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Comandos Africanos: “Os portugueses traíram-nos, fomos abandonados sem piedade” |
Mas não é a mesma guerra?
Então porque fazem uns tanta questão em chamar-lhe Guerra Colonial e outros em chamar-lhe Guerra do Ultramar?
Porquê?
Porque estão em jogo a legitimidade do Golpe Militar de 25 de Abril de 1974, bem como a legitimidade da Terceira República Portuguesa de que o dito golpe foi acto fundador.
Vejamos…
Se os territórios eram colónias, território estrangeiro a explorar enquanto tal fôr vantajoso para a metrópole, a vender, trocar, dar, abandonar, quando tal exploração deixar de ser vantajosa pata a metrópole, o Golpe Militar e a Terceira República estão legitimados: não era do interesse dos portugueses stricto sensu que Portugal continuasse sendo uma potência colonial.
Mas se os territórios eram território nacional, não colónias, tese defendida pelo General José Maria Mendes Ribeiro Norton de Matos, pelo Doutor António de Oliveira Salazar, por muitos outros, o Golpe Militar e a Terceira República estão deslegitimados: era do interesse dos portugueses lato sensu que Portugal continuasse sendo uma potência multicontinental, multirracial e multicultural.
Angola, Nova Lisboa, Escola de Aplicação Militar, 1963. Cerimónia do juramento de bandeira dos recrutas da primeira incorporação. |
Portugueses stricto sensu Os portugueses nascidos na Península Ibérica e, vá lá, nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, que são suficientemente brancos para não serem considerados pretos como o são os cabo-verdianos e os são-tomenses.
Portugueses lato sensu Os portugueses nascidos em qualquer parte do mundo, sejam brancos, pretos, indianos, chineses, timores, mestiços.
Charge – Democracia |
A Constituição da República Portuguesa de 1976 é uma constituição idemocrática, isto é, não democrática, porque, com excepção do Presidente da República, os eleitos não representam os cidadãos eleitores mas os dirigentes partidários.
E os dirigentes partidários representam, por sua vez, os interesses dos seus patrocinadores, patrocinadores que podem ser, e são, organizações económicas, financeiras, ideológicas, políticas, religiosas, quer nacionais e quer estrangeiras.
É mau?
É, e muito.
Pode ser corrigido?
Pode, e facilmente.
Basta que o país seja dividido em duzentos círculos uninominais, de cinquenta mil habitantes cada, e que qualquer cidadão eleitor se possa candidatar a representar os habitantes de um círculo desde que a sua declaração de candidatura seja subscrita por mil cidadãos eleitores residentes no círculo.
Este sistema acaba com os partidos?
Não.
Este sistema retira aos partidos o Monopólio da Representação Política que a Constituição da República Portuguesa de 1976 lhes ortougou.
Este sistema aproxima os eleitos dos eleitores e vice-versa?
Parece-me evidente que sim.
Este sistema torna a Constituição da República Portuguesa de 1976 mais democrática?
Parece-me evidente que sim.
Este sistema prejudica os dirigentes e quadros dos partidos políticos e quantos esperam a dar-se bem na vida por estarem nas boas graças dos ditos dirigentes e quadros dos partidos políticos?
Parece-me evidente que sim.
Isso é bom?
Parece-me evidente que sim.
“PORTUGAL NÃO É UM PAÍS PEQUENO” Mapa de Propaganda Colonial da autoria do Capitão Henrique Galvão, Nacional Sindicalista e Germanófilo, tal como o foi o General Humbert1o Delgado. |
A Guerra do Ultramar se não fosse o 25 de abril poderia ser vencida? Ou se os portuguesas agissem no começo com mais intensidade e vigor, seria possível vencer ou seria atrasar o inevitável?
Em que consiste “vencer”, “ganhar”, uma guerra?
Bombardear e invadir um país e retirar com o rabo entre as pernas como os Estados Unidos no Vietname e no Afeganistão?
A Guerra do Ultramar foi vencida, ganha.
