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21 de agosto de 2021

Migração do blogue “coisas & loisas”

 

Resolvi transferir este blogue para o SAPO Blogs da SAPO, plataforma que, de agora em diante, passarei a usar.

O novo endereço do blogue é coisas & loisas.








Etiqueta principal: Migração.

9 de agosto de 2021

Guerra Colonial ou Guerra do Ultramar?

Comandos Africanos: “Os portugueses traíram-nos, fomos abandonados sem piedade”


Mas não é a mesma guerra?

Então porque fazem uns tanta questão em chamar-lhe Guerra Colonial e outros em chamar-lhe Guerra do Ultramar?

Porquê?

Porque estão em jogo a legitimidade do Golpe Militar de 25 de Abril de 1974, bem como a legitimidade da Terceira República Portuguesa de que o dito golpe foi acto fundador.

Vejamos…

Se os territórios eram colónias, território estrangeiro a explorar enquanto tal fôr vantajoso para a metrópole, a vender, trocar, dar, abandonar, quando tal exploração deixar de ser vantajosa pata a metrópole, o Golpe Militar e a Terceira República estão legitimados: não era do interesse dos portugueses stricto sensu que Portugal continuasse sendo uma potência colonial.

Mas se os territórios eram território nacional, não colónias, tese defendida pelo General José Maria Mendes Ribeiro Norton de Matos, pelo Doutor António de Oliveira Salazar, por muitos outros, o Golpe Militar e a Terceira República estão deslegitimados: era do interesse dos portugueses lato sensu que Portugal continuasse sendo uma potência multicontinental, multirracial e multicultural.



Portugueses stricto sensu Os portugueses nascidos na Península Ibérica e, vá lá, nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, que são suficientemente brancos para não serem considerados pretos como o são os cabo-verdianos e os são-tomenses.

Portugueses lato sensu Os portugueses nascidos em qualquer parte do mundo, sejam brancos, pretos, indianos, chineses, timores, mestiços.








Etiqueta principal: Guerra do Ultramar.

31 de julho de 2021

A nossa idemocracia

Charge – Democracia


A Constituição da República Portuguesa de 1976 é uma constituição idemocrática, isto é, não democrática, porque, com excepção do Presidente da República, os eleitos não representam os cidadãos eleitores mas os dirigentes partidários.

E os dirigentes partidários representam, por sua vez, os interesses dos seus patrocinadores, patrocinadores que podem ser, e são, organizações económicas, financeiras, ideológicas, políticas, religiosas, quer nacionais e quer estrangeiras.


É mau?

É, e muito.


Pode ser corrigido?

Pode, e facilmente.


Basta que o país seja dividido em duzentos círculos uninominais, de cinquenta mil habitantes cada, e que qualquer cidadão eleitor se possa candidatar a representar os habitantes de um círculo desde que a sua declaração de candidatura seja subscrita por mil cidadãos eleitores residentes no círculo.


Este sistema acaba com os partidos?

Não.

Este sistema retira aos partidos o Monopólio da Representação Política que a Constituição da República Portuguesa de 1976 lhes ortougou.


Este sistema aproxima os eleitos dos eleitores e vice-versa?

Parece-me evidente que sim.


Este sistema torna a Constituição da República Portuguesa de 1976 mais democrática?

Parece-me evidente que sim.


Este sistema prejudica os dirigentes e quadros dos partidos políticos e quantos esperam a dar-se bem na vida por estarem nas boas graças dos ditos dirigentes e quadros dos partidos políticos?

Parece-me evidente que sim.


Isso é bom?

Parece-me evidente que sim.








Etiqueta principalIdemocracia.

28 de julho de 2021

A Guerra do Ultramar

“PORTUGAL NÃO É UM PAÍS PEQUENO”
Mapa de Propaganda Colonial da autoria do Capitão Henrique Galvão,
Nacional Sindicalista e Germanófilo, tal como o foi o General Humbert1o Delgado.

Pergunta

A Guerra do Ultramar se não fosse o 25 de abril poderia ser vencida? Ou se os portuguesas agissem no começo com mais intensidade e vigor, seria possível vencer ou seria atrasar o inevitável?


Resposta

Em que consiste “vencer”, “ganhar”, uma guerra?

Bombardear e invadir um país e retirar com o rabo entre as pernas como os Estados Unidos no Vietname e no Afeganistão?

A Guerra do Ultramar foi vencida, ganha.

