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18 de dezembro de 2018

A França em poucas palavras

Sans-culottes en armes, guache de Jean-Baptiste Lesueur, 1793-1794, museu Carnavalet.

Sans-culotte foi a denominação dada pelos aristocratas aos artesãos, trabalhadores e até pequenos proprietários participantes da Revolução Francesa, principalmente em Paris.  
Livremente traduzido da língua francesa como “sem calção”, o culote era uma espécie de calções justos que se apertavam na altura dos joelhos, vestimenta típica da nobreza naquele país à época da Revolução. Em seu lugar, os “sans-culottes” vestiam uma calça comprida de algodão grosseiro, traje tipicamente utilizado pelos burgueses. Estes eram, normalmente, os líderes das manifestações nas ruas. 
— em Sans-culottes, um verbete da Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Classe Governante Francesa… como a Nova Aristocracia Francesa! E os Coletes Amarelos… como o Novos Sem Calção! Uma abordagem interessante a estes eventos surpreendentes e aparentemente estranhos!!!


O Governo Parou de Ouvir as Pessoas há 20 anos

A exploração inteligente, pelas elites, de ficções politicamente corretas, tem encantado a Esquerda comatosa e acrítica, mas não aqueles que vêem seus padrões de vida em queda livre.

Publicado por Charles Hugh Smith a 12 de Dezembro de 2018 em Of Two Minds Blog 
Republicado em Zero Hedge (a 12 de Dezembro) & Washington’s Blog (a 13 de Dezembro)


Um membro da família que morou décadas em França resumiu a fonte dos protestos gilets jaunes numa frase: “O governo parou de ouvir as pessoas há 20 anos”. Seria difícil negar a seguinte generalização dessa afirmação: muitos, se não a maioria, dos governos pararam de ouvir o seu povo décadas atrás, preferindo ouvir em seu lugar as elites financeiras e políticas e, também, as entrincheiradas elites culturais, que encaram o povo com desdém.

Legiões de comentadores estão-se debruçando sobre as origens económicas e culturais do destempero da França. Muitos caracterizaram os protestos como operários, em termos gerais da responsabilidade das multidões que viram erodir-se o poder de compra dos seus salários, ou pensões, enquanto as elites financeira, política e cultural, da França se banquetearam com os magros ganhos que a economia francesa registrou nos passados 20 anos.

Os manifestantes acertadamente percebem que são politicamente invisíveis: a classe governante, independentemente de seu pendor ideológico, não crê necessitar do apoio dos politicamente invisíveis para governar como bem entende. A classe governante tem, além disso, contado com as elites culturais para marginalizar e suprimir os politicamente invisíveis, descartando qualquer dissensão das classes inferiores como racista, fascista, nacionalista e quqlquer outra palavra propositadamente escolhida para votar a dissidência ao ostracismo.

As elites culturais contavam com que a incessante apresentação dos desacordos das classes inferiores como populismo racista-fascista continuariam marginalizando os plebeus, mas o cântaro partiu a asa: as classes marginalizadas financeira, política e culturalmente estão fartas.


Somos felizes como servos explorados
porque a nossa Aristocracia usa frases politicamente correctas em público.

Apesar das brigas habituais entre facções, a classe dominante há muito tempo está unida por trás de uma simples ferramenta de controle: comprar cumplicidade com benesses do governo. Se a divergência se transformar num movimento amplo, a solução é comprar os manifestantes com algum novo subsídio ou benefício.

Esta é uma das dinâmicas essenciais do Neofeudalismo que são:
  1. Penúria-por-dívida e lealdade dos escravos-assalariados à Nova Aristocracia que possui a dívida.
  2. A aristocracia financeira-e-política maximiza o seu benefício e justifica a exploração com  a concessão de garantias directas aos servos-da-dívida politicamente impotentes, servos-da-dívida aos quais esta predação sistémica magicamente oferece a melhor saída possível do campesinato.
  3. Os benefícios do Estado são usados como suborno para comprar a cumplicidade e a passividade dos escravos-assalariados servos-da.dívida.
  4. A Nova Aristocracia propõe ficções politicamente politicamente corretas para justificar a sua exploração e predação.

Agora que esta estratégia não conseguiu silenciar os gilets jaunes (coletes amarelos), a classe governante da França apercebeu-se  de que a situação é mesmo séria. E como todos sabemos, a classe governante segue, em todos os lugares, este ditado: quando fica sério, há que mentir.

As mentiras são agora contínuas, daí a explosão da preocupação da elite com as  fake news (notícias falsas). A faísca que acendeu o estopim dos actuais protestos era uma mentira, é claro; O imposto sobre o combustível não tinha como objetivo “salvar o planeta”, mas sim aumentar as receitas para que as elites pudessem continuar a extrair o seu benefício sem pôr em risco a ordem económica.

A exploração inteligente, pelas elites, de ficções politicamente corretas, tem encantado a Esquerda comatosa e acrítica, mas não aqueles que vêem seus padrões de vida em queda livre.



Origem do texto

Tradução do texto


Origem das figuras
  1. Sans-culottes, un article de Wikipédia, l'encyclopédie libre.
  2. France in a Nutshell: “The Government Stopped Listening to the People 20 Years Ago” from Of Two Minds Blog.


Referências
  1. Culotte, um verbete da Wikipédia, a enciclopédia livre.
  2. Sans-culottes, um verbete da Wikipédia, a enciclopédia livre.


Etiqueta principal: Política.
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