O 25 de Abril foi uma Revolução Colorida, uma Operação de Mudança de Regime do tipo Sharp-Soros-CIA, como o foi o Maio de ’68 em França, antes, a Revolução Ucraniana de 2014, depois, e a recente tentativa de Revolução Bielorrussa.
Essas operações de mudança de regime só têm êxito quando o governo a ser derrubado não resiste, que foi o que aconteceu com o Governo de Marcelo Caetano em Portugal e o de Víktor Yanukóvytch na Ucrânia, mas não com o de Charles de Gaulle em França e o de Aleksandr Lukashenko na Bielorrússia.
Qual era o objectivo estratégico dos EUA?
Apossarem-se do Ultramar Português, particularmente de Angola.
Qual era o objectivo estratégico dos que em Portugal colaboraram na Operação de Mudança de Regime promovida pelos EUA.
Criar um “Portugaláfrica” do tipo da “Françafrique” que a França criou, isto é, transformar as Províncias Ultramarinas Portuguesas, que tinham estatuto de Território Nacional tal como Portugal Continental o tinha, em neocolónias do dito Portugal Continental.
Qual era o objectivo estratégico de Portugal?
Manter o Ultramar Português na órbita de Portugal.
É hoje evidente que o Ultramar Português continua na órbita de Portugal, que o tal “Portugaláfrica” neocolonial não foi criado e que os EUA não se conseguiram apossar-se do Ultramar Português, particularmente de Angola.
Portanto o objectivo estratégico de Portugal foi alcançado e os objectivos estratégicos dos EUA e dos que em Portugal colaboraram na Operação de Mudança de Regime promovida pelos EUA (o 25 de Abril) não foram alcançados.
Logo Portugal venceu, ganhou, a Guerra do Ultramar.
Curiosamente venceu-a, ganhou-a, tal como venceu, ganhou, a Guerra da Luz Divina no século XVII, foram os Filhos da Terra que a venceram, a ganharam, não os Filhos do Reino, os Reinóis.
P.S. É a segunda vez na sua história que Portugal tem uma derrota tática que acaba por revelar-se uma vitória estratégica. A primeira vez foi em Alcácer Quibir: a batalha foi perdida e Dom Sebastião morto (derrota tática): a Sublime Porta, o Império Otomano, não tomou Marrocos e não chegou ao Mar Oceano (vitória estratégica).
A esta pergunta foram dadas mais respostas, ver aqui.
Gostei.
É um documento histórico.
É um documento histórico não pelo que diz sobre Salazar mas pelo que diz sobre como, entre Fevereiro-Março de 1961 e Abril-Maio de 1974, aproximadamente, um Grupo de Jovens Universitários Nacional-Sindicalistas Portugueses da Metrópole via a Evolução da Situação.
Riccardo Marchi fala em alguns deles na sua obra Ideias e Percursos das Direitas Portuguesas.
Desse grupo uns adesivaram, outros sumiram, outros, poucos, mantiveram-se coerentes, ideológica ou partidariamente, e politicamente activos.
Jaime Nogueira Pinto, que foi dos poucos que não adesivou nem sumiu, tem feito uma carreira de historiador e de ideólogo na área político-ideológica auto, e hetero, dita “de direita”, signifique isso o que significar.
Não comprei nem li as anteriores edições desta obra, não me lembro porquê, certamente por não as ter considerado interessantes, mas comprei e li esta.
E comprei e li esta edição muito mais pelo Prefácio (o “Novo prólogo do autor” do título) do que por tudo o resto.
Jaime Nogueira Pinto nasceu a 4 de Fevereiro de 1946, está com 75 anos, eu nasci a 28 de Julho 1947 e, como sou cerca de 18 meses mais novo, ainda não fiz os 74.
Estamos ambos velhos e em tempo de balanço.
Captura de ecrã 2021-06-10, às 07.30.59 |
Criei uma conta no VK – uma rede social russa semelhante à rede americana Facebook – em Setembro de 2018, no mesmo mês em criei este blogue, e pela mesma razão: o ter sido expulso do Facebook, o ter sido descriado (um nelogismo criado a partir de criado), sendo que a descriação é um homicídio virtual e um damnatio memoriae real: os Administradores do Facebook matam (virtualmente) o utilizador e destroem-lhe todo o conteúdo já publicado, conteúdo que custou ao utilizador muito tempo e muito trabalho.
