha como objetivo “salvar o planeta”, mas sim aumentar as receitas para que as elites pudessem continuar a extrair o seu benefício sem pôr em risco a ordem económica.
A exploração inteligente, pelas elites, de ficções politicamente corretas, tem encantado a Esquerda comatosa e acrítica, mas não aqueles que vêem seus padrões de vida em queda livre.
Origem do texto
- France in a Nutshell: “The Government Stopped Listening to the People 20 Years Ago” from Of Two Minds Blog.
Tradução do texto
- Álvaro Aragão Athayde em coisas & loisas.
Origem das figuras
- Sans-culottes, un article de Wikipédia, l'encyclopédie libre.
- France in a Nutshell: “The Government Stopped Listening to the People 20 Years Ago” from Of Two Minds Blog.
Referências
- Culotte, um verbete da Wikipédia, a enciclopédia livre.
- Sans-culottes, um verbete da Wikipédia, a enciclopédia livre.
Etiqueta principal: Política.
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