O 25 de Abril foi uma Revolução Colorida, uma Operação de Mudança de Regime do tipo Sharp-Soros-CIA, como o foi o Maio de ’68 em França, antes, a Revolução Ucraniana de 2014, depois, e a recente tentativa de Revolução Bielorrussa.

Essas operações de mudança de regime só têm êxito quando o governo a ser derrubado não resiste, que foi o que aconteceu com o Governo de Marcelo Caetano em Portugal e o de Víktor Yanukóvytch na Ucrânia, mas não com o de Charles de Gaulle em França e o de Aleksandr Lukashenko na Bielorrússia.

Qual era o objectivo estratégico dos EUA?

Apossarem-se do Ultramar Português, particularmente de Angola.

Qual era o objectivo estratégico dos que em Portugal colaboraram na Operação de Mudança de Regime promovida pelos EUA.

Criar um “Portugaláfrica” do tipo da “Françafrique” que a França criou, isto é, transformar as Províncias Ultramarinas Portuguesas, que tinham estatuto de Território Nacional tal como Portugal Continental o tinha, em neocolónias do dito Portugal Continental.

Qual era o objectivo estratégico de Portugal?

Manter o Ultramar Português na órbita de Portugal.

É hoje evidente que o Ultramar Português continua na órbita de Portugal, que o tal “Portugaláfrica” neocolonial não foi criado e que os EUA não se conseguiram apossar-se do Ultramar Português, particularmente de Angola.

Portanto o objectivo estratégico de Portugal foi alcançado e os objectivos estratégicos dos EUA e dos que em Portugal colaboraram na Operação de Mudança de Regime promovida pelos EUA (o 25 de Abril) não foram alcançados.

Logo Portugal venceu, ganhou, a Guerra do Ultramar.

Curiosamente venceu-a, ganhou-a, tal como venceu, ganhou, a Guerra da Luz Divina no século XVII, foram os Filhos da Terra que a venceram, a ganharam, não os Filhos do Reino, os Reinóis.

P.S. É a segunda vez na sua história que Portugal tem uma derrota tática que acaba por revelar-se uma vitória estratégica. A primeira vez foi em Alcácer Quibir: a batalha foi perdida e Dom Sebastião morto (derrota tática): a Sublime Porta, o Império Otomano, não tomou Marrocos e não chegou ao Mar Oceano (vitória estratégica).


A esta pergunta foram dadas mais respostas, ver aqui.








Etiqueta principal: Guerra do Ultramar.

25 de junho de 2021

António de Oliveira Salazar: O outro retrato

 


Gostei.

É um documento histórico.

É um documento histórico não pelo que diz sobre Salazar mas pelo que diz sobre como, entre Fevereiro-Março de 1961 e Abril-Maio de 1974, aproximadamente, um Grupo de Jovens Universitários Nacional-Sindicalistas Portugueses da Metrópole via a Evolução da Situação.

Riccardo Marchi fala em alguns deles na sua obra Ideias e Percursos das Direitas Portuguesas.

Desse grupo uns adesivaram, outros sumiram, outros, poucos, mantiveram-se coerentes, ideológica ou partidariamente, e politicamente activos.

Jaime Nogueira Pinto, que foi dos poucos que não adesivou nem sumiu, tem feito uma carreira de historiador e de ideólogo na área político-ideológica auto, e hetero, dita “de direita”, signifique isso o que significar.

Não comprei nem li as anteriores edições desta obra, não me lembro porquê, certamente por não as ter considerado interessantes, mas comprei e li esta.

E comprei e li esta edição muito mais pelo Prefácio (o “Novo prólogo do autor” do título) do que por tudo o resto.

Jaime Nogueira Pinto nasceu a 4 de Fevereiro de 1946, está com 75 anos, eu nasci a 28 de Julho 1947 e, como sou cerca de 18 meses mais novo, ainda não fiz os 74.

Estamos ambos velhos e em tempo de balanço.







Etiqueta principal: História de Portugal.

10 de junho de 2021

Activei a conta no VK

 

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Criei uma conta no VK – uma rede social russa semelhante à rede americana Facebook – em Setembro de 2018, no mesmo mês em criei este blogue, e pela mesma razão: o ter sido expulso do Facebook, o ter sido descriado (um nelogismo criado a partir de criado), sendo que a descriação é um homicídio virtual e um damnatio memoriae real: os Administradores do Facebook matam (virtualmente) o utilizador e destroem-lhe todo o conteúdo já publicado, conteúdo que custou ao utilizador muito tempo e muito trabalho.

Criei a conta no VK mas acabei por não a activar.