Criei a conta no VK mas acabei por não a activar.
Activei-a agora.
Why the Arctic Fox?
And wherefore cometh he?
There arise occasions in the course of human affairs that cannot be properly characterized without resorting to the strongest possible language. In situations when nothing can be made to work and all has come undone the term “collapse” tends to get a lot of use, but it is too abstract and too technical to do justice to the visceral experience of the event. It comes from the Latin col-labi—to slip together—but the exclamation “Goodness gracious, we slipped together!” just doesn't resonate.
What one is more likely to hear is something more along the lines of “Holy shit, we are totally fucked!” or some other string of obscene expletives, and this rather spoils the solemnity of the occasion. What is called for is a way to ennoble our suffering, not to cheapen it with vulgar expressions.
The connection between the sacred (that which is holy) and the sacral (that which is related to the pelvis and its varied functions) is a most intimate one. Both derive from sacrum, which is an anatomical term: it is the triangular bone in the lower back formed from fused vertebrae and situated between the two hipbones of the pelvis. The word is a Latin translation—os sacrum—of the Greek term—hieron osteon(holy bone)—for the Ancient Greeks believed the sacrum to be the seat of the soul. There may be something to this belief: when we suddenly realize that we may be about to die and as our soul makes emergency preparations to leave the body, we tend to experience a pronounced tingling sensation centered on the sacrum. The entire pelvis also tends to become affected: the anal sphincter relaxes, sometimes resulting in something vernacularly referred to as “losing one’s shit,” and, in men, the scrotum tightens and the testicles retract.
At that point many people also involuntarily utter sacrilegious profanities (there’s sacrum again!) which freely combine references to sex, defecation, genitalia, motherhood and God. Across many languages much use is made of vulgar terms for female genitalia: they form a sacred portal through which all human (and even some divine) life enters this world, and this makes references to them particularly potent in this context.
The holy and the obscene are really one and the same; swearing is a form of prayer and the female pelvis is the altar to which we spontaneously direct our prayers when we suddenly find ourselves in extremis. One often hears that there are no atheists to be found aboard a foundering ship but a lot of cursing/praying to be heard; are these two in some sense not the same?
The need to be vivid and evocative yet polite when referring to financial, commercial, political, social and cultural collapse forces people to resort to euphemisms. One nation that has a recent and profound of experience of collapse is Russia, having lost an estimated ten million people to alcoholism, violence, emigration and despair in the wake of the collapse of the USSR during the 1990s.
Referring to collapse, the Russians tend to make references to “the white furry animal,” thereby indirectly referring to the arctic fox, Vulpes lagopus. The Russian word for it is песец (peséts). It is a polite substitute for the term пиздец (pizdéts), which is reasonably well conveyed by the English exclamation “Holy shit, we are totally fucked!” It is in turn derived from the word пизда (pizdá), which is a vulgar term for female genitalia.
Take this white fluffy animal into your heart, and you will no longer have to wanly banter about collapse; instead, you can now harness the full depth of the sacred and the profane and refer to it as “the advent of the arctic fox” or, if you want to be coy and use a euphemism, you can instead obliquely mention “a certain furry animal.” Those in the know will appreciate this bit of finesse while those who have no idea... well, what of them?
Witnesses to the advent of the arctic fox need a sacred symbol, which I am happy to provide. In keeping with the light-hearted, whimsical nature of the subject, it is a talisman that symbolizes Golgotha, with four crosses rather than the usual three. One cross is, perforce, for Jesus Christ. At the center is the symbol of Death, which Christ vanquished through His resurrection. Two more crosses are for St. Petrov and St. Boshirov, the intrepid time-traveling GRU agents who will have had been crucified together with Jesus, cleverly disguised as the two thieves. And the fourth cross is for your own good self: on it you will be crucified during the advent of the arctic fox but will, with any luck, be reborn into a new life once the arctic fox departs.
Please order your copy of The Arctic Fox Cometh, available locally wherever Amazon.com has a foothold (now including Australia).
I ordered my copy at 2:33 pm on Saturday, June 5th, 2021, I received it today, Monday 7th at 10:30 am. Spanish Amazon is working well.
Segundo Carlo M. Cipolla as Leis Fundamentais da Estupidez Humana são 5, cinco, e a primeira é (página 19):
Inevitavelmente toda a gente subestima sempre o número de indivíduos estúpidos em circulação.
Estúpido é alguém que prejudica os outros sem procurar qualquer ganho para si mesmo – constratando com o bandido, de comportamento, mais previsível, que ganha algo ao prejudicar-nos.
As culturas, estados, sociedades, em ascensão, ou expansão, tendem a ter mais dirigente inteligentes dos que dirigentes estúpidos, verificando-se o inverso nas culturas, estados, sociedades, em descensão, ou contracção.
Afirmação Paradoxal Antítese e Paradoxo |
Nossa Senhora do Ó Sé de Évora |
Aleksandr Mikhailovich. Nós, os Romanov. Alma dos Livros, 2021. |
Written 13 years after the execution of the Tsar and his family this is one of the best histories I've read of the end of Imperial Russia.
Traduzindo Escrita 13 anos após a execução do Czar e da sua família, esta é uma das melhores histórias que li sobre o fim da Rússia Imperial.
This is the second time I’ve read the memoirs of GD Sandro, the first time through the collected works. Of all the GDs, Sandro remains the most accessible due to his writings. Whatever one thinks of the man, there is great value in these memoirs. I don’t quibble with the so-called and over-rated “truth”. This is clearly the “truth” as GD Sandro believed or wanted to believe which in itself is illuminating.
Traduzindo Esta é a segunda vez que leio as memórias do GD Sandro, a primeira vez nas Obras Coletadas. De todos os GDs, Sandro continua sendo o mais acessível devido aos seus escritos. O que quer que se pense do homem, há grande valor nestas memórias. Eu não questiono a assim chamada e tão superestimada “verdade”. Esta é claramente a “verdade” na qual o GD Sandro acreditava, ou queria acreditar, o que é, por si só, esclarecedor.
Alexandre Mikhailovich (Sandro), (13 de Abril de 1866 – 26 de Fevereiro de 1933). |
O abandono da Liberdade |
Liberdade, Liberdade,Quem a tem chama-lhe sua,Já não tenho Liberdade,Nem de pôr o pé na rua.
Uma manada de herbívoros selvagens segue as trilhas ancestrais.
Os adultos percorrem os caminhos que aprenderam a percorrer quando eram jovens. Os jovens, que seguem na manada com os adultos, aprendem a percorrer os caminhos que percorrerão quando forem adultos.
Uma manada de herbívoros domesticados é conduzida pelos pastores.
Os Homo sapiens sapiens, a espécie humana, a nossa espécie, é uma espécie social que umas vezes se comporta como as manadas de herbívoros selvagens, outras como as manada de herbívoros domesticados, outras ainda como as alcateias de lobos, ou as matilhas de cães.
Primeiro a transcrição de um artigo de Joana, a louca com juízo, depois um comentário sobre a Implantação do Totalitarismo Sanitário em Portugal.
Os monstros das bolachas
Por Joana Amaral Dias no Diário de Notícias às 00:14 de 04 de Abril de 2021.
Uma das consequências desta gestão da covid tingida pelo medo foi passarmos de um Estado de direito para um Estado policial prenhe de leis estúpidas e arbitrárias, que escancararam os portões para um abuso de poder que oprime e intimida.