Activei-a agora.





Referências
  1. A primeira publicação neste blogue: Um blogue? Porquê?
  2. A minha conta no VK: Álvaro Athayde






Etiqueta principal: Censura.

7 de junho de 2021

The Order of the Arctic Fox

 


Why the Arctic Fox?

And wherefore cometh he?

There arise occasions in the course of human affairs that cannot be properly characterized without resorting to the strongest possible language. In situations when nothing can be made to work and all has come undone the term “collapse” tends to get a lot of use, but it is too abstract and too technical to do justice to the visceral experience of the event. It comes from the Latin col-labi—to slip together—but the exclamation “Goodness gracious, we slipped together!” just doesn't resonate.

What one is more likely to hear is something more along the lines of “Holy shit, we are totally fucked!” or some other string of obscene expletives, and this rather spoils the solemnity of the occasion. What is called for is a way to ennoble our suffering, not to cheapen it with vulgar expressions.

The connection between the sacred (that which is holy) and the sacral (that which is related to the pelvis and its varied functions) is a most intimate one. Both derive from sacrum, which is an anatomical term: it is the triangular bone in the lower back formed from fused vertebrae and situated between the two hipbones of the pelvis. The word is a Latin translation—os sacrum—of the Greek term—hieron osteon(holy bone)—for the Ancient Greeks believed the sacrum to be the seat of the soul. There may be something to this belief: when we suddenly realize that we may be about to die and as our soul makes emergency preparations to leave the body, we tend to experience a pronounced tingling sensation centered on the sacrum. The entire pelvis also tends to become affected: the anal sphincter relaxes, sometimes resulting in something vernacularly referred to as “losing one’s shit,” and, in men, the scrotum tightens and the testicles retract.

At that point many people also involuntarily utter sacrilegious profanities (there’s sacrum again!) which freely combine references to sex, defecation, genitalia, motherhood and God. Across many languages much use is made of vulgar terms for female genitalia: they form a sacred portal through which all human (and even some divine) life enters this world, and this makes references to them particularly potent in this context.

The holy and the obscene are really one and the same; swearing is a form of prayer and the female pelvis is the altar to which we spontaneously direct our prayers when we suddenly find ourselves in extremis. One often hears that there are no atheists to be found aboard a foundering ship but a lot of cursing/praying to be heard; are these two in some sense not the same?

The need to be vivid and evocative yet polite when referring to financial, commercial, political, social and cultural collapse forces people to resort to euphemisms. One nation that has a recent and profound of experience of collapse is Russia, having lost an estimated ten million people to alcoholism, violence, emigration and despair in the wake of the collapse of the USSR during the 1990s.

Referring to collapse, the Russians tend to make references to “the white furry animal,” thereby indirectly referring to the arctic fox, Vulpes lagopus. The Russian word for it is песец (peséts). It is a polite substitute for the term пиздец (pizdéts), which is reasonably well conveyed by the English exclamation “Holy shit, we are totally fucked!” It is in turn derived from the word пизда (pizdá), which is a vulgar term for female genitalia.

Take this white fluffy animal into your heart, and you will no longer have to wanly banter about collapse; instead, you can now harness the full depth of the sacred and the profane and refer to it as “the advent of the arctic fox” or, if you want to be coy and use a euphemism, you can instead obliquely mention “a certain furry animal.” Those in the know will appreciate this bit of finesse while those who have no idea... well, what of them?

Witnesses to the advent of the arctic fox need a sacred symbol, which I am happy to provide. In keeping with the light-hearted, whimsical nature of the subject, it is a talisman that symbolizes Golgotha, with four crosses rather than the usual three. One cross is, perforce, for Jesus Christ. At the center is the symbol of Death, which Christ vanquished through His resurrection. Two more crosses are for St. Petrov and St. Boshirov, the intrepid time-traveling GRU agents who will have had been crucified together with Jesus, cleverly disguised as the two thieves. And the fourth cross is for your own good self: on it you will be crucified during the advent of the arctic fox but will, with any luck, be reborn into a new life once the arctic fox departs.



Please order your copy of The Arctic Fox Cometh, available locally wherever Amazon.com has a foothold (now including Australia).



By Dmitry Orlov at Club Orlov on Thursday, June 03, 2021 at 08:25 AM. 
Original here. Comments only for subscribers.

I ordered my copy at 2:33 pm on Saturday, June 5th, 2021, I received it today, Monday 7th at 10:30 am. Spanish Amazon is working well.





References






Etiqueta Principal: Geopolítica.