Faz sentido, por exemplo, que não se possa caminhar sozinho na praia enquanto temos lojas de ferragens ou bricolage e supermercados a abarrotar de gente? Tem lógica vedar jardins públicos ou impedir desporto ao ar livre quando reforçar o sistema imunitário e ter baixo peso é essencial no combate a esta doença? Certo é que são cada vez mais comuns os teatros do absurdo, os relatos distópicos de pessoas autuadas por comerem gomas ou bolachas na rua, por almoçarem sós dentro do carro ou de cidadãos presos com teste PCR negativo, como no já famoso caso da advogada detida (ainda que com alta clínica) porque passou pelo escritório para levantar uns processos e trabalhar em casa. Já agora, se, por exemplo, compramos um pão ao postigo mas não o podemos comer à porta do estabelecimento, nem na rua, nem no carro... onde será que podemos "ingerir o alimento", para usar a terminologia da PSP? Podemos comer!? Acrescente-se a obrigatoriedade de apresentar um comprovativo de morada para quem for à rua praticar exercício ou passear o cão, ou some-se a cobrança imediata das coimas (com a chantagem de quem não liquidar na hora ter de mais tarde pagar as custas processuais - atacando o direito à impugnação), entre outras aleivosias, e o fascismo sanitário está montado.
O estado de emergência, como o próprio nome indica, não pode ser banalizado, não suspende a Constituição e tem que respeitar a proporcionalidade. Mais de um ano depois de excepções continuamente decretadas, estas multas de 200 a mil euros por infracções ridículas, num país com um salário mínimo de pouco mais de 600 euros, estupram qualquer uma dessas três prerrogativas. De resto, pode mesmo haver litigância não apenas contra o Estado que impõe este totalitarismo, como queixa do agente que age com prepotência, considerando que o acto é cometido a título doloso, distorcendo o espírito da lei, ignorando que em causa está reduzir a disseminação do vírus.
Além do mais, em saúde, como muitos estudos indicam, punir com coimas tem eficácia muito reduzida e raramente constitui motivação para mudar ou aderir a um comportamento. Aliás, pode até mesmo ser contraproducente, originando posturas defensivas e desafiantes. As coimas intimidam, geram gordas receitas, mas são estratégia que apenas residualmente promove as atitudes desejadas.
Eis o "novo normal", inaugurado com o 11 de Setembro: a troca de liberdade por segurança, um perigoso marcador do século XXI caracterizado por medo, desconfiança, delação, coacção, perseguição. Tudo o que devíamos rejeitar numa civilização. De resto, qualquer pessoa devia perceber que se agora acontece aos comedores de bolachas ou às idosas que vão à padaria, amanhã sucede-lhe a si próprio. É verdade que o medo da morte, a pobreza, a habituação através da dose "de 15 em 15 dias", mesmerizaram e anestesiaram a sociedade, criando uma certa indiferença a este Estado autoritário e repressor no qual ninguém votou. Mas, mesmo assim, não estará a ser fácil demais levarem-nos os nossos direitos, tão simples como tirar um doce a uma criança? Ou será uma goma?
Psicóloga clínica. Escreve de acordo com a antiga ortografia.
Implantação do Totalitarismo Sanitário em Portugal
Mas que se passa?
Então Joana Amaral Dias não é "de esquerda"?
Passa-se o que o Diagrama de Nolan etiquetado acima mostra:
Joana Amaral Dias, que é Libertária e Psicóloga Clínica, apercebendo-se que as pessoas estão a ser manipuladas pelo Governo e pelos Meios de Comunicação Social ao serviço dos Estatistas António Costa, Rui Rio, Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã, passou-se dos carretos e resolveu intervir.
É mais fácil enganar as pessoas do que desenganá-las.
Porquê?
Saber não sei, mas suspeito.
Suspeito, estou mesmo praticamente certo, que ter de reconhecer que fomos enganado é desagradável, desagradabilíssimo, por vezes traumatizante.
Os exemplos clássicos são dois:
Ter de reconhecer que fomos enganados afecta imenso a boa imagem que gostamos de ter dos outros e de nós próprios, o que nos leva a evitar reconhecê-lo, mesmo quando o engano é por demais evidente.
Na prática acabamos por não ter remédio senão reconhecê-lo se, e quando, os prejuízos que o engano nos causa atingem níveis inaceitáveis. Níveis inaceitáveis em termos materiais, em termos morais (ou espirituais), ou em ambos os termos. Até lá estamos em negação: Não! Não acredito!
Terraplanistas são eles
A “ciência” viu-se apropriada por devotos da virologia de veterinários, da fancaria das TVs e da hipocondria do inquilino de Belém. Isto é, por místicos que não fazem a mínima ideia do que é a ciência.
Por Alberto Gonçalves no Observador às 00:09 de 27 de Março de 2021.
Antes da Covid, o “argumento” mais revelador da falta de argumentos e de neurónios de quem o utilizava era o da Rennie. Quando alguém confrontava um palerma com alguma coisa que lhe desagradasse, o palerma respondia imediatamente: “Toma Rennie que isso passa”, e a seguir retirava-se triunfante e seguro de que ganhara o debate. Num país cujo serviço de saúde não colapsasse à primeira oportunidade, o palerma ganharia a avaliação de uma junta de psiquiatras, mas esse é outro ponto. Aqui, o ponto é o recuso ao refluxo gástrico, vulgo azia, para encerrar uma discussão. Às vezes, o Kompensan substituía a Rennie, embora não houvesse massa encefálica que substituísse o ar morno na caixa craniana dessa gente. Bons tempos.
Em tempos de Covid, e contra todas as expectativas, o nível da “argumentação” conseguiu baixar. Hoje, a turba indistinta do “fique em casa”, do “confinamento” eterno e das máscaras permanentes é tão desprovida de razão que faz o pessoal da Rennie parecer sofisticado por comparação. O caso é particularmente irónico na medida em que, no lugar dos antiácidos, a nova estirpe de magos da retórica invoca a ciência. Ou melhor, aquilo que julga ser ciência, na verdade umas curvas estatísticas apresentadas em reuniões no Infarmed por matemáticos e veterinários desejosos de agradar ao governo. Não importa que as curvas sejam inúteis a descrever o presente e desastrosas a prever o futuro. Não importa que ninguém perceba a sensatez de trucidar uma economia débil a partir de curvas mal amanhadas. E não importa que as curvas se limitem a confirmar as conclusões previamente tomadas pelo dr. Costa e pelo prof. Marcelo: manter os cidadãos em clausura parcial, rebentar com a iniciativa privada e produzir mais dependência face ao Estado e às quadrilhas que o controlam. Importa que, na cabeça dos tontos, as curvas e as desumanas restrições que delas “decorrem” são “ciência”. E importa sobretudo que, armados com solenidade “científica”, os tontos se sentem habilitados a insultar e perseguir quem deles discorda.
Quem sugerir que o estado de emergência não é adequado para lidar com uma doença que quase só afecta gravemente velhos é “negacionista”. Quem lembrar que teria sido decente proteger os velhos, em alternativa a prender a população em peso, é “terraplanista”. Quem notar que a evolução da Covid não depende exclusivamente de “confinamentos” e regras abstrusas é “medieval”. Quem inventariar os países e as regiões em que a falta de “confinamento” e de regras abstrusas coabita com o decréscimo nos infectados e nos mortos é “conspiracionista”. Quem insiste em conviver com familiares e amigos é “bolsonarista”. Quem repara que o Brasil tem menos mortos “com” ou “de” Covid do que Portugal é “primitivo”. Quem não respeita as normas decretadas por governantes que não se dão ao respeito – nem respeitam as próprias normas – é “fascista”. Quem questiona a prepotência é “nazi”. Quem não sai de casa sem se disfarçar de iraniana ou assaltante de bancos é “anti-social”. Quem não reduz a vastidão do universo a um vírus é “inconsciente”. Quem recorda que a existência implica sempre riscos é “criminoso”. Quem previne que esta demência colectiva terá consequências muito feias para todos, excepto para os irresponsáveis que a provocaram, é “assassino” e indigno de merecer o proverbial ventilador no dia em que precisar de um.
Estamos nisto. É, literalmente, o mundo ao contrário. De repente, a “ciência” viu-se apropriada por devotos da virologia de veterinários, da fancaria dos telejornais e da hipocondria do inquilino de Belém. Ou seja, por místicos que não fazem a mínima ideia do que é a ciência. Boa parte destes “cientistas” instantâneos até se diz de esquerda, o que os coloca logo no mesmo campeonato da credibilidade de astrólogos, cartomantes, homeopatas e cultores do Feng Shui. Muitos não sabem ler uma tabela estatística. Muitos são incapazes de alinhavar uma frase sem dois erros ortográficos e três de sintaxe. Muitos julgam que Steinmetz é um defesa do Dortmund. Mas nenhum abdica de uma ideia infantil acerca do que é ciência para fundamentar o seu dogmatismo.
Em circunstâncias normais, não custaria deixar os fanáticos a berrar sozinhos e assistir de bancada ao espectáculo. Afinal, há certa graça em ver em acção as principais características do método científico: a intolerância, a fúria e a vontade de enfiar blasfemos na cadeia ou na fogueira. A chatice é que as circunstâncias não são normais, e estes adeptos do pensamento mágico (sem a parte do pensamento) não contam apenas com a força da cegueira, que já é bastante. Para azar dos que prezam a civilização, os fanáticos contam com a força literal, a dos senhores que legislam alucinações e a da polícia que as executa. A boçalidade, enfim, tomou por completo o poder, através dos que o ocupam e através dos que os apoiam. Salvo milagre, os factos estão condenados a subjugar-se a indivíduos que enchem a boca com ciência como antes a enchiam com liberdade, embora desconheçam a primeira e detestem a segunda. Terraplanistas, negacionistas e primitivos são eles.
Original e comentários aqui.
Os comentários podem ser lidos pelos não assinantes e é extremamente instrutivo lê-los.
Passar do PS para o PSD é como passar do pé esquerdo para o pé direito.
Passar do PSD para o PS é como passar do pé direito para o pé esquerdo.
E as mãos?
As mãos? Uma lava a outra!
Uma lava a outra e ambas lavam a cara.
Perdão!
Ambas lavam as caras.
Será que não existe na política senão este corpo com duas caras?
Existem outros corpos sim.
Arnaldo de Matos e Adriano Moreira demonstram-no cabalmente.
Existem ainda mais corpos, e outros mais podem ser inventados, nada obriga os portugueses a sujeitarem-se ao corpo com uma cabeça de duas caras.
assobia para o lado
Saúde e dinheiro para gastos, tesão
Pouco mais importa como brinda o meu amigo João
Com esse brinde eu começo uma canção
Que não prescinde uma certa reflexão
Em menos de nada, a gente já foi boy
Tenta ser o Winnie em vez de quereres ser o cowboy
Escolhe bem as tuas guerras, o que não te mada moi
Ambição é boa, mas quando cega, destrói (No doubt)
Quem te fala não sabe nada, mas vai a meio do caminho
Não vale a pena fazê-lo sozinho
De que serve a jornada se não partilhas a chegada
Bem regada com o teu vizinho
Ouve o meu conselho, se tiveres pra aí virado
Verdadeiro sucesso é amar e ser amado
Se disserem o contrário não fiques preocupado
Nã, assobia para o lado
Assobia para o lado
Assobia para o lado
Assobia para o lado
Eu só quero tar tranquilo, rodeado de algumas coisas
Que preciso para ter a minha paz
Pra quê andar atrás daquilo que não controlo
Quando na verdade o essêncial satisfaz
A maioria não está necessáriamente certa
Questiona o que te dizem, mantém-te alerta
Não tenhas medo arriscar a vida é uma oferta
Mas essa porta, não fica para sempre aberta
Não percas muito tempo a pensar no que vão dizer
Por aí, na dúvida sorri
Respeita a vontade que pulsa dentro de ti
Para viveres em pleno a passagem por aqui
Ouve o meu conselho se tiveres pra aí virado
Não precisas de luz pra te sentires realizado
Se disserem o contrário não fiques preocupado
Nã, nã, assobia para o lado
Assobia para o lado
Assobia para o lado
Assobia para o lado
Ma' nada
Assobia para o lado
Assobia para o lado
Assobia para o lado
Há sempre um mano enjoado
No caminho pra'o trabalho
No trânsito parado
Aquele tipo mal educado
Que nunca sorri ou responde
Quando é cumprimentado
Esquece!
Não te rales muito bro
Preocupa-te com aquilo
Que é realmente importante
Quanto ao resto, sabes...
Assobia para o lado
Assobia para o lado
Há nos confins da Ibéria um povo…